Para Álvaro Almeida, a falta de alimentos prejudicaria a saúde das pessoas e aprofundaria uma crise sem precedentes

Álvaro Almeida: “Mais uma vez o setor produtivo rural mostrará sua importância”

O isolamento social e a paralisação de eventos que ensejem a aglomeração de pessoas tem sido a melhor estratégia de contenção da pandemia do Covid-19 em todo o mundo. Governos e sociedades responsáveis têm adotado este caminho, porém, alguns segmentos essenciais não podem deixar de funcionar plenamente, a exemplo de toda a cadeia da saúde e das atividades de produção e comercialização de alimentos.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, a produção de alimentos precisa continuar acontecendo de forma protegida. “Mais uma vez o setor produtivo rural demonstrará a sua importância para a manutenção da estabilidade econômica e o seu compromisso com a saúde e a vida das pessoas, que também serão prejudicadas se houver falta de alimentos ou irregularidades no abastecimento. Seria o aprofundamento de uma crise sem precedentes”, observa Almeida.

Uma pesquisa realizada pela Neogrid, empresa de tecnologia que monitora pedidos do varejo para a indústria, aponta uma redução de produtos nas prateleiras dos supermercados de todo o país, pois muitos brasileiros têm estocado alimentos e itens de higiene e limpeza por causa do coronavírus. O estudo, divulgado pela Agência Estado, revela que o desabastecimento nas prateleiras chegou a 11,3% no último sábado, 14, em cerca de 20 mil lojas. Alimentos básicos, como leite em pó, longa vida, massas e açúcar estão na lista dos mais procurados e enfrentam escassez.

O avanço do coronavírus em Portugal e na Espanha também provocou uma corrida aos supermercados. Em Madri e outras cidades, estabelecimentos comerciais fecharam as portas por falta de mercadorias. Além dos alimentos, os europeus estocam água mineral e papel higiênico.

Nessa quarta-feira, 18, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – divulgou uma nota em defesa da manutenção da produção e comercialização de alimentos. “Esperamos que o Governo assegure que a cadeia de abastecimento seja protegida e garantido o seu funcionamento, com regras adequadas e com o suporte econômico que for necessário. E que as autoridades estejam atentas para impedir qualquer tentativa de manipulação ou especulação por parte de maus brasileiros”, diz a nota, assinada em conjunto com as federações da agricultura de todo o país.

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