O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagos – iniciou o trabalho de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – para uma turma de 30 apicultores do município de União dos Palmares, zona da mata do estado, a 114 quilômetros da capital Maceió. O objetivo é levar novos conhecimentos para que os produtores rurais possam fortalecer o negócio, gerar mais empregos e renda na região. A assistência se dá por meio de um programa de incentivo, no qual, a cada R$ 1,00 investido pela regional do Senar, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – investe mais R$ 1,00.
A assistência está em fase inicial, o primeiro passo foi o levantamento de informações técnicas e a criação do inventário de recursos. Nele estão contidas as quantidades de melgueiras, colmeias, macacões, pares de botas e outros itens necessários para a produção.
“Também realizamos o cadastro do produtor na plataforma Sisateg, sistema desenvolvido pela CNA como o intuito de monitorar os dados da assistência técnica e gerencial, onde estão reunidas todas as informações coletadas em campo para o acompanhamento e análise das propriedades atendidas”, comenta o supervisor de ATeG do Senar Alagoas, Sidney Rocha.
Agora, o trabalho está focado no planejamento estratégico produtivo. “Vamos traçar metas para que o produtor aumente sua produtividade e em consequência sua renda. Posteriormente, entraremos na fase de manejo pré-safra, com a troca de cera e a introdução de melgueiras nas caixas que já estão em prontas para iniciar a primeira safra. Elas ficam prontas para a retirada do mel em um tempo de médio de 15 dias, porém, fatores como condições climáticas, dos enxames e o material genético das colméias podem interferir neste processo de produção”, explica o técnico de campo responsável pelos atendimentos, Filipe Cavalcante.
No povoado Sueca, o apicultor Adriano Gomes Ferreira trabalha com a apicultura de forma artesanal, em uma propriedade de difícil acesso. Ele enxerga na presença do técnico de campo do Senar Alagoas uma grande oportunidade de melhorar as técnicas de produção e manejo. “A gente sempre está aprendendo, quando algo está errado, ele nos ensina o certo”, pontua o produtor rural.
INFORMAÇÃO IMPORTANTE: por ausência de interessados, a sessão de abertura de envelopes, prevista para o último dia 14.10, foi remarcada para o próximo dia 21.10, às 9 horas.
Clique aqui para conferir o aviso de licitação. E aqui para acessar o edital.
Contratação dos serviços de administração, gerenciamento e fornecimento do benefício de VALE ALIMENTAÇÃO, na forma de cartão com tarja magnética e chip para aprovação das transações, com gerenciamento via WEB, a serem utilizados em restaurantes ou estabelecimentos comerciais de gênero alimentício ou similares, em todo território nacional, para os empregados do SENAR/ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE ALAGOAS.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – sediará, nos dias 29 e 30 de outubro, o Seminário Meteorologia por Satélite Aplicada à Agricultura e o Treinamento sobre Uso de Produtos de Satélites Aplicados à Agricultura. Os eventos são realizados pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites – Lapis – e voltados para engenheiros, agrônomos, técnicos e produtores rurais, meteorologistas, ambientalistas, geólogos e hidrólogos envolvidos no gerenciamento de recursos do solo.
O seminário terá a participação de palestrantes da Agência Europeia para Exploração de Satélites Meteorológicos – Eumetsat –, do Lapis e do Sebrae. O objetivo é auxiliar os profissionais envolvidos com o setor agrícola a entender melhor os produtos derivados de sensores remotos, na aplicação da informação agrometeorológica, com foco na melhoria da eficiência da produção agrícola, contribuindo para um ambiente sustentável.
Já o treinamento visa capacitar lideranças do setor agrícola para elaborar produtos de satélites que contribuam para o planejamento dessa cadeia produtiva, no estado de Alagoas, por meio do software QGIS. Para participar, basta ter conhecimentos básicos de informática.
Inscrições O investimento para participar do seminário e do treinamento é de R$100 – pagamento por meio de boleto ou cartão de crédito. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o próximo dia 18 de outubro. confira mais informações e se inscreva no site do evento.
Parceria com a Prefeitura do Município deve impulsionar a qualificação da população do campo
O Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – inaugurou um Centro de Formação Profissional
Rural no município de Penedo. A solenidade aconteceu na manhã desta terça-feira,
23, e foi marcada pela entrega dos diplomas de 11 formandos do Curso Técnico em
Agronegócio.
