Curso de Laticínios do Senar traz novas perspectivas de renda para agricultores

Álvaro Müller

Objetivo da família é construir um espaço adequado para aumentar a produção

Na cozinha acalorada de uma casa humilde, isolada no povoado Curral Novo, zona rural do município de Major Isidoro, Sertão alagoano, Vaneide Fausto, 46 anos, a mãe, Maria, 70, e o marido, Félix, 52, mexem com colher de pau e disciplina as panelas ferventes de onde sairão novas remessas de cocada de leite, ambrosia e um delicioso achocolatado.

A produção de doces começou há três meses, depois que os agricultores participaram do curso de Laticínios promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Prefeitura de Major Isidoro. A capacitação trouxe novas perspectivas. O leite que Félix retira de 14 vacas criadas na propriedade – e até então só abastecia uma fábrica de queijos do município –, também passou a ser matéria-prima para outra fonte de renda. Vendidas em feiras livres, eventos públicos ou sob encomenda, as guloseimas do Curral Novo começam a incrementar o orçamento da família.

Produtos já são devidamente embalados

“Como nós já temos a matéria-prima, fica mais fácil. Para cada fornada de cocada, a gente gasta R$ 10,50 e lucra R$ 36”, calcula Félix. “Na Feira de Cultura de Major, em setembro, nós arrecadamos R$ 130 porque a produção era pouca, mas o que foi feito, foi vendido. Já levaram nossos doces para São Paulo, Mato Grosso, Aracaju, o povo gostou e está pedindo mais. Eu quero que vá muito mais longe, espero fazer dez milhões de cocadas”, vislumbra Vaneide, orgulhosa.

O curso do Senar Alagoas trouxe para os agricultores uma preocupação com a profissionalização que ajuda o negócio a prosperar. Os doces já são vendidos devidamente embalados e etiquetados com a marca do empreendimento, código de barras e prazo de validade. O dinheiro arrecadado com as vendas tem sido reinvestido na produção. “Já deu para comprar umas panelas que eu estava precisando e uns adesivos para produzir as embalagens. Ainda faltam algumas coisas, mas a gente vai comprando aos poucos”, diz Vaneide.

A capacitação
O curso de Laticínios do Senar Alagoas capacita os agricultores para o desenvolvimento de produtos alimentícios oriundos do leite, como queijos, manteiga, iogurte, doces e outros derivados. A carga horária é de 32 horas/aula, período em que os alunos aprendem sobre higiene pessoal, ambiente, equipamentos e utensílios; educação ambiental; conservação e tratamento do leite; pasteurização; principais etapas de fabricação; tipos de coagulação; medidas equivalentes; e noções básicas de comercialização.

“Curso ajuda a levantar a autoestima da comunidade”, diz Jeane Vilarins, mobilizadora do Senar AL

Para a mobilizadora do Senar Alagoas em Major Isidoro, Jeane Vilarins, o curso ajuda a levantar a autoestima da comunidade e a identificar o município enquanto polo produtor de doces de qualidade. “Antes nós não tínhamos a oportunidade de oferecer um doce padronizado. Um era mais claro, outro mais escuro, com sabores diferentes, alguns com gosto de queimado. Hoje todos têm o mesmo sabor, um padrão”, observa.

Para Vaneide Fausto, que não perde uma capacitação do Senar Alagoas, o mais importante é aprender. “O ambrosia eu nunca tinha ouvido nem falar e agora sei fazer. Também fiquei muito feliz porque a minha mãe participou com a gente do curso de doces e recebeu o primeiro certificado na vida dela, depois dos 70 anos”, ressalta.

Diante das novas perspectivas, a família do Curral Novo agora pensa em erguer uma estrutura na propriedade para ampliar e diversificar a produção. “Esse é o projeto de 2019, construir o nosso salão, um local adequado, onde a gente possa trabalhar o dia todo, com tudo padronizado. Queremos conseguir o Selo de Inspeção Municipal (SIM) para dar início à nossa fábrica, produzir o nosso queijo e o doce com o nosso próprio leite”, projeta Félix Fausto.

