Dados foram apresentados à imprensa durante entrevista coletiva na sede da CNA, em Brasília

Com informações da Assessoria de Comunicação CNA

Uma safra maior de grãos, com clima mais favorável, crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e uma alta de 4,3% no Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade agropecuária dentro da porteira. Essas são as estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para 2019.

O setor agropecuário foi prejudicado em 2018 pelo ambiente institucional, em razão da greve dos caminhoneiros e do tabelamento do frete, fatores que provocaram a alta dos preços dos alimentos e dos fertilizantes. Os produtores também conviveram com o clima desfavorável, o aumento dos custos de produção e a queda dos preços e de rentabilidade. No entanto, o setor foi destaque nas exportações, com receita de US$ 93,3 bilhões de janeiro a novembro, alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado, respondendo por 42% das vendas externas totais do país e 7,2% das exportações mundiais.

O aumento consolida o Brasil na terceira posição entre os maiores fornecedores de alimentos do mundo. Os produtos de maior destaque em 2018 foram soja em grãos, celulose, farelo de soja, carne de frango e açúcar de cana. Os destinos principais das exportações do agro brasileiro foram China (29%), União Europeia (17,2%) e Estados Unidos (6,7%).

“A agropecuária brasileira hoje produz para alimentar mais de 1,2 bilhão de pessoas, ou seja, se a população brasileira são 240 milhões de pessoas, nós temos uma sobra que precisa ser colocada lá fora. Então, nos últimos 12 meses, nós reforçamos a nossa área internacional pois sabíamos da necessidade de uma ação mais direta no exterior”, observa o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins.

“Avançamos muito este ano, o Brasil conseguiu fechar 10 acordos comerciais. Mas a Coreia do Sul conseguiu 18, o Japão 15 e o México 16. Esse exemplo mostra não apenas o número de acordos, mas também a quantidade de países envolvidos. Em 2019, vamos diversificar a pauta exportadora, incluir pequenos e médios produtores no processo de exportação, dar celeridade às negociações de acordos fitossanitários e fortalecer as relações comerciais com países asiáticos”, afirma Lígia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA.

A agropecuária também deu importante contribuição na geração de empregos, com um saldo positivo de 74,5 mil postos de trabalho, 10% do total, sendo o quarto segmento que mais ofertou vagas no país.

Culturas – Algodão, soja, etanol, celulose e flores agrícolas tiveram bom desempenho em 2018 no que se refere à produção, preços e exportações. O milho, apesar dos preços melhores, teve queda de produção e nas exportações. Na pecuária, apenas o segmento de carne bovina registrou crescimento na produção, nos preços e nas exportações.

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve fechar 2018 com queda de 1,6% em relação a 2017. O setor foi bastante prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros, que encareceu o preço dos insumos agropecuários e afetou a comercialização da produção primária (dentro da porteira), que deve ter recuo de 4,2% por causa de problemas climáticos e da queda dos preços.

Perspectivas 2019

As expectativas para o próximo ano são de uma safra de grãos maior que a deste ano, cuja colheita totalizou 228 milhões de toneladas, por conta do clima favorável e a incidência do El Niño. A produção de soja na safra 2018/2019 deve crescer 6% em relação à safra anterior, com boas condições climáticas em praticamente todos os estados. As previsões da CNA também são otimistas para o milho segunda safra e algodão.


Na parte internacional, a Confederação volta suas expectativas, dentre outras ações, para a conclusão dos acordos comerciais em negociação com Coreia do Sul, México, Canadá e outros mercados, com medidas que promovam a facilitação do comércio, remoção de barreiras sanitárias e fitossanitárias e a redução de tarifas. 


Já no cenário político, a CNA avalia ser necessária a conclusão das reformas tributárias e da previdência no novo governo para permitir o crescimento do setor. Outros pontos importantes para 2019 são a melhoria nas condições de infraestrutura e logística, segurança no campo, introdução de marcos regulatórios e a ampliação da assistência técnica e gerencial para produtores com o objetivo de propor a melhoria da renda do setor agropecuário.

 

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