Evento acontece no auditório da Faeal (Fotos: Saulo Coelho/Embrapa)

Produtores alagoanos e de outros estados participam, nos dias 12 e 13, do Seminário de Produção de Grãos 2019. Promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Sebrae Alagoas, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Embrapa e Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seagri), o evento reúne especialistas de todo o Brasil, no auditório da Faeal, para discutir questões relacionadas ao cultivo e a diversificação de grãos, com foco em novas tecnologias e baixo custo.

A programação inclui 12 palestras e temas como implantação do sistema de plantio direto em solos de áreas de produção de grãos da região SEALBA (Sergipe, Alagoas e Bahia); oportunidades e desafios para o cultivo do milho em Alagoas; estratégias para o aumento da eficiência da fixação biológica do nitrogênio em soja, nas áreas de primeiro ano de cultivo; perspectivas de produção de algodão e pulses, entre outros.

“As discussões das quatro primeiras edições do seminário sempre foram focadas nos materiais disponíveis e adaptados para a região. A partir desta quinta edição, começamos a direcionar o foco para questões sobre as tecnologias e de que forma elas podem ajudar a resolver problemas enfrentados pelos produtores pioneiros na região SEALBA, a exemplo da baixa produtividade da soja de primeiro ano em algumas áreas”, exemplifica a coordenadora da Unidade de Execução de Pesquisa da Embrapa em Rio Largo, Walane Ivo.

Segundo o diretor técnico do Sebrae em Alagoas, Ronaldo Moraes, o investimento na diversificação de culturas é importante para o desenvolvimento do Estado. “Há alguns anos estamos buscando alternativas para as áreas deixadas pela cana de açúcar, num trabalho de parceria entre Governo do Estado, Sebrae, Faeal, Embrapa, empresas de fertilizantes, sementes, entre outros grandes negócios. O objetivo é fortalecer a produção de grãos que, por sua vez, acaba dando suporte para outras cadeias, como avicultura, suinocultura, bovinocultura de corte e leite”, observa o diretor.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Silvio Bulhões, Alagoas tem potencial para triplicar ou quadruplicar a área de produção de grãos nos próximos anos. “Temos diferenciais competitivos, não só por questões de solo e clima, como pela qualidade do grão que produzimos. Na questão comercial, a nossa produção se dá em momento anterior ao dos grandes estados e isso pode fazer de Alagoas um grande vendedor de sementes. Além disso, temos um consumo considerável de grãos e ainda importamos cerca de 90% do que consumimos. Tudo isso mostra que há um grande espaço para o crescimento”, avalia.

O presidente da Comissão de Grãos na Seagri, Hibernon Cavalcante, ressalta que o crescimento da produção em Alagoas tem chamado a atenção de produtores de outros estados. “Começamos com algumas centenas de hectares e hoje temos entre 6,5 mil e 7 mil ha tecnificados, ou seja, uma evolução muito grande em cinco anos, que está causando curiosidade. Estamos recebendo solicitações de novas áreas para plantio, vindas do Rio Grande do Sul ao Maranhão”, diz.

Álvaro Almeida: “Seremos um dos maiores produtores de grãos do Nordeste”

“Nós temos um solo perfeito, o incentivo do Governo do Estado para que possamos exercitar a produção de grãos, considerada tão muito importante para o produtor e o Estado de Alagoas, pois ocupa áreas ociosas, gera emprego e renda. Não tenho dúvidas de que, em breve, Alagoas será um dos maiores produtores e grãos do Nordeste brasileiro”, vislumbra o presidente da Federação da Agricultura, Álvaro Almeida.

O produtor alagoano Everaldo Tenório foi o primeiro no Nordeste a vender soja para outros estados. Na sua avaliação, o investimento na produção do grão foi assertivo. “O Nordeste tem uma deficiência muito grande de proteína e hoje eu forneço para a região, tudo isso porque passei a trabalhar com uma nova cultura, que também ajudou a melhorar a produtividade da cana e garantiu aumento de renda”, avalia.

De olho no mundo

O superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alay Correia, destaca a importância do incentivo à produção de grãos, sobretudo, pelo potencial do Brasil no cenário internacional. Uma projeção da produção de alimentos para 2026/2027 aponta que o país tem 41% de possibilidade de crescimento, percentual muito acima do previsto para a China (15%); União Europeia (12%); Estados Unidos (10%), Canadá (9%) e Rússia (7%).

“O Brasil será o país com mais chances de ocupar o mercado internacional. Enquanto outras nações já esgotaram sua capacidade de produção, nós temos tecnologia, território, todas as condições de produzir alimento para o mundo. Portanto, não há nada melhor do que assegurar que todo o setor produtivo de Alagoas seja orientado para a produção de grãos”, afirma Correia.

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