Faeal promove palestra sobre débito rural

Evento é gratuito e voltado para dirigentes sindicais e produtores adimplentes com a contribuição sindical

“Débito rural: contratos até 2011 e de 2012 a 2016: o que fazer?”. Este é o tema da palestra que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas promoverá na próxima segunda-feira, 15. O evento acontecerá na sede da Faeal, a partir das 9 horas, e terá como palestrante o advogado Guilherme Santos Ferreira da Silva, consultor jurídico da Federação para assuntos relacionados a endividamento rural.

O evento é gratuito e voltado exclusivamente para dirigentes sindicais e produtores adimplentes com a contribuição sindical. Guilherme abordará as operações contratadas até 2011: BB e BNB, incluindo vencidas e não inscritas na Dívida Ativa da União; operações contratadas no período de 2012 a 2016; operações inscritas na Dívida Ativa da União; e defesa nas demandas judiciais: o que fazer?”.

CNA cadastra produtores para Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está cadastrando produtores rurais para o Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais, que tem o objetivo de potencializar o desenvolvimento da cadeia produtiva e agregar valor à produção de pequenos e médios produtores. O cadastro deve ser feito no site www.cnabrasil.org.br.

O programa faz parte de uma das prioridades da CNA para levar tecnologias e dar condições diferenciadas para uma nova classe média rural, proporcionando melhoria de renda e aumento de competitividade. A iniciativa também vai gerar benefícios para as pessoas que, em algum momento, já participaram de ações de promoção social do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) voltadas para o processamento de alimentos.

Em 2018, uma pesquisa realizada pela CNA apontou que 56% dos produtores de alimentos artesanais têm dificuldades em atender as exigências legais quanto à produção e processamento e outros 25% têm dificuldades em obter lucro e ter uma clientela fixa. Para mudar esta realidade, o Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais prevê ações de capacitação, assistência técnica e gerencial, consultoria, melhoria do ambiente tributário e regulatório, fomento e aperfeiçoamento da estrutura para comercialização.

“Para que isso aconteça, precisamos identificar o que cada produtor produz atualmente e, a partir daí, mantê-lo informado sobre futuras iniciativas para a promoção de seu negócio”, afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida.

Agroalimentares e artesanais

Um produto agroalimentar tradicional é um produto transformado (chocolate) ou não (cacau), cujos métodos de produção, processamento e maturação foram consolidados ao longo do tempo, ou que tem características exclusivas decorrente da interferência do ambiente em que é produzido. Na maioria das vezes, o saber para produzi-lo foi transmitido de geração em geração. São exemplos de produtos agroalimentares tradicionais: café, mel, cachaça, vinho e plantas alimentícias não convencionais. 

Já um produto agroalimentar artesanal costuma ser produzido em quantidades limitadas, com excelência, pelo próprio produtor rural ou seus funcionários, aliando predominantemente o uso de métodos tradicionais e manuais. Exemplos de produtos agroalimentares artesanais: vinho, cacau e chocolate, queijo, embutido, geleia e doce de leite.

Legislação

A pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o ex-presidente da República, Michel Temer, sancionou, sem vetos, a Lei 13.680, que facilita a comercialização de produtos artesanais em todo o Brasil. Um dos benefícios é a permissão da comercialização interestadual de produtos alimentícios produzidos de forma artesanal, com características e métodos tradicionais ou regionais próprios, boas práticas agropecuárias e de fabricação, desde que submetidos à fiscalização de órgãos de saúde pública dos Estados e do Distrito Federal.

Agora, a atuação da CNA é direcionada para que a regulamentação da lei e efetivação do Selo Arte facilitem o registro dos estabelecimentos e produtos artesanais nos órgãos de fiscalização.

Senar busca parceria do Sebrae para construção de barragens

Gestores do Sebrae e do Senar reunidos

O presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Alagoas) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas, Álvaro Almeida, esteve na sede do Sebrae AL, em Maceió, nessa segunda-feira, 8, para conversar com o diretor técnico do Sebrae Nacional, Vinicius Lages, sobre a importância da participação da instituição em uma parceria público-privada para a construção de barragens subterrâneas no semiárido alagoano.