Resultado de uma parceria entre o Senar AL, a Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, o Sindicato dos Produtores Rurais e a
Prefeitura de Penedo, que cedeu o imóvel, o novo centro de capacitações tem o
objetivo de fomentar o desenvolvimento das atividades agrícolas, agropecuárias,
de carcinocultura, piscicultura, caprinocultura, apicultura, artesanato e
culinária, com foco na geração de renda, em especial, para populações do campo.
Segundo o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, a parceria entre o Sindicato Rural e a Prefeitura de Penedo passa a ser um referencial para outros municípios. “Este é um exemplo que o nosso presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Penedo, Murilo Rezende, está dando. Neste momento de dificuldades, de restruturação e reinvenção do nosso sistema, essa parceria significa dizer que, em Penedo e na região, a nossa Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) continua forte, a nossa Federação da Agricultura continua forte e o nosso sindicato rural sendo reconhecido”, comenta.
O presidente da Faeal também ressalta a importância da atuação da Prefeitura de Penedo, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura. “Temos a certeza de que se outras prefeituras seguirem este exemplo e apoiarem o Senar com a cessão de espaços para os treinamentos, teremos a possibilidade de capacitar muito mais alagoanos e contribuir ainda mais com o desenvolvimento do Estado de Alagoas”, reconhece Álvaro Almeida.
A nova sede tende a impulsionar o trabalho do Senar em Penedo e região, onde, nos últimos cinco anos, cerca de 300 cursos já foram ofertados, o que significa a qualificação profissional de aproximadamente 5 mil pessoas. “Eu acredito que, no Brasil, há poucas parcerias como esta, entre município e sindicato. Este é um grande passo não apenas para a população rural, mas para a sociedade de um modo geral. Agora nós temos um endereço fixo e isso nos aproxima ainda mais da comunidade”, comemora o presidente do Sindicato do Produtores Rurais de Penedo, Murilo Rezende.
Para o secretário de Agricultura de Penedo, Manoel Messias Lima, a inauguração do Centro de Formação Profissional Rural é um marco na história da agricultura da região do Baixo São Francisco e, especialmente, do município. “Há 18 meses estamos realizando diversas atividades para a geração de emprego e renda, em parceria com várias instituições, mas o Senar é o nosso parceiro número um, pois qualifica o nosso produtor. Agora, inauguramos esta sede, a primeira no interior do estado. Isso mostra que estamos no caminho certo, buscando parcerias para melhorar a qualidade de vida da comunidade do campo”, afirma.
“Este é um prédio público cedido sem restrição de tempo, pois o município entende que esta parceria é vital para a qualificação de mão de obra. Não adianta ter recursos financeiros e projetos, se não houver pessoas preparadas. Este é um dos grandes problemas do Brasil, a necessidade de capacitação de profissionais para as atividades econômicas, e o Senar tem realizado um trabalho importantíssimo, por meio da oferta de inúmeros cursos de qualidade”, reconhece Francisco Sousa Guerra, procurador-geral do município de Penedo.
O projeto de construção de barragens subterrâneas no semiárido alagoano tem tudo para sair do papel. Nesta quinta-feira, 18, representantes de instituições públicas e privadas se reuniram na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, em Maceió, para discutir uma grande parceria com o objetivo de disseminar a tecnologia social capaz de armazenar água o ano inteiro e beneficiar pequenos produtores rurais das regiões mais secas do estado.
A reunião foi presidida pelo vice-presidente da Faeal, Edilson Maia, e provocada pela Embrapa Solos, responsável pelo ZonBarragem, estudo de mapeamento das áreas com potencial para construção de barragens subterrâneas em Alagoas. A pesquisa é inédita no semiárido brasileiro e considerada norteadora para ações governamentais, mas precisa de apoio para ser concluída. Por conta da crise econômica, dos R$120 mil de verbas federais previstos para este ano, somente R$12 mil foram repassados para o projeto.
O próximo passo é validar o mapa com as zonas propícias para construção das barragens. Para isso, pesquisadores da Embrapa Solos precisam visitar as microrregiões delimitadas no estudo, verificar a situação das barragens já construídas, entrevistar técnicos e produtores rurais para fechar um diagnóstico.
