Instituições discutem programa de construção de barragens subterrâneas

Edilson Maia destaca apoio da Faeal

O projeto de construção de barragens subterrâneas no semiárido alagoano tem tudo para sair do papel. Nesta quinta-feira, 18, representantes de instituições públicas e privadas se reuniram na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, em Maceió, para discutir uma grande parceria com o objetivo de disseminar a tecnologia social capaz de armazenar água o ano inteiro e beneficiar pequenos produtores rurais das regiões mais secas do estado.

A reunião foi presidida pelo vice-presidente da Faeal, Edilson Maia, e provocada pela Embrapa Solos, responsável pelo ZonBarragem, estudo de mapeamento das áreas com potencial para construção de barragens subterrâneas em Alagoas. A pesquisa é inédita no semiárido brasileiro e considerada norteadora para ações governamentais, mas precisa de apoio para ser concluída. Por conta da crise econômica, dos R$120 mil de verbas federais previstos para este ano, somente R$12 mil foram repassados para o projeto.

O próximo passo é validar o mapa com as zonas propícias para construção das barragens. Para isso, pesquisadores da Embrapa Solos precisam visitar as microrregiões delimitadas no estudo, verificar a situação das barragens já construídas, entrevistar técnicos e produtores rurais para fechar um diagnóstico.

Apresentação de estudos da Embrapa

“O mapa validado deveria ter sido entregue ao governo em março, mas a gente ainda não conseguiu finalizar por falta de recursos. Quem trabalha com barragens sabe que o período propício para construção é entre setembro e meados de dezembro, por questões climáticas. Isso significa dizer que, se não acelerarmos o projeto, perderemos mais um ano”, alerta a pesquisadora da Embrapa Solos, Maria Sônia Lopes da Silva.

Responsabilidades

Durante a reunião, ficou definido que o Governo de Alagoas capitaneará um programa de construção de barragens subterrâneas que contará com a parceria de instituições com a própria Embrapa, Sebrae, o Serviço Nacional de Aprendizagem rural – Senar AL – e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – Fapeal.

“A Secretaria de Estado de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Semarh) atuará na segurança hídrica, na construção das barragens. Após a implantação, a Secretaria de Estado da Agricultura dará todo o suporte aos produtores, com insumos e equipamentos para que, a partir da reserva de água, eles possam conduzir suas atividades produtivas”, explica o secretário interino de Estado da Agricultura, Silvio Bulhões.

Alex Gama fala sobre projeto para construção de 50 barragens

O secretário executivo de Gestão Interna da Semarh, Alex Gama, apresentou um projeto para a construção de 50 barragens subterrâneas até dezembro de 2020. A proposta envolve a seleção de locais, visitas de campo, execução e construção das barragens. O orçamento previsto é de R$1,9 milhão. Gama também garantiu o repasse de R$40 mil para auxiliar a Embrapa Solos a concluir a validação do mapa. “Temos o recurso e estamos verificando a melhor forma de fazer a alocação, administrativa e juridicamente”, ressalta o gestor da Semarh.

Outros apoios

O Senar e o Sebrae em Alagoas devem contribuir no projeto com a capacitação de mão de obra e na própria construção das barragens subterrâneas. As duas instituições realizaram um projeto piloto no município de São José da Tapera, por meio do programa Sertão Empreendedor e a barragem, capaz de garantir o sustento de pelo menos cinco famílias, virou modelo para o estado.

“Teremos uma nova conversa com a Embrapa e a Semarh para entrar na execução dessas 50 barragens projetadas pelo Governo. Após a construção, a ideia é trabalharmos com os produtores, capacitando-os dentro da atividade que eles estiverem explorando”, comenta o superintendente do Senar Alagoas, Fernando Dória. 

“Nós entramos com capacitação técnica, treinamento, e esta pode ser uma parceria muito produtiva não só para resolver a questão da água, mas também da produção, por meio de uma solução completa, com investimentos para que se tenha água disponível, avaliação da vocação da propriedade e do mercado, para que o produtor tenha renda. Este é o objetivo final”, pondera o diretor técnico do Sebrae AL, Ronaldo Moraes.