Senar seleciona alunos para curso técnico gratuito em Agronegócio

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – está com inscrições abertas para o processo seletivo do curso Técnico em Agronegócio, na modalidade semipresencial, com a oferta de 2.410 vagas em 70 polos de apoio presencial distribuídos em 21 estados e no Distrito Federal. Em Alagoas, 50 vagas foram divididas entre os polos de Junqueiro e Olho D’Água das Flores.

 

No ato da inscrição, o candidato deverá anexar o histórico escolar e indicar o polo de ensino para participar das aulas presenciais.

O curso Técnico em Agronegócio tem carga horária de 1.230 horas e está dividido da seguinte forma: 80% é feito a distância e 20% com aulas presenciais, no polo indicado pelo candidato aprovado.

 

Ao longo do curso, o participante estudará técnicas de gestão, de comercialização e aprenderá como atuar na execução de procedimentos para planejar e auxiliar na organização e controle das atividades de gestão do negócio rural.

 

Antes de efetivar a inscrição, os candidatos devem ler o edital atentamente, pois o sistema aceita somente uma inscrição por CPF e não permite edição após o envio dos dados. As inscrições vão até o dia 14 de fevereiro pelo site senar.org.br/etec

 

Para mais informações entre em contato via 0800 642 0999.

 

SERVIÇO

O que: Processo seletivo curso Técnico em Agronegócio

Data: De 23/01 a 14/2

Link para acessar o edital e efetivar a inscrição: http://etec.senar.org.br/

Informações e dúvidas: 0800 642 0999 – De segunda a sábado, das 8h às 21h (horário de Brasília).

Três alagoanos estão na etapa nacional do CNA Jovem

Programa busca formar novas lideranças para o meio rural e impulsionar o setor agropecuário

Gilberlândia, Davi e Ellen participarão de quatro encontros em Brasília

Três alagoanos representarão o estado na etapa nacional do programa CNA Jovem, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – que prepara novos líderes para o campo. Voltado para brasileiros do meio rural, com espírito de liderança e idade entre 22 e 30 anos, o programa tem o objetivo de impulsionar ainda mais o setor agropecuário.

As engenheiras agrônomas Ellen Rebeca Lopes de Oliveira, 29 anos, de Maceió, e Gilberlândia Ferro, 26, de Arapiraca, e o zootecnista Davi Francisco da Silva, 23, também da capital, foram selecionados entre os 11 jovens alagoanos que participaram da etapa estadual do programa, iniciada em 13 de outubro do ano passado. Todos os participantes foram indicados por secretarias municipais de Agricultura e sindicatos rurais, por apresentarem perfil empreendedor e de liderança.

Conduzida pelo Senar Alagoas, a etapa estadual aconteceu em três fases. Os alunos do CNA Jovem fizeram um curso a distância sobre liderança, depois participaram de três encontros presenciais e atividades remotas para o desenvolvimento de projetos que tragam soluções para problemas ou gerem oportunidades no campo. Ao término dos encontros, eles entregaram um plano de ação. Os três melhores trabalhos passaram para etapa nacional, em Brasília.

“Os projetos estão muito bons, porém, ainda passarão por alguns ajustes, pois precisam ser de liderança e relevância, ambiciosos, para que façam a diferença no agronegócio local, nacional e até mesmo internacional”, afirma Luana Torres, coordenadora do CNA Jovem em Alagoas.

Os projetos

Ellen de Oliveira desenvolveu um projeto de confecção de uma armadilha com PVC para o controle e monitoramento de pragas como Helicoverpa e Spodoptera. A fabricação da armadilha e a implantação de um sistema de microcâmeras têm o objetivo de reduzir custos e impactos ambientais, trazer mais comodidade e preservar a saúde do produtor. “Precisamos quebrar esse paradigma de que só é possível controlar pragas utilizando agrotóxicos a qualquer hora. É preciso monitorar e saber o momento exato de utilizar um produto químico”, argumenta a jovem.