A reunião também contou com a participação do superintendente regional do Senar, Fernando Dória, e do corpo diretivo do Sebrae em Alagoas. Álvaro apresentou os benefícios das barragens subterrâneas para comunidades do município de São José da Tapera, com a garantia de água para os agricultores, mesmo em períodos de estiagem. Ele também mostrou os primeiros resultados da barragem construída pelo Senar em parceria com o Sebrae, por meio do convênio Sertão Empreendedor. A estrutura, que custou apenas R$18 mil, incluindo capacitação da comunidade, contratação de mão-de-obra e maquinário, foi entregue há seis meses e já acumula água que servirá para irrigação e na criação de gado de leite.

Álvaro Almeida apresentou vídeo sobre barragens no sertão

“Acreditamos que uma parceria envolvendo Governo do Estado, Sebrae, Senar e Embrapa nos dará a possibilidade de construir várias barragens subterrâneas no semiárido e contribuir para que os pequenos produtores continuem produzindo e atendendo às suas necessidades e das suas famílias. Nós, do Senar, estamos fazendo a nossa parte, alertando tanto ao Sebrae, quanto ao poder público de que é possível diminuir a miséria no meio rural de Alagoas, principalmente no Sertão”, afirma Álvaro Almeida.

Vinícius Lages ficou entusiasmado com os resultados produzidos pelas barragens subterrâneas. O diretor técnico do Sebrae Nacional vislumbra a possibilidade de o Sebrae Alagoas entrar na parceria, com assistência técnica, para trabalhar questões de gestão, tecnologia, inovação e mercado.

“É bom ver iniciativas como essa, de baixo custo e alto impacto. Cada barragem tem capacidade produtiva para assegurar renda para quatro ou cinco famílias, e a proposta de parceria é interessante, mas é preciso investimentos na parte fundamental de engenharia. O nosso esforço é buscar esse parceiro e também trabalhar na perspectiva de um diálogo com o novo secretário de Estado da Agricultura, Ronaldo Lessa, para que a gente possa combinar recursos e energias do setor produtivo e do governo, com o objetivo de ampliar essa experiência”, comenta Lages.

Almeida também a Lages informações sobre projeto da Embrapa

Projeto da Embrapa

O diretor técnico do Sebrae Nacional também teve acesso às informações sobre o ZonBarragem, projeto de zoneamento de áreas potenciais para construção de barragens subterrâneas em Alagoas. Inédito no semiárido brasileiro, o trabalho é desenvolvido pela Embrapa Solos.

O projeto tem duração de quatro anos, com término previsto para julho de 2021, e é dividido em três etapas. A primeira delas consiste na elaboração do mapa de potenciais do estado, que deve ser concluído em aproximadamente quatro meses. Em seguida, haverá a etapa de validação das áreas com potencial para construção das barragens e, posteriormente, a sensibilização e capacitação de técnicos e agricultores, sistematização e socialização dos resultados.

O orçamento previsto pelo Governo Federal para o ZonBarragem, em 2019, é de R$120 mil, mas, diante do atual cenário econômico, a expectativa é de que somente 30% desta verba sejam liberados.

ALE discute sobre barragens subterrâneas no dia 10 de maio

Sessão Especial é uma iniciativa da deputada estadual Fátima Canuto, em apoio ao pleito da Federação da Agricultura

Deputada Fátima Canuto visita barragem do Seu Dedé

A sessão especial sobre a construção de barragens subterrâneas no estado de Alagoas já tem data para acontecer na Assembleia Legislativa. Será no próximo dia 10 de maio, a partir das 9 horas. A iniciativa é da deputada estadual Fátima Canuto (PRTB), em atendimento a um pleito da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal). O objetivo é garantir o abastecimento de água para as famílias de agricultores das regiões mais secas, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional, geração de emprego e renda a partir do fortalecimento da bacia leiteira e da agricultura familiar.

Participarão da sessão especial agricultores beneficiados por barragens subterrâneas, pesquisadores da Embrapa – que desenvolvem um projeto de mapeamento do estado de Alagoas para a construção desta tecnologia de captação e armazenamento de água da chuva –, técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AL), Sebrae AL, Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), entre outros convidados.