Ronaldo Moraes, diretor técnicodo Sebrae, e Fernando Dória, superintendente do Senar AL reiteram apoio ao projeto

O apoio também vem da Assembleia Legislativa. A deputada estadual Fátima Canuto (PRT) protocolou, este mês, um projeto para a construção das barragens subterrâneas no semiárido alagoano e o governador Renan Filho autorizou a execução de 20. “Mesmo com redução de aproximadamente 60% nos índices de precipitação pluviométrica, as barragens, onde já se procedeu o cultivo, vêm sustentando adequadamente a produção agrícola, fixando o homem no campo e evitando o êxodo rural com a produção de alimentos saudáveis e a geração de trabalho e renda”, justifica a parlamentar no projeto.

 Toda esta soma de esforços se deu a partir de uma provocação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas. Segundo o vice-presidente da Faeal, Edilson Maia, o interesse do setor político deu um novo rumo ao projeto. “Isso viabilizará o armazenamento de água nas regiões mais necessitadas, tanto para consumo quanto para a produção de alimentos. Trata-se, portanto, de uma iniciativa de extrema relevância social e a Federação se soma às outras instituições para encontrarmos o melhor caminho e realizarmos este grande projeto”, comenta.

Equipe da Embrapa

Decreto autoriza repasse do Tesouro Nacional para renegociação de dívidas rurais em 2019

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – divulga a análise técnica do Sistema CNA Brasil, sobre o novo Decreto nº 9.905, que autoriza repasse do Tesouro Nacional para renegociação de dívidas rurais em 2019 aos bancos oficiais federais. Esse decreto foi publicado no último dia 09 de julho de 2019. O decreto nº 8.929 que regulamenta a Lei 13.340/2016, sobre renegociação de dívidas na região da Sudene e Sudam, datava os repasses do Tesouro Nacional para as instituições financeiras, em função dos rebates concedidos pela Lei, apenas para o ano de 2017.

Confira a análise técnica:

Base LegalA Lei nº 13.340/2016 autoriza a concessão de descontos para liquidação das operações de crédito rural, referentes a uma ou mais operações do mesmo produtor, contratadas até 31 de dezembro de 2011, com bancos oficiais federais, para empreendimentos localizados na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) ou da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

Para se beneficiar, a solicitação para liquidação tem que ser realizada até 30 de dezembro de 2019. Além disso, os empreendimentos precisam se caracterizar como familiares rurais, agroindústrias familiares, cooperativas, associações e condomínios de produtores rurais, inclusive as na modalidade grupal ou coletiva. As dívidas rurais junto aos bancos somente terão descontos (rebates) para liquidação, se o somatório dos valores das operações originalmente contratadas não ultrapassar R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

Regulamentação Lei nº 13.340/2016 por meio do Decreto nº 9.905 de 9/7/2019

No dia 09 de julho de 2019, foi publicado o Decreto 9.905/20191 que regulamenta o artigo 3º da Lei 13.340/20162 . Na prática, esse Decreto permite que o rebate para liquidação das operações de crédito rural sejam concedidos ao longo de 2019. Sem o Decreto, o Tesouro Nacional não estaria autorizado a fazer esse repasse para as instituições financeiras. Entretanto, o texto do Decreto informa que esse repasse somente ocorrerá, com a inclusão nas Leis Orçamentárias de 2018 e 2019 dos montantes das despesas a serem ressarcidas pela União aos bancos. Além disso, por meio do novo Decreto, foram incluídos os empreendimentos familiares rurais e agroindústrias familiares como empreendimentos autorizados a solicitar o rebate para liquidação das operações de crédito rural. A regulamentação anterior não tinha tratado desses itens, portanto, foi feita uma correção por meio deste novo Decreto. Sobre os descontos vigentes na Lei 13.340/2016, de acordo com art. 3º, eles estão dispostos no Anexo I:

Sindicato Rural de Arapiraca dá exemplo de gestão

Diversificação de serviços gera receita e contribui com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida do produtor rural, seus familiares e da população da região

Todos os dias, cerca de 250 pessoas circulam na sede do sindicato

Consultórios médicos e odontológicos; exames laboratoriais; ultrassonografias; eletroneuromiografia; cintilografia e ressonância magnética. Acredite: esses e outros serviços são ofertados na sede do Sindicato dos Produtores Rurais do município de Arapiraca, interior de Alagoas. Exemplo de gestão e diversificação de receita, o sindicato apostou nos atendimentos de saúde, a preços 30% mais baratos, e a estratégia deu certo.

