O horticultor Romério Agra de Melo encontrava-se em uma área restrita de produção, no povoado Lagoa Queimada, município de Olho D’Água das Flores, sertão de Alagoas. Cultivava algumas folhosas, tinha o objetivo de diversificar os produtos, mas não sabia o que produzir a mais, nem como gerenciar o negócio.
Com a pandemia de covid-19, Romério continuou as entregas em restaurantes e supermercados. Inicialmente, sua economia não foi diretamente afetada, mas o fornecimento de mudas oriundas do município de Arapiraca ficou comprometido por conta das barreiras sanitárias, o que dificultou o plantio de folhosas como alface e couve, as principais em sua horta.
As demandas continuavam a chegar, e a oferta em declínio. Com as orientações da assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do Programa Agronordeste, Romério conseguiu produzir suas próprias mudas – antes disso, ele nunca havia tido sucesso na germinação.
“A área foi aumentada. Hoje ele produz tomate, beterraba, cenoura, continua com as folhosas como coentro, couve e alface, montou uma estufa para produzir suas mudas e um sistema de irrigação”, relata a engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas, Tatiana Salvador, responsável pelo atendimento ao produtor.
Segundo o horticultor, a assistência técnica também foi importante para o controle de pragas. “Tinha um ataque de borboletas e lagartas na couve, a técnica do Senar Alagoas me orientou a utilizar uma armadilha com casca de ovo e a situação melhorou. A gente tem que lidar com muitas pragas aqui e essa orientação ajuda a garantir a produção, com soluções naturais para quem produz sem o uso de agrotóxico”, diz Romério.
Aos poucos, o sonho de Romério começa a se tornar realidade. Suas entregas são constantes, a renda e a procura por seus produtos aumentaram, o horticultor está se tornando referência no município.