Novo secretário de Estado da Agricultura ouviu pleitos do setor em reunião realizada nesta sexta, 15, na sede da Faeal
Três dias após tomar posse como secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas, Ronaldo Lessa abriu o diálogo com o setor produtivo. Na manhã desta sexta-feira, 15, o ex-governador e ex-deputado federal ouviu os anseios de produtores e pecuaristas, dirigentes da Coopervales, Pindorama, Asplana, ACA, entre outras cooperativas, associações e sindicatos rurais. A reunião aconteceu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – e também contou com a participação de gestores da Embrapa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.
Diversos temas foram discutidos, a exemplo da carência de matadouros que incentiva o abate clandestino de animais, da necessidade de mudanças no gerenciamento do Programa do Leite, de uma política mais forte de incentivo para o setor sucroalcooleiro e de um projeto de construção e manutenção de barragens subterrâneas que garanta água durante o ano inteiro para os pequenos produtores das regiões mais secas.
A necessidade de fortalecimento da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária ganhou caráter de urgência na reunião. O Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), do Governo Federal, que tem como meta o reconhecimento do Brasil como país livre da febre aftosa, dividiu os estados em cinco blocos de transição de status sanitário. Alagoas está no terceiro bloco e precisa ser reconhecido como zona internacional livre sem vacinação em 2022, porém, Bahia e Sergipe estão no quarto bloco, cujo prazo de transição se estende até o primeiro semestre de 2023, ou seja, um ano depois. A situação preocupa, pois a Adeal não dispõe de infraestrutura ou equipes suficientes para impedir que o gado não vacinado nos estados vizinhos entre em Alagoas.
Entre os anos de 2013 e 2019, a Adeal perdeu 179 profissionais, dentre eles, 16 médicos veterinários, 11 engenheiros agrônomos, 31 técnicos agrícolas, 38 guardas sanitários e 81 auxiliares administrativos. Segundo o superintendente do Ministério da Agricultura em Alagoas, Alair Correia de Amorim, esta situação dificulta o controle da entrada de animais nas divisas do estado. “A Adeal precisa de recursos, urgentemente, e seria uma saída muito boa se o secretário conseguisse uma emenda parlamentar vinculada a investimentos na Agência”, sugere.
O presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária, Carlos Mendonça Neto, reconhece a importância da discussão sobre as necessidades da instituição. “A Adeal é importantíssima para o setor produtivo, tem um corpo técnico extremamente competente e precisa ser fortalecida. O novo secretário de Agricultura já se comprometeu a ajudar e disse que vai dialogar com o governador Renan Filho, sobre temas pertinentes à Adeal”, afirma.
O secretário
Após ouvir os representantes do agronegócio, Ronaldo Lessa garantiu lutar pelas demandas do setor. “A secretaria é um instrumento para criar meios de desenvolvimento, mas é a sociedade quem dá a resposta. Quer seja o agronegócio ou a agricultura familiar, a sociedade é quem produz e o governo deve criar as condições para que isso aconteça. Portanto, é muito importante ouvir essas pessoas do agronegócio, que estão preocupadas com a produção, mas também com a elevação da riqueza do Estado. Eu senti aqui que há uma preocupação com Alagoas, com a qualidade de vida seu povo, e não há possibilidade de querer que Alagoas dê um salto de qualidade sem pensar neste segmento”, ressalta o secretário.
Lessa ressaltou que o foco não pode ser apenas na indústria, como também nos produtores locais e isso também passa pelo fortalecimento do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável. “Nós trazemos a água de coco da Ásia, por outro lado, nós precisamos melhorar tecnicamente com pesquisa e acompanhamento. Para o Estado, que tem a obrigação de dar respostas à sociedade, é uma situação difícil, mas nós temos que acreditar”, diz.
Para Álvaro Almeida, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas, a pré-disposição do novo secretário em dialogar é um indício de que o diálogo será fortalecido. “Ronaldo Lessa ouviu aqui diversos produtores, representantes de diversas instituições que tratam do agronegócio, quatro ex-secretários de Agricultura e se expressou no sentido de permanecer próximo ao nosso segmento para que possa, junto ao governador Renan Filho, fazer com que o agro alcance o seu lugar, contribuindo cada vez mais com o desenvolvimento socioeconômico do Estado”, comenta o presidente da Faeal.