Hoje, cerca de 250 pessoas circulam nos corredores e salas do Sindicato Rural de Arapiraca, diariamente. Elas são atendidas por psicólogos, odontólogos e médicos ou realizam exames. Ao todo, 152 profissionais se revezam nos atendimentos e as especialidades são diversas. Angiologia; cardiologia; mastologia; pneumologia; cirurgia geral; gastrologia; endocrinologia; urologia; nefrologia; ginecologia; oftalmologia e psiquiatria são alguns exemplos.

Ronaldo trouxe a família de Campo Grande para atendimento em Arapiraca

A infraestrutura confortável, a tecnologia de ponta e os preços mais acessíveis das consultas atraem pessoas de Arapiraca e outras cidades. O autônomo Ronaldo Nicolau da Silva, 35 anos, saiu do município de Campo Grande e viajou 32 quilômetros, com a esposa e os dois filhos, dentre eles Valentina, uma bebê de 10 meses de vida, para que o pequeno Ronald, 9 anos, pudesse ser avaliado por um ortopedista. “Trouxe ele por indicação do pessoal lá da minha cidade. Além disso, eu já tinha vindo aqui com a minha mãe e ela foi muito bem atendida, sem contar que os preços são melhores do que em outros lugares”, comenta Ronaldo.

Gestores da Faeal visitam consultórios

Benefícios para os produtores

“Esse trabalho, que hoje é destinado para toda a sociedade, também é revertido em benefícios para os nossos produtores rurais de Arapiraca”, atesta o presidente do sindicato, José Adailton Barbosa Lopes. Os preços atrativos são para todo e qualquer cidadão, porém, os produtores em dia com a contribuição sindical rural ainda dispõem do benefício de poder pagar as consultas e exames em até quatro parcelas, a depender do valor do serviço. Além disso, têm acesso gratuito a assistência judiciária e contábil.

José Adailton: “Trabalho é revertido para produtores rurais de Arapiraca”

O exemplo de gestão chamou a atenção do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, e de presidentes de sindicatos de produtores rurais de outros municípios. Na última quarta-feira, 10, eles visitaram as instalações e trocaram ideias com os gestores de Arapiraca. A intenção é que a experiência seja replicada em outras cidades, respeitando-se a particularidade de cada sindicato.

“Arapiraca encontrou uma forma de sobreviver e contribuir com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida do produtor rural, seus familiares e da população da região, sem depender da nossa contribuição sindical rural, que não é mais obrigatória. Isso corrobora as discussões que temos tido dentro do Sistema CNA Brasil. Precisamos nos reinventar e o Sindicato de Arapiraca fez isso antes mesmo do fim da obrigatoriedade da contribuição”, observa Álvaro Almeida.

Estrela de Alagoas recebe programas de saúde do Senar

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – realizou a quarta edição dos Programas de Saúde do Homem e da Mulher de 2019, desta vez, no município de Estrela de Alagoas. As ações aconteceram na última sexta-feira, 5, na Unidade Básica de Saúde Antônio Garrote e no Centro de Saúde Gastão Leão Rego, onde 230 pessoas foram atendidas.

Ao todo, foram realizados 350 exames – 125 de PSA, 120 de toque e 105 citologias. A comunidade também pôde fazer testes gratuitos de glicemia e aferição de pressão arterial, recebeu cartilhas educativas sobre doenças sexualmente transmissíveis, câncer de pele melanoma, chikungunya, dengue e zica, entre outros males. As mulheres ainda assistiram à uma palestra sobre câncer de mama e de colo de útero.

Os programas de saúde do Senar foram realizados em parceria com a Prefeitura Municipal de Estrela de Alagoas e o Sindicato Rural de Palmeira dos Índios, que também atende aos produtores da cidade. O vice-prefeito Aldo Lira, o vereador Nilton Marques e o presidente do Sindicato Rural, Nielson Correia Barros, prestigiaram o evento.