“A ideia da sessão especial nasceu depois de uma visita ao presidente da Faeal, Álvaro Almeida, que me falou da importância da construção dessas barragens para o estado de Alagoas. De pronto eu comprei essa ideia e solicitei ao presidente da Assembleia o agendamento da sessão, para que possamos discutir e mostrar à sociedade, principalmente aos agricultores, como uma barragem subterrânea pode mudar vidas”, argumenta a deputada Fátima Canuto.

No dia 12 de março, a parlamentar já havia protocolado a Indicação nº 29/2019, para que o governador Renan Filho e o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Ronaldo Lessa, empreendam esforços no sentido de promover a construção, funcionamento e manutenção de barragens subterrâneas do semiárido alagoano. Nessa última sexta-feira, 5 de abril, Fátima Canuto viajou a São José da Tapera, Sertão do estado, para conhecer de perto algumas experiências que deram certo.

A primeira visita da deputada foi às duas barragens subterrâneas do agricultor Edésio Melo, o “Seu Dedé”. Juntas, as estruturas acumulam cerca de 100 milhões de litros de água, garantem irrigação o ano inteiro e o sustento de seis famílias. “No ano de 2000, eu passei 90 dias sem ter como fazer uma feira para colocar dentro de casa. Minha dívida chegou a R$62 mil. Passei muita dificuldade, mas construí a minha primeira barragem em 2007 e tudo mudou. Hoje, eu e minha família temos a nossa alimentação, estamos vivendo bem e trabalhando com água, porque água é vida”, diz o agricultor.

Seu Dedé construiu primeira barragem, com capacidade para acumular 75 milhões de litros de água, sozinho, no braço. A obra durou dois anos. Hoje, ele replica a experiência em outros povoados, já recebeu a visita de estudiosos de outras regiões do Brasil e de 18 países. “Seu Dedé agrega a família e os vizinhos no negócio, repassa sua experiência para outras pessoas e tem mudado a realidade do município em que vive. Portanto, é necessário que a gente apoie iniciativas como a deste agricultor, que durante seis anos de seca, não sofreu com falta de água”, ressalta Fátima Canuto.

A deputada também ressalta o custo benefício que seria a construção de outras barragens subterrâneas em Alagoas. “Seu Dedé tem gado de leite aqui, então, nós podemos fortalecer a pecuária leiteira, para que os pequenos produtores viabilizem a criação do seu gado. Desta forma, também fortalecemos a agricultura familiar. O Seu Dedé não utiliza agrotóxico em seus produtos, todos são orgânicos e isso é muito importante. Porém, ele poderia trabalhar com 90 tarefas, mas não o faz, pois não teria para onde escoar a produção. Nós também precisamos pensar nisso”, observa Canuto.

Barragem construída pelo Senar e Sebrae AL: em outubro do ano passado e atualmente

Senar e Sebrae

Outro projeto visitado pela deputada foi a barragem subterrânea construída pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Alagoas) em parceria com o Sebrae AL, por meio do convênio Sertão Empreendedor. Entregue em outubro do ano passado, no Povoado olho D’Água do Padre, em São José da Tapera, a barragem já acumula água proveniente das chuvas recentes. O projeto custou apenas R$18 mil e incluiu capacitação da comunidade, contratação de mão-de-obra e máquinas.

“Fizemos um processo de capacitação com 30 pessoas do povoado e entorno, para que elas pudessem entender o processo de construção da barragem. Depois disso, levamos dez dias para deixar a estrutura pronta, só esperando a captação da chuva. O Sebrae nos ajudou muito na questão dos recursos e a comunidade se engajou no projeto”, relembra a engenheira agrônoma do Senar AL, Luana Torres. “É preciso replicar essas experiências no estado de Alagoas, firmar parcerias importantes para que a gente leve esse projeto adiante, principalmente, com o apoio do Governo do Estado”, pondera a deputada estadual Fátima Canuto.

Negócio Certo Rural forma mais três turmas em Inhapi

Formandos exibem diploma com orgulho

Fruto de uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – e o Sebrae, o Programa Negócio Certo Rural formou mais três turmas em Alagoas, desta vez, na cidade de Inhapi, sertão alagoano, a 270 quilômetros da capital Maceió. A solenidade de formatura aconteceu na última quarta-feira, 27, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e reuniu 55 formandos, familiares e autoridades do município.