Já Davi Francisco busca incorporar subprodutos da agroindústria local na fabricação de ração, com o intuito de reduzir os custos com alimentação animal e o impacto ambiental dos resíduos que retornam para a natureza. “Custos com produção de ração representam cerca de 70% das despesas. Se conseguirmos reduzir para 40%, o produtor terá um lucro maior, melhorará de vida e investirá mais na sua propriedade”, diz o zootecnista.

Mestranda em Agricultura e Ambiente, Gilberlândia Ferro trabalha num projeto de introdução de sorgo sacarino manejado com a introdução de bactérias endofíticas – que habitam o interior de plantas – para a produção de etanol. A intenção é fazer com que o produtor reduza a quantidade de adubo utilizado durante o manejo da cultura e complemente a safra da cana de açúcar, utilizando o sorgo sacarino.

“Muitos produtores podem reaproveitar o sorgo sacarino no período de entressafra da cana, para complementar a produção de etanol, visto que os caldos do sorgo e da cana são semelhantes. Utilizando o sorgo sacarino, o produtor complementará a produção de etanol em menos tempo, pois o ciclo da cultura é menor”, explica Gilberlândia.

Etapa nacional

Os três alagoanos agora seguem para a etapa nacional, com quatro encontros em Brasília, no período de 22 de março a 7 de julho. A metodologia desta etapa baseia-se num modelo inovador de liderança empreendedora. O jovem é estimulado a construir e planejar sua trajetória de liderança em uma das cinco dimensões: sindical, institucional, política, empreendedora ou acadêmica.

A escolha dos vencedores da etapa nacional é feita pelos próprios participantes, o que legitima o papel e o projeto de liderança dos escolhidos junto a seus pares. Além disso, todos passam a integrar a Rede CNA Jovem, que desenvolve campanhas, missões nacionais e internacionais, promove diversas oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Programa Jovem Agricultor Aprendiz já capacitou 685 alagoanos

 

Turma de Eletricista Rural da Usina Caeté

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – capacitou 685 jovens desde 2012, quando iniciou as atividades do Programa Jovem Agricultor Aprendiz – JAA. Realizado em parceria com indústrias do estado, o programa oferece cursos de Administração Rural, Avicultura Básica, Eletricista Rural e Mecanização Agrícola. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento dos jovens no meio rural e incentivar o trabalho no campo.

A solenidade de formatura mais recente do JAA aconteceu na última sexta-feira, 18, na Escola Conceição Lyra, localizada na Usina Caeté, município de São Miguel dos Campos. 20 alunos concluíram o curso de Eletricista Rural, a maioria filhos de funcionários da empresa.

Segundo Marta Santos, mais de 50 aprendizes já foram contratados como profissionais na Usina

“Estamos contribuindo para o crescimento desses jovens enquanto pessoas e profissionais. Os resultados têm sido satisfatórios e, desde 2010, quando aderimos ao programa, mais de 50 jovens aprendizes já foram efetivados como colaboradores da usina. É um trabalho extremamente gratificante”, afirma Marta Santos, gerente de Gestão de Pessoas da Caeté.

O Programa Jovem Agricultor Aprendiz auxilia as organizações no cumprimento da Lei 10.097, de 2000, que obriga toda empresa de médio ou grande porte a compor de 5% a 15% do seu quadro de colaboradores com jovens de 14 a 24 anos, na condição de aprendizes. Os cursos do JAA têm carga horária total entre 800 e 960 horas. As empresas selecionam os alunos, por meio de provas de português, matemática, redação e entrevista.

Matheus Marcelino: “Nosso primeiro visto na carteira veio graças à Usina Caeté e ao Senar”

“O Senar se responsabiliza por toda a parte teórica do curso, que envolve comunicação oral, relações interpessoais, cidadania, matemática, informática, além dos conteúdos específicos da profissão escolhida”, explica a coordenadora de cursos do Senar Alagoas, Graziela Mendes Freitas.

