Da teoria à prática, o zootecnista Ícaro Victor Valério de Souza Santos, instrutor, tutor e técnico de campo do Senar Alagoas, mostra que sabe o que diz e o que faz. Um dos dez vencedores do 1º Prêmio de Vídeos Educativos da Formação Profissional Rural e Promoção Social promovido pela Administração Central do Senar, Ícaro atende um grupo de 30 avicultores do município de Olho D’Água das Flores há um ano, pelo Programa Agronordeste, e os resultados da assistência técnica e gerencial são significativos, tanto no aumento da produção, quanto na maior qualidade dos produtos e conforto aos animais.
Com a chegada do programa, os produtores tiveram a oportunidade de organizar e gerenciar a produção. 90% deles sequer faziam o registro das atividades. “Primeiro foi feito um trabalho de conscientização dos produtores a respeito da importância deste registro, de maneira que sem essas anotações não teríamos como saber quanto o produto gerou de produtividade, despesas, receitas e lucro”, relembra Ícaro.
O técnico elaborou algumas planilhas de controle zootécnico e forneceu para que cada produtor fizesse o registro produtivo de suas atividades. A partir das informações coletadas, iniciou-se um trabalho de reestruturação das unidades produtivas. Os produtores de frango de corte não faziam o manejo sanitário, não dispunham de programa alimentar para os animais, cama nos galinheiros e verde na alimentação dos lotes.
“Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, houve uma diminuição do ciclo produtivo, que normalmente durava cerca de 55 dias. Hoje temos produtores fechando seu ciclo com 45 dias. O custo de produção de um frango de 3 kg ficava, em média, R$ 23,00. Com o ajuste nutricional, conseguimos baixar para R$ 17,50. Assim, um produtor que engorda em média 40 aves por mês já percebe uma diferença de R$ 220,00 a menos nas despesas e aumenta sua margem de lucro”, observa Ícaro Victor.
Produção de ovos
O técnico de campo do Senar Alagoas também encontrou diversos erros na produção de ovos, entre eles, ambientes muito claros, ausência ou número insuficiente de ninhos, falta de programa de vacinação, má qualidade alimentar e pouca coleta. A assistência técnica e gerencial contribuiu para um aumento na média produtiva de junho a setembro.
“Podemos citar o caso do produtor Paulo Bezerra, que conseguiu aumentar sua produtividade em quase 40% adotando as orientações. Saiu de uma média de 16 para 24 ovos/dia”, exemplifica Ícaro. Depois de sanado o problema da produção de ovos, o técnico começou a fazer um trabalho de redução de custos a partir da fabricação da própria ração, visto que a maioria dos produtores possui milho. O custo com ração caiu R$ 0,90 por quilo.
“Para os produtores que não têm milho, nós já iniciamos o planejamento da safra 2021/2022, com previsão de uma análise de solo para futura correção, adubação e plantio a partir das primeiras chuvas. A ideia é que, com uma boa produção de milho, tenha-se uma ótima margem de lucro, visto que a saca se encontra na casa de R$ 90,00, ou seja há a possibilidade de o produtor vender o excedente e ter um bom rendimento para o planejamento da safra seguinte”, diz Ícaro.