O Negócio Certo Rural já começa a mudar a vida de jovens como André Oliveira dos Santos, 26 anos. Produtor de leite, ele percebeu, durante o curso, a possibilidade de diversificar o negócio. Hoje, também produz e vende queijo. “Com a crise no preço do leite, que caiu de R$1,15 para R$0,80, eu não conseguiria pagar as contas da fazenda, por isso, decidi colocar meu projeto em prática. Já estou entregando queijo nas padarias da cidade, no mercado, e com o lucro ainda estou investindo na criação de porcos”, relata.

André começou a produzir queijo durante o curso

Para garantir o padrão de qualidade do queijo, André investiu em máquina a vácuo, imprimiu selos, comprou carimbo para indicar a validade do produto. Mesmo com os investimentos, a nova atividade garantiu uma renda extra e ainda permitiu ao jovem produtor ampliar a diversificação nas fontes de renda. “Estou investindo agora em criação de porco e ainda fico com um caixinha extra”, comemora o jovem inhapiense.

O assessor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Inhapi, Silvano Nascimento, reconhece a importância do programa Negócio Certo Rural para os agricultores do município. “Além de obter mais conhecimentos, esses alunos, pequenos agricultores que pretendem diversificar e ampliar os negócios, já começam a ter uma renda extra para a família”, resume.

Prefeito de Inhapi reconhece importância das capacitações

O prefeito de Inhapi, José Cícero, ressalta que a capacitação é importante para todo o município. “Nossa zona rural é muito ampla e tem muitas pessoas carentes de capacitações, além disso, uma formação deste nível não beneficia apenas os alunos, mas também a nossa sociedade, que passa a consumir produtos de qualidade”, avalia o gestor.

Analista técnico do Sebrae no sertão de Alagoas, Vitor Pereira diz que a parceria com o Senar AL é fundamental para que o conhecimento se dissemine em todo o estado. “Conhecimento é o bem mais valioso e para o Sebrae, instituição que promove e dissemina conhecimento, é fundamental ter essa capilaridade de poder atuar em todo o território, por meio do convênio com o Senar, que é muito bem sucedido. E o mais gratificante é ver o resultado final, com os alunos já produzindo nos padrões de qualidade exigidos pela legislação”, reconhece.

O coordenador do Negócio Certo Rural no Senar AL, Sidney Rocha, ressaltou que a perspectiva é de oferta de outros cursos em Inhapi. “O Senar e o Sebrae em Alagoas firmaram uma parceria para a oferta de 300 cursos este ano. Além disso, os alunos que fizeram o NCR terão prioridade no programa de Assistência Técnica e Gerencial, que tem dois anos de duração. Neste período, são realizados o diagnóstico produtivo e individualizado; planejamento estratégico; adequação tecnológica; capacitação profissional complementar e avaliação sistemática de resultados”, comenta.

Ministra da Agricultura pretende apresentar ações para o Nordeste em junho

Tereza Cristina visitou o estado de Alagoas nesta sexta-feira, 29, e recebeu pauta de solicitações do setor produtivo

Ministra recebe pauta de solicitações do setor produtivo

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, recebeu uma pauta de solicitações do setor produtivo de Alagoas nesta sexta-feira, 29, durante visita à Cooperativa Pindorama, no município de Coruripe. O documento foi entregue pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, e inclui sugestões de medidas para reduzir o endividamento rural no Nordeste, promover a retomada do crescimento na produção da cana-de-açúcar, o desenvolvimento da pecuária e da agricultura familiar.

Por recomendação do presidente Jair Bolsonaro, a ministra tem percorrido o Nordeste para dialogar com o setor produtivo, conhecer boas práticas e discutir as necessidades da região. A intenção é apresentar propostas de ações a partir das demandas levantadas durante as visitas. “Espero retornar, no mês de junho, para anunciar ações concretas. O Ministério da Agricultura já dispõe de alguns programas, a exemplo da área fundiária, onde nós queremos dar títulos definitivos, pois temos crédito disponível e as pessoas não podem acessar, porque ainda não têm os seus papéis, suas escrituras, os seus registros. Então começaremos pela base e depois veremos quais dos nossos programas atenderão melhor aos produtores de cada estado. Mas é importante ressaltar que não temos fórmulas prontas. Estamos aqui para construir juntos”, afirmou Tereza Cristina.

