Presidente da Faeal entrega pauta de reivindicações (foto: Josué Seixas/Fiea)

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, veio a Maceió conversar com empresários sobre a agenda econômica do Governo Federal e retornará a Brasília com uma pauta de reivindicações do setor agropecuário alagoano. O documento foi entregue nesta quinta-feira, 3, pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, antes da palestra de Mourão, na sede da Federação da Indústria e Comércio – Fiea.

Em defesa dos produtores do setor sucroalcooleiro, Álvaro Almeida formaliza o pedido para que o Governo Federal concretize o processo de implantação da sistemática de venda direta de etanol hidratado aos postos de combustíveis, suspenda a isenção do imposto de importação do etanol dos Estados Unidos ou adote medidas que reduzam os efeitos negativos desta isenção para os produtores nacionais, especialmente os do Nordeste brasileiro.

O presidente da Faeal destaca que os governos passados estimularam o aumento descomunal da produção de etanol, a partir de compromissos internacionais, e a incapacidade de garantir o devido escoamento do combustível causou um impacto devastador sobre os preços de todo o setor sucroalcooleiro.

“Em Alagoas, a produção declinou mais de 40% neste que é o setor mais importante da agropecuária local. Diante da crise, a possibilidade da venda direta aos postos insere-se na política de remoção de intermediários, propiciando melhor remuneração ao setor produtivo. Por outro lado, as condições especiais para a importação de produto estrangeiro acarretam uma interferência muito negativa aos produtores, com recalque de preços, sobretudo na nossa região”, argumenta Almeida.

Pecuária
O ofício entregue ao vice-presidente da República também traz demandas para o crescimento da pecuária. Dentre elas, a volta imediata do subsídio do milho da Companhia Nacional de Abastecimento para o Nordeste; a regularização da oferta de milho pela Conab; a isenção do PIS e Cofins do farelo de soja pra a bovinocultura, nos moldes já adotados pela suinocultura e avinocultura; e a garantia de participação do Governo Federal no Programa do leite, em parceria com o Estado de Alagoas.

“A bovinocultura de leite, em Alagoas, passa por um processo de grande dificuldade por conta da defasagem dos preços em relação aos custos. É necessária a implantação de ações que possam diminuir os preços dos insumos, para que a atividade consiga se manter e progredir”, argumenta o presidente da Faeal.

Álvaro Almeida lembra, ainda, que o Programa do Leite foi implementado com a participação do Governo Federal e a sua manutenção depende da regularidade no repasse de recursos para Alagoas. “Trata-se de um programa de grande alcance social, que atende cerca de 80 mil famílias com o leite produzido por mais ou menos 4 mil pequenos produtores, e que contempla os 102 municípios do estado”, ressalta.

Mais demandas
O ofício assinado pelo presidente da Faeal contém outras demandas do setor agropecuário, como a disponibilização imediata de internet gratuita ou com tarifa social na zona rural alagoana, para que os empreendedores possam se comunicar de forma mais ágil com os órgãos governamentais; o apoio do Governo Federal para a conclusão as obras do Canal do Sertão; o fortalecimento da unidade da Embrapa em Alagoas; e a criação de um programa de financiamento de barragens subterrâneas para o semiárido alagoano.

Visita da ministra
Esta é a segunda vez que Álvaro Almeida oficializa as reivindicações do setor agropecuário alagoano junto ao Governo Federal, em 2019. No último mês de abril, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também esteve em Maceió e recebeu a pauta de solicitações.

 

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