Aos 19 anos, Matheus Marcelino comemora não só a oportunidade de aprendizagem, como os laços afetivos criados durante o curso. “Estar aqui é muito mais do que sempre sonhamos. Desde o momento em que participamos do processo seletivo, tínhamos esperança de que iriamos conseguir, mas jamais passou por nossa cabeça que seríamos tão bem acolhidos. Agradecemos pela paciência, por estarem ao nosso lado e nos ensinarem com tanto carinho. Muito obrigado por confiarem na gente. O nosso primeiro visto na carteira de trabalho veio graças à Usina Caeté e ao Senar. Levaremos daqui todos os ensinamentos e a amizade de vocês”, comenta.

Ex-jovem aprendiz, Kíssia Rafaele hoje é eletricista industrial na Caeté

Kíssia Rafaele, 26 anos, sabe bem a importância de ser um jovem aprendiz. Ela deu esse primeiro passo aos 17 e acabou contratada pela Usina Caeté, onde está há pouco mais de seis anos. Kíssia iniciou as atividades na empresa como auxiliar eletricista e agora é eletricista industrial. Estudiosa, concluiu a graduação em Engenharia Elétrica em meados ano passado, o que certamente abre novas perspectivas. “O Programa de Jovem Aprendiz foi a oportunidade que encontrei para ingressar no mercado de trabalho. Naquele momento eu nem sabia em que área queria atuar, só queria mesmo trabalhar. E foi a melhor oportunidade que tive, tanto que estou aqui até hoje”, diz.

Inscrições para produtor rural no Caepf e no e-social estão abertas

Brasília (16/01/2019) – A inscrição para o produtor rural no Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF) é obrigatória desde terça (15).

O CAEPF é o cadastro da Secretaria da Receita Federal do Brasil com informações das atividades econômicas exercidas pelo produtor e a inscrição deve ser realizada no Portal e-Cac, no site do órgão (http://www.receita.fazenda.gov.br).

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) disponibiliza em seu site um tutorial para a inscrição no CAEPF (https://www.cnabrasil.org.br/paginas-especiais/portal-sindicato-forte).

Além disso, a Receita, responde, em endereço eletrônico, as 21 perguntas mais frequentes sobre o CAEPF (http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/cadastros/cadastro-de-atividades-economicas-da-pessoa-fisica-caepf/perguntas-e-respostas).

Outro instrumento obrigatório criado pelo Estado é o eSocial, que unifica a prestação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas.

Todos os empregadores são obrigados a utilizar o eSocial. As pessoas jurídicas ingressaram no eSocial em 2018, com exceção dos optantes pelo Simples e das empresas sem fins lucrativos.

O prazo para os empregadores rurais pessoas físicas se cadastrarem no eSocial, por meio do número de inscrição no CAEPF, começou no dia 10 de janeiro.

Nesta primeira etapa do eSocial, o empregador rural pessoa física deve preencher os eventos relacionados a cadastro e tabelas, conforme disposto na Resolução do Comitê Diretivo do eSocial número 5, de outubro de 2018.

Para saber mais sobre o assunto basta acessar a cartilha sobre o eSocial no meio rural que está disponível no site CNA Brasil (www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/esocial_efd_reinf_meiorural.pdf), ou assistir ao vídeo no endereço da entidade (www.cnabrasil.org.br/paginas-especiais/entenda-o-esocial-e-a-efd-reinf-no-meio-rural) .

Senar Alagoas abrirá dois novos polos para curso técnico em Agronegócio

Junqueiro e Olho D’Água das Flores passam a contar com estrutura para atividades presenciais. Com esses dois municípios, o estado passa a ter nove polos

Morgana Tavares: “Educação é um dos principais caminhos para minimizar a evasão no meio rural”

O estado de Alagoas ganhou dois novos polos de apoio presencial para alunos da zona rural que pretendem fazer o curso técnico em Agronegócio pela Rede e-Tec Brasil. A iniciativa é do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL –, em parceria com os sindicatos dos Produtores Rurais do município de Junqueiro e dos Trabalhadores Rurais de Olho D’Água das Flores. Além dessas duas cidades, outros sete polos já funcionam em Palmeira dos Índios, Penedo, Arapiraca, Mar Vermelho, Major Isidoro, Mata Grande e Santana do Ipanema. As novas unidades devem começar a receber alunos a partir do mês de março.