“O mapa validado deveria ter sido entregue ao governo em março, mas a gente ainda não conseguiu finalizar por falta de recursos. Quem trabalha com barragens sabe que o período propício para construção é entre setembro e meados de dezembro, por questões climáticas. Isso significa dizer que, se não acelerarmos o projeto, perderemos mais um ano”, alerta a pesquisadora da Embrapa Solos, Maria Sônia Lopes da Silva.
Responsabilidades
Durante a reunião, ficou definido que o Governo de Alagoas capitaneará um programa de construção de barragens subterrâneas que contará com a parceria de instituições com a própria Embrapa, Sebrae, o Serviço Nacional de Aprendizagem rural – Senar AL – e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – Fapeal.
“A Secretaria de Estado de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Semarh) atuará na segurança hídrica, na construção das barragens. Após a implantação, a Secretaria de Estado da Agricultura dará todo o suporte aos produtores, com insumos e equipamentos para que, a partir da reserva de água, eles possam conduzir suas atividades produtivas”, explica o secretário interino de Estado da Agricultura, Silvio Bulhões.
O secretário executivo de Gestão Interna da Semarh, Alex Gama, apresentou um projeto para a construção de 50 barragens subterrâneas até dezembro de 2020. A proposta envolve a seleção de locais, visitas de campo, execução e construção das barragens. O orçamento previsto é de R$1,9 milhão. Gama também garantiu o repasse de R$40 mil para auxiliar a Embrapa Solos a concluir a validação do mapa. “Temos o recurso e estamos verificando a melhor forma de fazer a alocação, administrativa e juridicamente”, ressalta o gestor da Semarh.
Outros apoios
O Senar e o Sebrae em Alagoas devem contribuir no projeto com a capacitação de mão de obra e na própria construção das barragens subterrâneas. As duas instituições realizaram um projeto piloto no município de São José da Tapera, por meio do programa Sertão Empreendedor e a barragem, capaz de garantir o sustento de pelo menos cinco famílias, virou modelo para o estado.
“Teremos uma nova conversa com a Embrapa e a Semarh para
entrar na execução dessas 50 barragens projetadas pelo Governo. Após a
construção, a ideia é trabalharmos com os produtores, capacitando-os dentro da
atividade que eles estiverem explorando”, comenta o superintendente do Senar
Alagoas, Fernando Dória.
“Nós entramos com capacitação técnica, treinamento, e esta
pode ser uma parceria muito produtiva não só para resolver a questão da água,
mas também da produção, por meio de uma solução completa, com investimentos
para que se tenha água disponível, avaliação da vocação da propriedade e do
mercado, para que o produtor tenha renda. Este é o objetivo final”, pondera o
diretor técnico do Sebrae AL, Ronaldo Moraes.
O apoio também vem da Assembleia Legislativa. A deputada estadual Fátima Canuto (PRT) protocolou, este mês, um projeto para a construção das barragens subterrâneas no semiárido alagoano e o governador Renan Filho autorizou a execução de 20. “Mesmo com redução de aproximadamente 60% nos índices de precipitação pluviométrica, as barragens, onde já se procedeu o cultivo, vêm sustentando adequadamente a produção agrícola, fixando o homem no campo e evitando o êxodo rural com a produção de alimentos saudáveis e a geração de trabalho e renda”, justifica a parlamentar no projeto.
Toda esta soma de
esforços se deu a partir de uma provocação da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Alagoas. Segundo o vice-presidente da Faeal, Edilson
Maia, o interesse do setor político deu um novo rumo ao projeto. “Isso viabilizará
o armazenamento de água nas regiões mais necessitadas, tanto para consumo
quanto para a produção de alimentos. Trata-se, portanto, de uma iniciativa de
extrema relevância social e a Federação se soma às outras instituições para
encontrarmos o melhor caminho e realizarmos este grande projeto”, comenta.
Diversificação de serviços gera receita e contribui com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida do produtor rural, seus familiares e da população da região
Consultórios médicos e odontológicos; exames laboratoriais;
ultrassonografias; eletroneuromiografia; cintilografia e ressonância magnética.