Em Alagoas, uma das demandas consideradas prioritárias pelo setor produtivo é o apoio do Governo Federal para a conclusão das obras do Canal do Sertão, que estão cerca de 50% concluídas. “Sem dúvida, esta é a obra mais importante do semiárido alagoano, pois percorre uma região de geografia de catástrofe, tendo em vista que grande parte da sua população – predominantemente de agricultores familiares – está condicionada a um regime irregular de chuvas. Sua conclusão possibilitará o surgimento de um polo de fruticultura, nos moldes de Petrolina, em Pernambuco, o maior faturamento por hectare do País, com alto nível de geração de impostos, emprego e renda”, avalia o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.

Tereza Cristina pretende apresentar ações para a região em junho

Medidas também foram sugeridas para a retomada do crescimento na produção canavieira em Alagoas, o que inclui a inserção da cana-de-açúcar na Política de Garantia de Preços Mínimos, com preço fixado pelo Governo Federal, a partir de uma base regional e custos levantados, e a criação de um programa de recuperação da lavoura canavieira do estado, que, diante da crise no setor, teve nove unidades produtivas fechadas e caiu de segundo para sétimo maior produtor do país. Segundo o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, um passo importante para aumentar a produção da cana é a construção e manutenção de pequenas barragens na região.

“O grande pleito do Nordeste é a irrigação, inclusive na zona da mata, que também sofre em períodos de seca. Precisamos de pequenas barragens para que a água das chuvas seja contida e utilizada. A ministra já esteve na Paraíba e viu um bom exemplo, uma usina que utiliza um sistema de irrigação de gotejamento israelense e está produzindo 150 toneladas de cana por hectare, quase o dobro da produção do centro-sul”, exemplifica Alexandre Lima.

Ministra com o superintendente do Senar AL, Fernando Dória, e o presidente da Faeal, Álvaro ALmeida

Mais demandas
Outra solicitação do setor produtivo de Alagoas é o apoio do Governo Federal ao Programa do Leite, em parceria com o Governo do Estado. “Trata-se de um programa de grande alcance social, uma vez que atende a cerca de 80 mil famílias, com leite produzido por aproximadamente 4 mil pequenos produtores, e contempla os 102 municípios alagoanos. Mas a sua perenidade depende da regularidade do repasse de recursos federais”, alerta o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.

No documento entregue à ministra Tereza Cristina há outras sugestões para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite, além da solicitação do apoio do Governo Federal para garantir a implantação do Centro Nacional de Pesquisas de Alimentos e Territórios da Embrapa – que corre o risco de não sair do papel por falta de recursos –, o fortalecimento da infraestrutura da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Adeal) e da Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. “Estamos felizes pela vinda da ministra a Alagoas. Isso redobra a nossa confiança neste governo que assumiu o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento do agronegócio, maior gerador de emprego e renda do país”, ressalta Álvaro.

Programa Mais Pasto é apresentado ao setor produtivo de PE

Marina Lima / Ascom / Faepe

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, recebeu no dia 26, o coordenador do Programa Mais Pasto, André Sório e o superintendente do Senar Alagoas, Fernando Dória, na sede da Federação, no Recife. Em pauta, uma apresentação sobre a iniciativa para gestores e técnicos do setor produtivo.

O Mais Pasto leva consultoria para pecuaristas, implantando alternativas para melhorar o manejo das pastagens, a gestão da propriedade rural e, consequentemente, intensificar a atividade, seja na pecuária leiteira ou de corte.

O programa é uma idealização do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Alagoas (Senar-AL), com o apoio do Sebrae. 

Além do presidente da Faepe, a reunião contou com a presença do superintendente do Senar Pernambuco, Adriano Moraes, de técnicos da instituição e do pesquisador do IPA, Geraldo Eugênio.

