Técnicos do Senar Alagoas e da Emater participaram, nos dias 15 e 16, de um curso de formação do Programa Estadual de Educação Sanitária (PEES), em conjunto com o Núcleo de Defesa Vegetal (CNDA), da Adeal. A formação teve como objetivo capacitar multiplicadores no combate à Sigatoka Negra, mais conhecida como “doença da bananeira”. Com módulo teórico aplicado na sede do Sistema Faeal/Senar, em Maceió, o curso também contou com atividade prática, em campo, no município de Porto Calvo.
“Essa ação integrada é de extrema importância para o setor produtivo agropecuária, já que a iniciativa reúne técnicos que atuam nas regiões de cultivo da banana em nosso estado. Juntos, Senar, Adeal e Emater podem fazer muito mais pelos produtores dessa cultura distribuídos em todas as regiões do nosso estado”, destacou o presidente do Sistema Faeal/Senar, Álvaro Almeida.
A capacitação permite que os técnicos usem os conhecimentos específicos adquiridos na identificação da Sigatoka Negra em campos produtivos de banana, levando informação aos produtores. A doença já foi identificada em 12 municípios alagoanos, por isso a necessidade de um intenso trabalho técnico junto a todos os que compõem a cadeia produtiva da banana.
“A nossa principal arma é fazer a identificação precoce da doença, fazer a notificação aos órgãos de controle e proceder as ações de combate à propagação da Sigatoka em nosso território”, afirma Maria José Rufino, chefe do Núcleo de Defesa Vegetal da Adeal.A formação teve carga horária de 16h, com a participação das equipes da Adeal, Senar, Emater e ainda profissionais da Ufal e do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
“O intercâmbio de conhecimento entre todas as instituições envolvidas é de fundamental importância preparar as equipes que lidam diretamente com os produtores. Com isso, vamos aumentar o número de notificações, otimizar o mapeamento das regiões atingidas e possibilitar um maior controle da doença”, informa a superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres.
Sobre a Sigatoka Negra
A Sigatoka Negra é uma das doenças mais graves que acomete a bananeira, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet (Pseudocercospora fijiensis), podendo apresentar até 100% de perdas onde o controle não é adotado. A disseminação do agente causador da doença ocorre pelo vento, por mudas infectadas e folhas doentes erroneamente utilizadas para proteção dos frutos durante o transporte do produto para comercialização.
O fungo também pode ser disseminado pela roupa de pessoas que entram em plantações infectadas, através das caixas de embalagem e restos da cultura. Formar multiplicadores é essencial para fornecer aparato técnico, legal e de educação fitossanitária sobre a Sigatoka Negra.
Com o curso, os técnicos estarão aptos à pronta identificação de sintomas e imediata notificação de suspeitas da doença, bem como à disseminação da informação e sensibilização dos produtores e demais envolvidos com a cadeia produtiva da banana.
Esse público-alvo que lida diretamente com o produto também é importante na observação/notificação de sintomas, adoção de boas práticas agrícolas, condutas corretas para prevenção (em regiões sem ocorrência) e controle (em regiões com ocorrência). Todas essas medidas visam mitigar o avanço da doença e evitar maiores prejuízos à atividade econômica do cultivo da banana em Alagoas.