A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – sediou, nessa quarta-feira, 15, o Seminário Inovação no Semiárido: a experiência de Israel. Promovido pelo Sebrae AL, o evento apresentou e abriu discussões sobre as possibilidades de replicar, no semiárido alagoano, o exemplo de gestão, investimento em tecnologia e educação que fizeram do país do Oriente Médio o mais avançado do mundo em irrigação agrícola, mesmo possuindo solo desértico.
O presidente da Faeal, Álvaro Almeida, ressaltou a importância da realização do seminário no exato momento em que a Assembleia Legislativa de Alagoas discute a necessidade da conclusão das obras do Canal do Sertão e da construção de barragens subterrâneas no semiárido.
“Nós, da Federação da Agricultura e do Senar, que provocamos essas discussões, já nos sentimos realizados. O resultado não nos pertence, mas o estado foi provocado e nós continuaremos acompanhando. Já demos a sugestão ao governador Renan Filho, pois gostaríamos de participar da gestão, não como gestores principais, mas num grande conselho fiscalizador, que também possa sugerir, contestar, contribuir com o desenvolvimento de Alagoas”, afirma Almeida.
Israel é um exemplo de que tudo depende de uma gestão eficiente. Superou as adversidades e hoje exporta cerca de 80% do que produz no campo, onde mais da metade das terras são irrigadas com água de reuso. Segundo Diego Berger, coordenador de projetos internacionais da Mekorot, empresa de abastecimento israelense, o primeiro passo é educar as pessoas para que dêem o valor necessário à água.
“Nós costumamos dizer que Israel foi abençoada pela falta de recurso. Não há mais água natural e metade do que utilizamos na agricultura vem do esgoto, pois somos o país que mais reutiliza. E aí é que está a importância de uma boa gestão, que, além de educar a população, também deve reduzir as perdas e utilizar bem os recursos”, analisa Berger.
O presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae em Alagoas, Zezinho Nogueira, reforça a importância da troca de experiências com Israel, sobretudo no que diz respeito à gestão. “Temos muitas das tecnologias presentes em Israel e podemos trazer outras, mas o ponto principal deles é a gestão em tudo o que fazem, e é isso o que queremos trazer, essa experiência na gestão da agricultura e dos recursos hídricos”, comenta Nogueira.