Senar Alagoas capacitará mais de mil trabalhadores de usinas

Reunião com instrutores

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – capacitará 1050 trabalhadores das usinas Santo Antônio e Camaragibe, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Fat. Seis cursos, de 180 horas cada, serão ofertados: Educação Ambiental; Relações Interpessoais; Segurança no Trabalho; Mecanização Agrícola; Administração Rural; e Cultura da Cana-de-Açúcar. Os estudantes serão divididos em 42 turmas e as aulas acontecerão entre os dias 8 de abril e 11 de junho, nos municípios de São Luiz do Quitunde e Matriz de Camaragibe.

Na manhã desta terça-feira, 26, cerca de 30 instrutores contratados pelo Senar Alagoas receberam orientações sobre os cursos. “Alinhamos os conteúdos, que precisam ser constantemente atualizados para oferecer uma qualidade maior no ensino, além de questões de logística. E também aproveitamos a oportunidade para falar sobre demandas de outros programas”, explica a assessora técnica do Senar, Luana Torres, que conduziu a reunião ao lado do supervisor de treinamentos, Sidney Rocha.

Os cursos são uma exigência do Ministério do Trabalho, com o objetivo de evitar demissão de trabalhadores no período de entressafra da cana-de-açúcar. Todos os participantes recebem uma bolsa de estudos paga pelas usinas. Para realizar as capacitações, o Senar utiliza recursos financeiros provenientes da contribuição previdenciária rural.

De estudantes a instrutores

Ex-alunos do Curso Técnico em Agronegócio contribuem para a capacitação profissional de outros alagoanos

Exemplo de superação, Ib Heber cursou o primeiro semestre em Sergipe e depois se transferiu para Alagoas

Mais de 500 quilômetros e sete horas de viagem de ônibus, todos os sábados. Durante agosto de 2015 e janeiro de 2016, esta foi a rotina de Ib Heber Pita, ex-aluno do Curso Técnico em Agronegócio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. À época, as vagas em Alagoas ainda eram escassas e ele decidiu encarar o desafio de deixar o município de Major Izidoro, uma vez por semana, para estudar no polo de Carira, interior de Sergipe. Todo o primeiro semestre foi cursado no estado vizinho, até que veio a transferência para Maceió, onde concluiu os estudos. Hoje, aos 50 anos, Ib retorna à sala de aula do mesmo curso técnico, desta vez, como instrutor da disciplina Responsabilidade Social e Ambiental, no polo de Major, cidade onde vive.

“Ter sido selecionado como instrutor comprova que eu realmente cumpri o meu papel enquanto estudante – e tenho muito orgulho de ter sido aluno do Senar. Também me traz um compromisso maior, por já ter estado do outro lado. Eu sei, por exemplo, que muitas vezes o agricultor tem dificuldade de estudar a distância, enquanto as turmas mais jovens focam tanto nas atividades online, que deixam um pouco de lado os encontros presenciais. É preciso trabalhar muito bem essas questões e, por já ter vivido tudo isso na condição de aprendiz, acredito que posso contribuir para minimizar as dificuldades dos alunos e maximizar as potencialidades do curso”, analisa Ib Heber.

Técnico em Agroecologia e graduado em Gestão Ambiental, com pós-graduação em Agronegócio, Ib é o fundador do Instituto Eco Sertãozinho, que desenvolve projetos de acesso a crédito rural para produtores da bacia leiteira. Foi neste trabalho que percebeu a carência de capacitações em gestão para quem produz na região. Disposto a mudar tal realidade, Ib resolveu fazer o Curso Técnico em Agronegócio do Senar. “Identifiquei que um dos grandes problemas da bacia leiteira era justamente da porteira para dentro, a administração da propriedade. Ao analisar a grade curricular da rede E-Tec, percebi que era muito direcionada para a gestão e fiquei ansioso para fazer esse curso. Valeu a pena. Hoje, tenho uma visão melhor, de uma pequena ou média propriedade como empresa rural”, diz.

Emerson Ferreira: “Não tenho dúvidas de que esta é a melhor oportunidade para pessoas do meio rural”

Heber não é o único exemplo de ex-aluno que retornou ao Curso Técnico em Agronegócio do Senar como instrutor. Aos 32 anos, o engenheiro agrônomo e doutor em Proteção de Plantas Emerson dos Santos Ferreira vê o trabalho de orientação de novos estudantes como uma oportunidade de crescimento profissional. “O Agronegócio é a base primordial da economia brasileira e eu pretendo me qualificar cada vez mais nessa área. Graças a este curso, ganhei conhecimentos que me proporcionaram muitas oportunidades. Agora, é uma satisfação poder passar esses conhecimentos para outras pessoas”, afirma.