Acredite: esses e outros serviços são ofertados na sede do Sindicato dos
Produtores Rurais do município de Arapiraca, interior de Alagoas. Exemplo de
gestão e diversificação de receita, o sindicato apostou nos atendimentos de
saúde, a preços 30% mais baratos, e a estratégia deu certo.
Hoje, cerca de 250 pessoas circulam nos corredores e salas do Sindicato
Rural de Arapiraca, diariamente. Elas são atendidas por psicólogos, odontólogos
e médicos ou realizam exames. Ao todo, 152 profissionais se revezam nos
atendimentos e as especialidades são diversas. Angiologia; cardiologia; mastologia;
pneumologia; cirurgia geral; gastrologia; endocrinologia; urologia; nefrologia;
ginecologia; oftalmologia e psiquiatria são alguns exemplos.
A infraestrutura confortável, a tecnologia de ponta e os preços mais
acessíveis das consultas atraem pessoas de Arapiraca e outras cidades. O
autônomo Ronaldo Nicolau da Silva, 35 anos, saiu do município de Campo Grande e
viajou 32 quilômetros, com a esposa e os dois filhos, dentre eles Valentina, uma
bebê de 10 meses de vida, para que o pequeno Ronald, 9 anos, pudesse ser
avaliado por um ortopedista. “Trouxe ele por indicação do pessoal lá da minha
cidade. Além disso, eu já tinha vindo aqui com a minha mãe e ela foi muito bem
atendida, sem contar que os preços são melhores do que em outros lugares”, comenta
Ronaldo.
Benefícios para os produtores
“Esse trabalho, que hoje é destinado para toda a sociedade, também é
revertido em benefícios para os nossos produtores rurais de Arapiraca”, atesta o
presidente do sindicato, José Adailton Barbosa Lopes. Os preços atrativos são
para todo e qualquer cidadão, porém, os produtores em dia com a contribuição
sindical rural ainda dispõem do benefício de poder pagar as consultas e exames em
até quatro parcelas, a depender do valor do serviço. Além disso, têm acesso gratuito
a assistência judiciária e contábil.
O exemplo de gestão chamou a atenção do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, e de presidentes de sindicatos de produtores rurais de outros municípios. Na última quarta-feira, 10, eles visitaram as instalações e trocaram ideias com os gestores de Arapiraca. A intenção é que a experiência seja replicada em outras cidades, respeitando-se a particularidade de cada sindicato.
“Arapiraca encontrou uma forma de sobreviver e contribuir com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida do produtor rural, seus familiares e da população da região, sem depender da nossa contribuição sindical rural, que não é mais obrigatória. Isso corrobora as discussões que temos tido dentro do Sistema CNA Brasil. Precisamos nos reinventar e o Sindicato de Arapiraca fez isso antes mesmo do fim da obrigatoriedade da contribuição”, observa Álvaro Almeida.
O governador Renan Filho e o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, assinaram, na manhã desta quinta-feira, 11, a instrução normativa que suspende a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no leite in natura de Alagoas que será vendido para a industrialização em Sergipe. Para receber o benefício de não pagamento do ICMS em Alagoas, o produto, após industrializado, deve voltar ao destino de origem no prazo máximo de 90 dias, para ser comercializado.
A suspensão do ICMS no repasse do leite in natura atende ao
pleito da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e do
Sindicato dos Produtores de Leite (Sindileite). A estimativa é beneficiar cerca
de 12 mil produtores, em 28 municípios da bacia leiteira alagoana.
“A cadeia produtiva do leite em Alagoas é uma das principais atividades exercidas no interior do estado e gera renda em cidades que dependem quase que exclusivamente desta atividade. Nós intensificamos os trabalhos e fazemos o entendimento com outros estados para que esta cadeia siga com competitividade para produzir o leite e gerar emprego e renda”, afirma o governador Renan Filho.
Segundo o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, a suspensão
do ICMS é importante, sobretudo, pelo momento de crise em que vive a cadeia
produtiva do leite, com redução de cerca de 40% nos valores pagos ao produtor.