Em Junqueiro, o polo do e-Tec funcionará na própria sede do Sindicato dos Produtores Rurais. “O nosso município concentra grande parte da população no campo, o que torna a necessidade de um polo presencial do Senar ainda mais importante para o desenvolvimento da região. Nossos agricultores e agricultoras atuam em diferentes cadeias produtivas e contribuem consideravelmente para a expansão da agricultura alagoana. O curso de formação técnica contribuirá para tornar nosso estado cada vez mais uma referência em produção de alimentos e no agronegócio”, analisa a presidente do sindicato, Morgana Tavares.

Graziela: “Objetivo é formar técnicos para atuar nos diversos segmentos da agropecuária”

“A agricultura familiar é hoje a base da nossa economia e antes de sermos contemplados com esse polo presencial, já buscávamos levar uma diversidade de cursos, tanto para a sede do Sindicato, como para os povoados e assentamentos. O polo presencial sempre foi um anseio e fomos à luta, junto ao presidente do Senar Alagoas, Álvaro Almeida, para conquistar. Fizemos o levantamento do que era preciso para identificar as demandas de profissionalização rural e, com isso, fomos credenciados. A intenção é oportunizar a qualificação gratuita e de qualidade principalmente aos jovens e filhos de produtores rurais. Acreditamos que a educação é um dos principais caminhos para minimizar a evasão no meio rural”, ressalta Morgana.

O curso técnico em Agronegócio é voltado para pessoas do meio rural que tenham concluído o ensino médio. Não é necessário ter conhecimentos prévios na área. “O objetivo é formar técnicos de nível médio na gestão do agronegócio, habilitados para atuar nos diferentes segmentos e cadeias produtivas da agropecuária brasileira”, explica Graziela Freitas, coordenadora dos cursos do Senar Alagoas.

Os encontros presenciais representam 20% da carga horária do curso. As atividades práticas acontecem no polos, onde a infraestrutura conta com salas de coordenação, tutoria e de aula, tecnologia de webconferência, além de laboratório de informática com acesso a internet banda larga.

“Segmento rural terá ano de estabilidade”, afirma presidente da Faeal

Álvaro Almeida prevê retomada do crescimento para o setor agropecuário em 2019

Publicado no Caderno Gazeta Rural / Gazeta de Alagoas

O ano de 2019 pode representar a retomada do crescimento para o setor agropecuário. Esta é a perspectiva do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas, Álvaro Almeida. Produtor rural desde os 18 anos de idade, Almeida conhece como poucos o setor e tem experiência de sobra para fazer tal prognóstico. Em entrevista, o dirigente da Faeal fala sobre as dificuldades enfrentadas em2018, a situação da indústria da cana-de-açúcar, a implementação de novas culturas, a importância da federação e sindicatos na defesa do produtor rural e, claro, a expectativa para o agronegócio com a reeleição de Renan Filho (MDB) a governador.

Como foi o ano de 2018 para a agropecuária alagoana e quais as perspectivas para 2019?
Tivemos muitas dificuldades na aquisição do milho, falta d’água em alguns municípios e, diante do problema do endividamento dos produtores, passamos o ano inteiro lutando para que as instituições bancárias cumprissem as leis 13.340/2016 e 13.606/2018, de liquidação de dívidas rurais. O Banco do Nordeste cumpriu a legislação, mas, infelizmente, o Banco do Brasil alegou falta de orçamento. Somente agora, no mês de dezembro, depois de receber inúmeras solicitações, o Banco do Brasil criou uma normativa própria e está chamando os produtores para negociar, não com prazo de sete anos, como havia proposto, mas de até doze anos, com carência de um a três. Nós não vemos perspectivas de melhorias nessas propostas, por isso, orientamos os produtores a procurar imediatamente as suas agências e renegociar suas dívidas. No mais, apesar das dificuldades, não tivemos um 2018 catastrófico. Reagimos e, como as coisas melhoraram no final do ano, com chuvas em diversas regiões, de até 100mm, e com o prognóstico animador de meteorologistas como os doutores Luiz Carlos Molion e Humberto Alves Barbosa, a nossa expectativa para 2019 é muito positiva. Acredito que começaremos a melhorar.

