Os esforços para garantir que Alagoas migre para o status sanitário de zona livre da aftosa sem vacinação continuam. Em reunião realizada nesta terça-feira (06) na Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal), representantes de instituições ligadas ao agro se debruçaram sobre as ações que precisam ser adotadas nos próximos meses para adequação do estado ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA).
O objetivo do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), por meio do PE-PNEFA, é tornar o Brasil livre de febre aftosa sem vacinação até o ano de 2026, com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Hoje, Alagoas possui a certificação internacional de zona livre da doença com vacinação e o estado faz parte do Bloco III do zoneamento nacional, juntamente com Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.
O presidente da Faeal, Álvaro Almeida, diz que o momento é de reunir todos os esforços necessários para que os criadores de Alagoas não sejam prejudicados à medida que o PE-PNEFA é colocado em prática.
“Estamos avançando mais um passo rumo a um cenário em que o nosso estado não vai mais precisar vacinar o seu rebanho, juntando-se às demais regiões do país que hoje não precisam mais recorrer à imunização contra a febre aftosa”, diz.
“Todas as instituições estão engajadas nessa missão, e a Faeal não poderia se abster de uma tarefa tão importante para o nosso agronegócio, em especial ao segmento da pecuária. Como sempre, temos certeza que o governador Paulo Dantas não medirá esforços no sentido de que a nossa Adeal atenda as exigências do MAPA, provenientes da última auditoria”, completa Álvaro Almeida.
O presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) e dirigente da Faeal, Domicio Silva, explica que o Bloco IV da zona livre de febre aftosa com vacinação vai realizar, no próximo mês de abril, a última imunização dos animais. Em seguida, os estados pertencentes ao bloco vão solicitar ao MAPA a mudança de status do Bloco, que passaria a ser considerado zona livre sem vacinação.
“Discutimos exatamente as consequências dessa mudança para Alagoas e demais estados do Nordeste, assim como as necessidades que a gente precisa evoluir na questão do PNEFA, que tem obrigações do setor produtivo e do setor público, por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adeal), no caso aqui de Alagoas. Para a gente contribuir e continuar avançando com as infraestruturas necessárias na Adeal e nas ações que devem ser tomadas para que a gente também venha pleitear junto ao ministério, em breve, a retirada da vacina contra a aftosa”, diz.
Para o diretor-presidente da Adeal, Otávio Tavares Filho, a sinergia entre o poder público e o setor privado é que vai garantir o sucesso da migração de Alagoas para zona livre sem vacinação.
“A gente está correndo atrás dessa mobilização com o setor privado, junto com o Ministério da Agricultura e a união dos demais estados, para dar andamento às ações que são exigidas não só pelo próprio ministério, mas também pela Organização Mundial de Saúde Animal. São ações que têm que ser cumpridas o quanto antes. Há um espaço de tempo para que a gente as consolide, para a partir daí Alagoas poder parar de vez de vacinar o rebanho. Foi uma reunião produtiva porque cada vez que a gente senta e conversa, traz alguns posicionamentos e conseguimos encontrar caminhos para dar celeridade ao cumprimento dessas ações”, destaca.
“A iniciativa privada é de grande importância, não só o setor público, para que a gente avance e evolua nesse cronograma. Tudo indica que a gente só tenha essas duas últimas etapas de vacinação esse ano aqui em Alagoas, que serão agora em maio e outra no final do ano. Mas, vai depender do resultado das ações. Talvez ocorra o bloqueio do trânsito de animais de Alagoas para outros estados livres sem vacinação durante esse período, porque o plano funciona dessa forma, mas a gente está trabalhando para tentar ver se tem alternativas para não existir esse bloqueio”, completa.
Chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal do MAPA em Alagoas, Sonia Lages lembra que o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa prevê justamente esse compartilhamento de responsabilidade entre o setor público e o privado.
“Foi uma reunião onde nós debatemos, junto com o setor privado, os itens que formam esse plano estratégico, buscando avaliar como está o andamento dessas ações, o que é fundamental. É a partir desse entrosamento, desse relacionamento, dessas ações conjuntas que nós vamos conseguir, no futuro, alcançar o sucesso com relação à execução desse plano”, prevê ela.
Fones: (82) 3217-9800 / 9818