“Além disso, há as dificuldades decorrentes da seca,
que reduziram consideravelmente as áreas plantadas de palma forrageira,
indispensável à sobrevivência do rebanho. Por outro lado, o aumento nos preços
dos demais insumos, como concentrados, sais minerais, energia e combustível,
vem desequilibrando financeiramente o produtor”, observa Almeida.
O presidente do Sindileite, André Ramalho, ressalta que a
medida chega logo após o Governo de Pernambuco decidir sobretaxar em 6% o leite
in natura o leite alagoano. “Existe uma possibilidade de a indústria
pernambucana deixar de captar esse leite de Alagoas. Isso seria uma tragédia
para nós, por que esse leite não é consumido aqui. Por isso, nós provocamos o
Governo de Alagoas, Sergipe abriu as portas e, hoje, a gente põe fim a uma
angústia de produzir e não ter como escoar a produção”, comemora Ramalho.
Para o representante da Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de Sergipe (Faese), Dênio Leite, o acordo representa a possibilidade
de crescimento do parque industrial de laticínios naquele estado. “Os
laticínios em Sergipe têm uma capacidade de processar até 800 mil litros por
dia, mas não processam, pois não dispõem desse volume de leite. Por meio desta
parceria com Alagoas, o nosso parque passa a ganhar na mão de obra, que não
fica ociosa. O laticínio sergipano começa a explorar mais o seu potencial e o
Governo de Sergipe também ganha, na geração de ICMS com essa operação da
transformação e venda da mão de obra da indústria”, avalia Dênio.
Segundo o secretário de Estado da Fazenda de Alagoas, George Santoro, o objetivo é fortalecer a parceria com outros estados do Nordeste. “Há uma região no Nordeste, envolvendo o sertão de Alagoas, Bahia, Sergipe e Pernambuco, que é uníssona e possui uma grande bacia leiteira em todos os estados. Damos um tratamento igualitário a toda essa região, portanto, da mesma maneira que o produtor alagoano venderá leite pra Sergipe com suspensão de ICMS, o sergipano também poderá vender para nós. Estamos formando uma parceria para a proteção da bacia leiteira do Nordeste e, em breve, acredito que conseguiremos inserir Pernambuco”, antecipa.
O leite in natura de 28 municípios do agreste e sertão de Alagoas passará a ser vendido para a industrialização em Sergipe, sem a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Assinado pelos dois estados e publicado no Diário Oficial da União do último dia 26 de junho, o Protocolo ICMS nº 23 atende a uma demanda da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal). A estimativa é de que 30 mil propriedades rurais sejam beneficiadas com a medida.
Nesta quinta-feira, 11, o governador de Alagoas, Renan Filho, e o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, assinarão a instrução normativa autorizando a remessa do leite in natura para Sergipe. O ato contará com a presença de dirigentes de instituições como a Faeal, a Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) e o Sindicato de Produtores de Leite (Sindileite). Para o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, a medida reduzirá os efeitos da crise enfrentada pelos produtores de leite alagoanos.
“A cadeia produtiva do leite tem uma importância social e econômica relevante, principalmente no agreste e sertão, onde é a principal atividade, mas vem sofrendo uma crise sem precedentes, com redução de cerca de 40% nos valores pagos ao produtor. Além disso, há as dificuldades decorrentes da seca, que reduziram consideravelmente as áreas plantadas de palma forrageira, indispensável à sobrevivência do rebanho. Por outro lado, o aumento nos preços dos demais insumos, como concentrados, sais minerais, energia e combustível, vem desequilibrando financeiramente o produtor”, observa.
Álvaro ressalta que a maioria dos produtores alagoanos tem recebido valores abaixo de R$ 1,00 por litro de leite, com um custo de produção variando de R$1,25 a R$ 1,35. O presidente da Faeal atribui a variação negativa dos preços à incapacidade dos laticínios do estado em absorver o excedente de leite produzido e à falta de modernização do parque industrial local, com ausência de plantas que captem grandes volumes.
“Em nome de todos os produtores de leite alagoanos, é preciso fazer um agradecimento especial ao governador Renan Filho e ao secretário George Santoro. Também agradecemos ao deputado federal Isnaldo Bulhões, aos deputados estaduais que compõem a Comissão da Agricultura na Assembleia Legislativa e ao secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Rafael Brito. Não há dúvidas de que essa união de esforços só fortalece o setor produtivo, contribui para o crescimento de Alagoas e para a melhoria da qualidade de vida da sua população”, comenta Álvaro Almeida.