O que representa a reeleição do governador Renan Filho para o setor agropecuário?
A reeleição é importante, pois, no primeiro mandato, o governador cumpriu todos os compromissos assumidos com o setor e, naturalmente, honrará os compromissos assumidos para o segundo mandato, diante das nossas solicitações constantes na cartilha elaborada pelas federações da Agricultura, Indústria e Comércio e entregue aos candidatos ao Governo de Alagoas no encontro que aconteceu na Casa da Indústria, no último mês de setembro. Viveremos mais um período de estabilidade na parceria Governo do Estado e segmento rural. Além disso, temos a expectativa de que ele escolha um nome técnico para a nossa Secretaria de Estado da Agricultura, mantenha a estabilidade da Adeal (Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas) e um Emater (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas) focado na parte técnica, voltado principalmente para os pequenos e médios produtores.

Quais as principais propostas apresentadas ao governador reeleito?
Há propostas para melhorar a confiabilidade no sistema de emissão eletrônica da Guia de Trânsito Animal (GTA); reativar os matadouros municipais lacrados para o escoamento da produção de gado de corte; manter e ampliar o programa de incentivo à produção de grãos; transformar o programa do leite em política de estado com verbas próprias; ampliar a disponibilização de máquinas agrícolas para associações e sindicatos rurais; criar um código de defesa florestal, entre outras demandas. Estamos confiantes de que teremos todos os nossos pleitos atendidos, para o bem do estado de Alagoas.

A crise da cana-de-açúcar tem motivado o crescimento de outras culturas. De que forma a Faeal incentiva e apoia os produtores nesta mudança?
Primeiro, a gente entende que a cana sempre foi, é e sempre será imprescindível para Alagoas, pela sua importância econômica e por estarmos em uma região propícia ao cultivo. Nós comemoramos quando uma empresa de outro segmento se instala no estado e gera cem empregos. Apenas uma indústria da cana gera mais de três mil empregos diretos, por isso, esperamos que outras usinas não deixem de existir. Neste sentido, a Faeal está reativando a comissão da cana, a pedido dos produtores. Vamos provocar cada vez mais o governo e estimular a discussão focada nessa possibilidade. Já no espaço que a cana deixou, precisamos aproveitar o eucalipto, a soja, milho, já temos um bom exemplo em Anadia, do Grupo Santana, que veio do Rio Grande do Norte e é um sucesso. Portanto, a Federação da Agricultura vai incentivar, cada vez mais, tanto a manutenção da cultura da cana-de-açúcar, quanto a implementação de novas culturas, inclusive, com capacitações viabilizadas pelo Senar.

Por falar em capacitações, o Senar AL oferece um programa pioneiro e exclusivo, o Mais Pasto. O que esta iniciativa representa?
Um grande avanço para a pecuária alagoana. O Mais Pasto qualifica a produção, pois difunde conhecimentos sobre utilização racional da pastagem e gestão da propriedade rural, com foco em três tipos de orçamento: alimentar, financeiro e de serviços e mão de obra. Isso permite ao produtor aproveitar ao máximo o potencial da sua propriedade e melhorar os resultados econômicos.

Em 2018, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória. Porque o produtor precisa continuar contribuindo com a Faeal e os sindicatos rurais?
Porque senão ele não terá sua defesa e representação. A Faeal e o Senar AL serão do tamanho que o produtor quiser, pois dependem da contrapartida dele. Estamos conscientes de que não podemos representar quem não deseja ser representado e disponibilizaremos serviços para os produtores que continuarem recolhendo a contribuição sindical. Vários países já deixaram de ter a obrigatoriedade da contribuição há muito tempo, mas o agronegócio se fortaleceu. Temos a certeza de que ficaremos mais fortes aqui também, pois o produtor sentirá a necessidade de que continuemos fazendo a sua defesa e cuidando da sua qualificação, para que ele possa produzir mais, com maior eficiência, e obter mais lucro, que é o objetivo principal de qualquer negócio.