Bem+Agro: produtores rurais ganham desconto em cursos da FGV

Benefícios são extensivos aos cônjuges, filhos e netos dos produtores

Contrato garante desconto em cursos de graduação, pós, MBA e extensão

Produtores rurais alagoanos cadastrados no Bem+Agro, programa de benefícios da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ganharam uma excelente oportunidade de se qualificar na área de gestão, por meio de cursos com o selo de qualidade internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e a Faculdade de Administração e Negócios (FAN/FGV) assinaram um contrato de parceria que garante desconto de 30% sobre o valor da matrícula e mensalidades de cursos de graduação, pós-graduação, MBA e extensão, e de 50% nas graduações, para grupos a partir de cinco pessoas que se matriculem simultaneamente. Os benefícios são extensivos aos cônjuges, filhos e netos dos produtores.

Nos próximos dias, a empresa parceira estará disponível no site do Bem+Agro. “Esse convênio oferece uma condição financeira muito boa para que esses produtores e familiares possam aprender conosco a administrar negócios, controlar finanças, gerir pessoas. Daremos a eles toda a condição técnica, com o diferencial de uma marca internacional, nota máxima no país”, ressalta o diretor da FAN/FGV, Robson Alves.

Ele destaca que um dos pré-requisitos para ser docente da Fundação Getúlio Vargas é a experiência profissional. “É preciso ter passado por empresas de grande porte, que contribuem com o desenvolvimento do país, para trazer esse know-how para Alagoas. Portanto, oferecemos um conhecimento ímpar, que os alagoanos não precisam buscar em outros estados, já que deslocamos esses professores para Maceió”, ressalta Robson.

Bem+Agro

O programa de benefícios Bem+Agro é exclusivo para produtores em dia com a Contribuição Sindical Rural. A adesão é gratuita e deve ser feita no site www.bemmaisagro.com.br. O programa funciona com agros – moeda virtual criada para o sistema e que pode ser trocada por ofertas e outros benefícios.

Para ganhar agros, o produtor precisa ter alguns comportamentos como se inscrever e concluir cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); participar de eventos; navegar, interagir e ler conteúdos publicados pela CNA, federações estaduais da agricultura e pecuária, e sindicatos rurais.

No computador ou celular, o produtor acessa o extrato de agros acumulados, confere as ofertas – nacionais ou segmentadas por região – e troca moedas virtuais por benefícios, como condições especiais em empresas parceiras, a exemplo de descontos em planos de saúde, serviços laboratoriais, passagens aéreas, pneus e serviços relacionados, cursos de graduação e livros, além de acesso VIP a eventos do agronegócio, entre outros.

Nacionalmente, a CNA já firmou convênio com empresas como Latam Airlines, Mercedes-Benz, Visa, Livraria Embrapa, Pirelli, Sabin Medicina Diagnóstica, 99, Netshows, Bancorbrás e Movida Rent a Car. Em Alagoas, o contrato com a FAN/FGV é o primeiro de muitos. “Já estamos em negociação com diversas empresas de saúde, produtos automobilísticos, entre outros segmentos, e continuaremos trabalhando para oferecer cada vez mais parcerias no site do Bem+Agro”, garante a técnica da Faeal, Carla Christine Lima da Silva.

Os produtores cadastrados no Bem+Agro também têm acesso a cartilhas de processos produtivos; podem formar turmas exclusivas para cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e indicar estudantes para o programa CNA Jovem; têm acesso prioritário a serviços prestados pelos sindicatos, como assessorias jurídica e contábil, bem como à Assistência Técnica e Gerencial do Senar.

Alunos do Mais Pasto aprendem sobre cerca elétrica

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – promoveu, nos dias 27 e 28 de junho, um curso de Cerca Elétrica para alunos do Programa Mais Pasto. O objetivo foi capacitar produtores e técnicos para a construção de cercas elétricas, seguindo as recomendações de segurança.

Teórico e prático, o curso foi ministrado por Alfredo Seixas, técnico de campo do Mais Pasto, e a aula de campo aconteceu em uma fazenda na divisa entre os municípios de Paulo Jacinto e Viçosa.

O curso de Cerca Elétrica proporciona o conhecimento sobre as vantagens de implementar as cercas elétricas na propriedade rural. O conteúdo programático inclui temas como: acordo de convivência; higiene pessoal, ambiente e equipamentos; educação ambiental; medidas de segurança no trabalho, novas exigências profissionais e mercado de trabalho.