Instrutor das disciplinas Contabilidade Rural e Economia Rural, Emerson reitera os diferenciais do curso do Senar. “Os professores são muito qualificados, o material didático é excelente e o apoio do Ambiente Virtual de Aprendizagem é fundamental. Não tenho dúvidas de que esta é a melhor oportunidade para que as pessoas do meio rural possam se qualificar e trabalhar,  gerar emprego e renda nas cidades ondem vivem, sem precisar arriscar a vida nos grandes centros urbanos. Recomendo o curso, desejo que ele se expanda ainda mais, chegue a outros municípios, e que os alunos aproveitem essa excelente chance”, diz. Hoje, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural oferece o Curso Técnico em Agronegócio em nove polos de apoio presencial em Alagoas: Arapiraca; Junqueiro; Major Isidoro; Mar Vermelho; Mata Grande; Olho D’Água das Flores; Palmeira dos Índios; Penedo; e Santana do Ipanema.

Senar AL inicia aulas do Curso Técnico em Agronegócio nos novos polos

Aula inaugural aconteceu nos municípios de Olho D’Água das Flores e Junqueiro

Aula em Olho D’Água das Flores

Os 50 calouros do Curso Técnico em Agronegócio oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – em Alagoas iniciaram as aulas neste sábado, 23. Eles estão divididos em dois novos polos, localizados nos municípios de Junqueiro e Olho D’Água das Flores. Na aula inaugural, os alunos conheceram melhor o Senar e a Rede E-Tec Brasil, receberam informações sobre o curso – metodologia, organização pedagógica, administrativa e avaliação escolar – e o campo de trabalho para um técnico em Agronegócio.

Em Olho D’Água das Flores, a aula inaugural foi ministrada pela tutora Vânia Cristina e os estudantes também receberam orientações do coordenador dos tutores, Isaac Ferreira, e da coordenadora pedagógica do programa em Alagoas, Andrea Almeida. Aos 30 anos e grávida de cinco meses, a agricultora Iara Vitor da Silva de Góis, do povoado Sítio Minador, comemora a possibilidade de se tornar técnica em Agronegócio. “Estou muito ansiosa e feliz por ter sido aprovada em um processo seletivo muito concorrido. Sei que precisarei me afastar um pouco, porque vou ganhar bebê, mas já estou me programando para não perder nada deste curso que é muito bom”, afirma.

Grávida de 5 meses, Iara também vive a expectativa da capacitação profissional

A expectativa também é das melhores para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D’Água das Flores, Maria das Neves da Silva Souza. “Estamos muito felizes com este curso que é novo para a nossa comunidade e permite que essas pessoas possam ampliar a visão sobre o que é o agronegócio em nosso país. Esta era uma carência nossa e, por isso, o número de inscritos foi tão grande”, observa.

Em Alagoas
Além das aulas inaugurais em Olho D´Água das Flores e Junqueiro, o dia também foi de retorno às atividades para os estudantes do Curso Técnico em Agronegócio espalhados nos outros sete polos do Senar em Alagoas. O objetivo é formar profissionais habilitados na análise, execução e controle dos procedimentos de gestão e comercialização do agronegócio, voltados à atuação em empresas e propriedades da agropecuária brasileira.

Para Maria das Neves, curso amplia a visão sobre o agro no Brasil

O Curso Técnico em Agronegócio tem duração de quatro semestres e a metodologia envolve 80% de atividades a distância e 20% presenciais. A carga horária total é de 1.230 horas/aula, incluindo teorias e práticas nos polos de apoio e em propriedades rurais. Os estudantes fazem visitas técnicas, estudos de caso, articulação com o setor produtivo, desenvolvem projetos, entre outras ações. Também contam com o suporte de apostilas impressas, videoaulas e do Ambiente Virtual de Aprendizagem, onde podem participar de fóruns de discussão e tirar dúvidas online com os tutores, além do acompanhamento nos encontros presenciais.