Senar AL sedia evento do DRF/Maceió sobre eSocial

Palestra de Alex de Oliveira, auditor-fiscal do Ministério do Trabalho

Com informações da Ascom/DRF/Maceió

Nessa quarta-feira, 19, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – abriu o seu auditório para uma manhã de palestras sobre eSocial, promovida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Maceió e que reuniu cerca de 50 pessoas, entre alunos de Contabilidade e contadores.

O evento contou com palestrantes da Receita Federal, Ministério do trabalho e Caixa Econômica Federal do Brasil. De início, Alex Alexandre de Oliveira, auditor-fiscal do Ministério do Trabalho, explanou sobre o eSocial e esclareceu dúvidas dos empregadores sobre o registro de trabalhadores.

Evento reuniu estudantes e profissionais de Contabilidade

Em seguida, Kátia Dematté, assistente sênior da Representação do FGTS em Maceió, abordou os temas: Novo ambiente FGTS e Geração de guia GRFGTS, esclarecendo todas as dúvidas do público.

Para finalizar, Eduardo Jorge Bandeira de Souza, auditor-fiscal da DRF/Maceió, abordou de forma ampla os temas: eSocial, EFD-Reinf e DCTF web.

O Delegado da DRRF/Maceió, Plínio Feitosa, prestigiou a ação.

Baixe os slides das palestras eSocial.

Reajuste salarial dos trabalhadores rurais é de 4%

O reajuste salarial dos trabalhadores rurais do estado de Alagoas, para a safra 2018/2019, foi definido em 4%, com data base de 1º de novembro. O reajuste foi definido entre o Sindaçúcar-AL, Faeal e Asplana, representantes da classe patronal, e a Fetar, entidade representativa dos sindicatos de trabalhadores rurais alagoanos. Com o acordo coletivo, o piso passa a ser R$1.029,60 mensais, correspondente à diária de R$34,32 e o corte de cana solta para moagem a R$8,51 por tonelada.

Também ficou mantida a regra que garante o acréscimo de R$25 no salário base da categoria, caso este salário se iguale ou fique inferior ao salário mínimo oficial. “Mais uma vez, a negociação foi conduzida pela comissão nomeada para este fim e desenvolvida da forma mais participativa possível entre os representantes de todas as unidades industriais, com consultas permanentes aos diretores das empresas”, comenta o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

CNA apresenta Programa Bem+Agro em Alagoas

 

Wilson Brandão Júnior, coordenador do Departamento Sindical da CNA, apresenta o programa

Presidentes de sindicatos rurais, gestores da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas – Faeal – e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL – conheceram, na manhã desta terça-feira, 11, o programa Bem+Agro, plataforma de benefícios criada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – para bonificar produtores rurais sindicalizados e adimplentes. Com previsão de início de funcionamento para o próximo dia 3 de fevereiro, o programa foi apresentado por Wilson Brandão Júnior, coordenador do Departamento Sindical da CNA, durante assembleia geral na sede do Senar em Maceió.

O Bem+Agro é uma estratégia da CNA para incentivar a contribuição sindical dos produtores rurais, traçada a partir de estratégias de sucesso observadas em outros países. “Depois que a contribuição passou a ser facultativa, o agronegócio registrou 150 mil contribuintes por livre iniciativa. Esse número é bom. Nós recebíamos 450 mil contribuintes até 2017, é claro que há um impacto grande na nossa folha, mas os sindicatos patronais rurais são o modelo confederativo que mais recebeu contribuições depois que elas deixaram de ser obrigatórias. Isso mostra a força da nossa representação, no entanto, ainda temos uma distância para o nosso potencial, que são 2 milhões de produtores”, avalia Wilson Brandão.