Também são abordados assuntos como a importância e os tipos de cercas elétricas; características básicas dos equipamentos, materiais e acessórios para cercas elétricas; interpretação do projeto; seleção de materiais e ferramentas necessários para construção; execução do projeto; e localização e instalação do eletrificado.

Caravana de Grãos visita áreas de produção em Alagoas

São cerca de 6.500 hectares de cultivo de soja, milho, sorgo, feijão e algodão, com o apoio das pesquisas realizadas pela Embrapa

Caravana visita produção de milho

A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas – Seagri – promoveu a Caravana de Grãos na última quinta-feira, 27 de junho. A iniciativa foi da Comissão de Grãos, que tem a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – entre as instituições idealizadoras. Produtores rurais, técnicos e pesquisadores da Embrapa percorreram cerca de 6.500 hectares, nos municípios de Campo Alegre, Limoeiro de Anadia e Anadia, em propriedades onde a monocultura da cana-de-açúcar abriu espaço para a produção de milho, soja, sorgo, feijão e algodão tecnificados.

“A Caravana é um momento de apresentação do alto nível tecnológico, da potencialidade e oportunidade que temos para a produção de grãos, com um mercado amplamente comprador, por dependermos da importação da grande maioria de grãos que consumimos, seja para alimentação humana ou animal”, afirma o presidente da Comissão de Grãos, Hibernon Cavalcante.

Cinco propriedades rurais foram visitadas. Além da diversificação de culturas, a tecnologia do plantio direto, utilizada em quase toda a área, atende à recomendação do Plano de Agricultura de Baixo Carbono – Plano ABC. A Caravana de Grãos também verificou, in loco, as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa que vêm atraindo o investimento de produtores tradicionais de estados como Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Sergipe para Alagoas.

Área de pesquisas coordenada pela Embrapa

“Estamos com um ensaio de competição de soja com 30 materiais, todos já testados em outras regiões e com indicativos de boa adaptabilidade, e outros dois materiais de lançamento. Além disso, temos um trabalho com genótipos de milho, que são testados em áreas maiores, e já apresenta vários indicativos de bons materiais. Tudo isso serve de termômetro para que os produtores possam investir melhor na próxima safra”, explica o pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Santiago.

“Esse ano também estamos atuando na introdução de culturas que vêm sendo tropicalizadas, a exemplo do trigo, que conseguiu se adaptar, tem variedades para o serrado e pode ser uma possibilidade para a nossa região. Pensamos também em testar outros materiais, como cevada, que atenderia a um mercado crescente de cervejas artesanais”, acrescenta a coordenadora da Embrapa em Alagoas, Walane Ivo.

Desenvolvimento econômico

Para o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, este novo cenário da produção de grãos em Alagoas, provocado a partir de uma iniciativa da Federação em parceria com o Governo do Estado, amplia os horizontes para o agronegócio alagoano. “Diante da situação em que passa o do setor canavieiro, com grandes áreas disponíveis para outros cultivos, a Comissão de Grãos incentivou o plantio do milho, algodão, sorgo e, principalmente, da soja, que nós éramos importadores e agora podemos comprar a custo mais baixo. Este pode ser um grande colaborador da receita do Estado de Alagoas”, analisa.

Visita à produção de soja

“Está comprovado que Alagoas é área de produção de soja e isso é muito importante. Não é à toa que grandes empresários de outros estados estão se instalando aqui e entusiasmados com as condições que a nossa soja apresenta neste momento, de excelente qualidade, condição vegetativa e sanidade, principalmente. Temos tudo para nos tornarmos o grande produtor de soja no Nordeste”, vislumbra o vice-presidente da Faeal, Edilson Maia.

O paranaense Felix Simonetti começou a produzir soja e milho em Alagoas em março de 2018 e está satisfeito com os primeiros resultados. As expectativas para 2019 são as melhores. “Essa é uma região promissora, o ano passado nós chegamos atrasados, plantamos muito tarde, por conta da paralisação dos caminhoneiros, e ainda faltou chuva no final. Mas, este ano, plantamos na melhor época e o clima está ajudando”, observa.