Ações são realizadas
em parceria com a Prefeitura do Município e contam com o apoio da Faeal e da Sociedade
Brasileira de Urologia
Após perder o pai e um irmão para o câncer de próstata, Manuel
Matias Neto sabe bem a importância de se prevenir contra a doença. Aos 74 anos,
o aposentado do município de Carneiros, no sertão alagoano, sempre aproveita os
programas de Saúde do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – para
fazer os exames de PSA e toque.
“É muito importante correr atrás da saúde e fazer os exames.
Aqui, nesse mutirão, a gente não pega tanta fila como nos postos de saúde e
fica menos nervoso. Por causa dos exemplos na família, eu sempre tenho medo de dar
alguma coisa, mas, graças a Deus, nunca deu nada. Agora é esperar os resultados
dos exames de hoje”, diz Manuel.
Assim como o aposentado, 105 homens e 110 mulheres
participaram da terceira edição dos programas de Saúde do Senar na cidade de
Carneiros. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Geraldo Novais Agra, eles
assistiram às palestras sobre câncer de próstata e de cólo do útero; passaram
por exames de citologia, PSA e toque; testes rápidos de glicemia; aferição de
pressão arterial; receberam orientações sobre dengue e chikungunya e se
vacinaram contra a gripe. Cartilhas informativas sobre diversas doenças também
foram distribuídas.
O programa conta com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – e da Sociedade Brasileira de Urologia. As ações envolveram equipes da Prefeitura de Carneiros e do Senar.
“Estamos agradecidos por mais um evento desta parceria em nossa cidade. Isso é uma grande ajuda, desafoga os nossos centros de saúde e os hospitais da região, já que o trabalho também é preventivo. É importante que outras ações sejam realizadas, não apenas em nosso município, mas no sertão alagoano como um todo”, avalia o prefeito de Carneiros, Geraldo Filho.
“Nós oferecemos o melhor em saúde para os nossos munícipes, com muito carinho, amor, e esse trabalho de prevenção, voltado para homens e mulheres, não só reforça o nosso compromisso, como mostra que o Senar é um parceiro importante para que possamos alcançar os nossos objetivos”, comenta a secretária de Saúde de Carneiros, Janaíne Machado.
Para a coordenadora dos programas de Saúde do Senar em
Alagoas, Andrea Almeida, o evento em Carneiros chamou a atenção pela
organização e mobilização da comunidade. “Recebemos uma quantidade
significativa de homens e mulheres e as ações ocorreram com tranquilidade, em
um ambiente adequado e confortável, bem sinalizado, com as equipes
uniformizadas e dispostas a atender a população. Não há dúvidas de que este foi
um dos eventos mais organizados nesses dez anos de programa”, ressalta.
Pesquisa Carneiros também entrou na lista de municípios brasileiros onde o Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural realiza uma pesquisa sobre a saúde da população do
campo. Durante toda esta sexta-feira, pesquisadores entrevistaram homens e
mulheres com o objetivo de levantar dados para que o Senar Nacional possa
traçar um diagnóstico que subsidie os programas de saúde oferecidos pelas
regionais. O mapeamento é realizado em parceria com profissionais do Instituto
CNA.
A coleta de dados acontecerá em 40 municípios, distribuídos
em 20 estados, e a intenção é de que o trabalho também sirva de base para a
implementação de políticas públicas. “Temos avançado bastante e até o fim do
ano deveremos entregar um relatório ao Governo Federal, para que algumas
medidas possam ser tomadas, além de subsidiar as ações do próprio Senar, para
atender de forma mais direta e dinâmica a população rural”, explica Sandra Bezerra,
coordenadora da Pesquisa de Saúde Rural no Instituto CNA.
Segundo Sandra, a ausência de informações sobre a saúde da
população rural brasileira foi o que motivou a realização da pesquisa. “O Senar
decidiu ir atrás desses dados, para planejar melhor suas ações, e a pesquisa
busca justamente trazer algo a mais, para que se possa conhecer a população do
campo, principalmente, com relação à saúde, questão essencial na vida dessas
pessoas”, conclui.