Para o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, o Bem+Agro chega para aproximar ainda mais as instituições do produto rural. “A nossa preocupação é que o produtor de Alagoas tenha a convicção de que é muito bem representado pela CNA, pela Federação e pelo Senar. Somos os seus legítimos representantes e, com este programa, estamos na expectativa de viver novos tempos”, afirma.

Programa foi apresentado em assembleia geral dos presidentes da Faeal e sindicatos rurais de Alagoas

Como funciona
O programa Bem+Agro é uma plataforma digital onde os produtores rurais adimplentes com os sindicatos podem acumular agros – moeda virtual criada para o sistema – e trocar por ofertas e outros benefícios. Para ganhar agros, basta ter alguns comportamentos como se inscrever e concluir cursos do Senar; compor chapa para diretoria de sindicato; participar de assembleias e outros eventos; navegar, interagir e ler conteúdos publicados pela CNA, federações e sindicatos.

No computador ou celular, o produtor acessa o extrato de agros acumulados, confere as ofertas – nacionais ou segmentadas por região – e troca moedas virtuais por benefícios. As ofertas são cadastradas tanto pela CNA, quanto pelas federações e sindicatos rurais. “Estamos definindo um parâmetro em reais. Hoje, pensamos em oferecer R$1 para cada 10 agros”, adianta Wilson Brandão Júnior.

Presidente da Faeal, Álvaro Almeida, fala ao lado do superintendente do Senar AL, Fernando Dória

Benefícios
Entre os benefícios do Bem+Agro, os produtores rurais terão acesso a condições especiais em empresas parceiras, a exemplo de descontos em planos de saúde, serviços laboratoriais, passagens aéreas, pneus e serviços relacionados, cursos de graduação e livros, além de acesso VIP a eventos do agronegócio, entre outros. Nacionalmente, a CNA já firmou convênio com empresas como Latam Airlines, Mercedes-Benz, Visa, Livraria Embrapa, Pirelli, Sabin Medicina Diagnóstica, 99, Netshows, Bancorbrás e Movida Rent a Car.

Os produtores também terão acesso a cartilhas de processos produtivos e poderão formar turmas exclusivas para cursos do Senar; indicarão estudantes para o programa CNA Jovem; terão acesso prioritário a serviços prestados pelos sindicatos, como assessorias jurídica e contábil, bem como à Assistência Técnica e Gerencial do Senar. “Fazemos um trabalho com viés público, mas somos empresa privada e precisamos olhar com mais atenção para os nossos negócios. Hoje, do público que atendemos com ATeG, 96% não nos pagam nada. Portanto, nada mais justo do que o produtor adimplente com o sindicato usar agros para ter acesso a este benefício com prioridade”, avalia o coordenador do Departamento Sindical da CNA.

Os presidentes de sindicatos aprovaram a iniciativa. “Ou nós nos reinventamos ou acabamos e, para nos reinventar, precisamos ter pleno conhecimento de quem somos. Quantos alunos dos cursos que ofertamos são nossos contribuintes? Continuamos prestando esse grande serviço, investindo tempo e recursos, mas não estamos arrecadando. Temos que priorizar o cidadão adimplente para que ele entenda que tem outros benefícios como nosso associado, além dos que já oferecemos. Isso promoverá a fidelização, que é o segredo do sucesso”, observa Domício Silva, presidente da Associação dos Criadores de Alagoas – ACA.

“O Bem+Agro é importantíssimo para que possamos formar uma cadeia produtiva cada vez maior, o que fortalecerá os sindicatos, as federações e a CNA. Temos que acreditar neste programa que foi planejado para contribuir com o desenvolvimento do setor, pois ele será muito importante para que o agronegócio seja cada vez mais reconhecido. Estamos acreditando nas mudanças políticas deste país e a CNA, com o Bem + Agro, mostra que está acompanhando essas mudanças”, elogia o presidente do Sindicato Rural de Maceió e ex-secretário da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas, Álvaro Vasconcelos.