A mesma expectativa vive o Grupo Santana, do Rio Grande do norte, que começou a plantar em Alagoas no mês de abril do ano passado e, hoje, produz milho, soja, sorgo, algodão e feijão numa área de 3.200 hectares. O plantio tardio e a necessidade de preparar o solo para novas culturas dificultaram os resultados em 2018, mas, agora, a expectativa é produzir cerca de 262,5 mil sacas de milho, 473,2 mil de soja, 16,6 mil sacas de sorgo; 5,4 mil de feijão; e 33,9 mil arrobas de algodão. “Este ano não precisamos mais preparar o solo, o inverno está bom e a nossa produção está compatível com a das outras regiões produtoras do país”, garante o presidente do Grupo Santana, Ivanilson Araújo.

O alagoano Everaldo Tenório decidiu cultivar soja há quatro anos e foi o primeiro produtor do litoral nordestino a exportar a matéria-prima. Nos últimos dois anos, toda a sua produção tem sido consumida pelo mercado interno, principalmente Pernambuco. Os investimentos tendem a melhorar os resultados produtivos. “Estamos produzindo próximo à média do Brasil, que é de cerca de 50 sacas por hectare. Este ano, utilizamos a melhor tecnologia, tudo foi plantado via GPS e já é uma cultura melhor, que deve produzir mais”, prevê.

Senar Alagoas realiza curso de Conservação e Recuperação de Nascentes

Curso foi ministrado pelo técnico da Semarh Adolfo Barbosa

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – realizou, nestas terça e quarta-feira, 25 e 26, um curso de Conservação e Recuperação de Nascentes. Voltado para profissionais de extensão rural, estudantes universitários, ambientalistas, veterinários e agrônomos, o curso foi ministrado pelo técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas – Semarh –, Adolfo Barbosa.

O objetivo do curso é capacitar e habilitar os participantes no uso de técnicas conservação e recuperação de nascente, utilizando opções de baixo custo e fácil implantação, bem como difundir boas práticas na produção de água para uma convivência sustentável.

Com carga horária de 16 horas, o curso abordou temas como formação de nascentes quanto a origem e ao regime de fluxo; o que plantar; e como fazer pluviômetro caseiro. Teórico e prático, se dividiu em atividades em sala de aula e um dia de visita técnica a nascentes recuperadas em propriedades rurais do município de Cajueiro.

Como atividade base do projeto foi aplicada a técnica de solo cimento, método mais simples e fácil para a proteção da nascente, na dinâmica de se fazer a intervenção no melhoramento físico da água, a partir da sua localização.

Turma em visita de campo

Senar AL forma técnicos em Agronegócio no município de Mar Vermelho

Presidente da Faeal discursa em solenidade no Teatro Municipal

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – realizou a formatura da primeira turma do curso Técnico em Agronegócio do município de Mar Vermelho. A solenidade aconteceu no último sábado, 22, no Teatro Municipal e contou com a participação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, do presidente do Sindicato Rural, Sebastião Almeida, entre outras autoridades, formandos, amigos e familiares.

Filho de Mar Vermelho, Álvaro Almeida não escondeu a felicidade em contribuir para a capacitação profissional dos jovens do município. “Usem bem desse conhecimento que vocês adquiriram para fazer a diferença no mundo do trabalho. Isso é pessoal, intransferível, não se troca, não se vende e nem se pode dar. Eu estou muito feliz, na certeza de que valeu a pena ter trazido alguns momentos de educação e cultura para a cidade que me fez existir”, comentou.

Representando a prefeita Juliana Almeida, o vice-prefeito de Mar Vermelho, André Almeida, parabenizou os dez novos técnicos em Agronegócio. “Parabéns àqueles que se dedicaram durante esses últimos dois anos, seja para tocar a sua propriedade rural, incrementar o currículo ou buscar novas oportunidades profissionais. Este diploma abre portas, vocês provaram que são mais fortes, querem algo melhor para a vida, têm determinação e é isso o que o mundo aí fora está esperando. Que venham mais cursos para a gente continuar qualificando o nosso povo”, afirmou.

