Intenção é auxiliar produtores na definição de estratégias de convivência com a seca

Técnicos do Instituto CNA e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) testam 18 variedades de plantas na Unidade de Referência Tecnológica do Projeto Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável, instalada no município alagoano de Batalha, a 180 km da capital Maceió. A URT é uma das 13 distribuídas entre o Nordeste e o norte de Minas Gerais. Os profissionais trabalham na identificação de forrageiras que se adaptam melhor ao clima de cada região, com o objetivo de oferecer novas fontes de alimento para os rebanhos.

Iniciado em julho de 2017, o projeto tem dois anos de duração e é fruto de uma parceria entre o Sistema CNA e a Embrapa.  Em Alagoas, a área de um hectare para instalação da URT foi cedida pelo Governo do Estado e está localizada no Parque de Exposições Mair Amaral.

Os pesquisadores e técnicos analisam seis variedades de capim (gramíneas perenes); seis de milho, sorgo e milheto (gramíneas anuais); quatro variedades de palmas e duas de leguminosas. Elas são avaliadas quanto ao seu estabelecimento e produção de forma solteira e consorciada.

“Observamos a capacidade das plantas de suportar o período de seca e voltar a produzir forragem com qualidade após a estiagem. Ao final, recomendaremos aos produtores utilizarem os materiais que se comportarem mais adequadamente de acordo com as características climáticas da região, o tipo de produção e a expectativa de produtividade do pecuarista”, explica Ana Carolina Mera, assessora técnica do Instituto CNA e coordenadora do projeto.

Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Alagoas – Sindileite –, André Ramalho, o maior desafio para os produtores do semiárido é justamente reduzir as despesas com alimentação dos animais em lactação e, principalmente, para a recria. “No período seco você praticamente tem o dobro de animais em recria, que é a sua reposição. O concentrado vem todo de fora, farelo de soja, milho, o aumento do dólar dificulta ainda mais a situação. Então, se temos opções de forragem para diminuir o percentual do concentrado na dieta da vaca, esse problema deixa de existir”, avalia.

Os produtores do semiárido alagoano são responsáveis por cerca de 85% do leite produzido no estado. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Ávaro Almeida, o projeto atende não apenas aos pecuaristas, mas a toda a sociedade. “Quando você produz com menor custo, viabiliza o desenvolvimento da economia, mas é preciso que o produtor esteja disposto a inovar, se adeque aos avanços das tecnologias para produzir mais, investindo menos”, ressalta.

 

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