A coordenadora regional da rede E-Tec do Senar em Alagoas, Graziela Freitas, enalteceu o esforço coletivo da turma para concluir o curso. “O caminho da aprendizagem não é trilhado sozinho. É um processo de troca de relações e construções coletivas e processuais. Ao concluir este curso técnico, vocês se apropriaram de conhecimentos e valores que darão a sustentação aos novos desafios. Oferecer possibilidades para o desenvolvimento integral, trabalhando todas as potencialidades da pessoa humana, tem sido uma prerrogativa do Senar Alagoas, por isso, apesar dos obstáculos, vocês chegaram ao final. A vitória pertence àqueles que se dedicam e batalham para alcançar seus objetivos”, ressaltou.

Para o formando José Florentino Tenório Neto, que durante dois anos viajou cerca de 108 quilômetros, todos os sábados, para assistir as aulas em Mar Vermelho, a hora agora é de colher os frutos. “Eu cheguei a dizer que ia desistir do curso, vinha de Maceió e era muito complicado, mas hoje digo que o investimento vale a pena, pois um curso desse a gente não encontra em todos os lugares”, reconheceu.

A coordenadora do polo do Senar em Mar Vermelho, Maria Cícera, elogiou o desempenho da primeira turma. “Cada aluno, na sua particularidade, conseguiu com que nós fizéssemos esse curso com muita sabedoria, responsabilidade e dedicação. Foi uma turma que valorizou muito o curso e eu tenho certeza de que, em cada um desses formandos, a semente foi plantada. O Senar acertou em trazer este curso para Mar Vermelho”, avaliou.

Senar Alagoas vai inaugurar escola em Penedo

Fruto de uma parceria entre o Sindicato Rural e a Prefeitura do município, centro de capacitações abrirá as portas oficialmente no próximo mês

 

Secretário Municipal de Agricultura, Messias Lima, e o presidente do Sindicato Rural de Penedo, Murilo Rezende

Às margens da Rodovia Engenheiro Joaquim Gonçalves, passagem obrigatória para quem entra ou sai do município de Penedo pelo litoral sul de Alagoas, homens trabalham com afinco nos últimos ajustes do imóvel onde, a partir do próximo mês, funcionará oficialmente um centro de capacitações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL. Praticamente tudo já foi revisto e reformado, do telhado ao chão, do sistema elétrico ao hidráulico. A casa, desativada nos últimos 15 anos, passará a receber centenas de pessoas do campo, em busca de capacitação profissional gratuita.

O novo centro de capacitações é o resultado de uma parceria entre o Sindicato Rural, entidade vinculada ao Sistema CNA Brasil, e a Prefeitura de Penedo, por meio da Secretaria de Agricultura, que cedeu o imóvel. O contrato de Cessão de Uso está fundamentado no art. 12 da Lei Orgânica municipal e considera o relevante interesse público em fomentar o desenvolvimento das atividades agrícolas, agropecuárias, da carcinocultura, piscicultura, caprinocultura, apicultura, artesanato e culinária, com foco na geração de renda, em especial, para populações rurais.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Penedo, Murilo Rezende, a inauguração será marcada pela entrega dos diplomas da primeira turma do curso Técnico em Agronegócio do Senar no município. “É importante que a população do campo saiba que nós estamos aqui para contribuir com o desenvolvimento da região por meio de capacitações para quem trabalha nas cadeias produtivas do leite, mel, arroz, da piscicultura, entre outras. Este é um trabalho que nós já realizamos desde 1994 e, agora, passa a acontecer em um endereço fixo, a casa do produtor rural em Penedo”, diz.

O secretário de Agricultura de Penedo, Messias Lima, ressalta que a parceria com o Sindicato Rural e o Senar Alagoas fortalece o setor agropecuário. “Juntos, somos a mão amiga que o produtor rural não tinha. Reunimos nossa experiência e o comprometimento com o desenvolvimento da região para dar às comunidades do campo possibilidades de geração de emprego e renda, de crescimento. Isso também é importante para segurar as pessoas no campo e reduzir a pobreza”, pondera.

Turma de Eletricista Rural já realiza atividades no imóvel

Futuros eletricistas
A escola do Senar em Penedo será inaugurada em julho, mas a sala de aula já está testada e aprovada. Desde a semana passada, uma turma do curso de Eletricista Rural vem desenvolve atividades no local. Os alunos são jovens em sua maioria, a exemplo de Cleves Leandro Reis de Castro, que, aos 22 anos, vive fazendo bicos de serviços gerais e percebe na capacitação gratuita uma oportunidade de mudar de vida.

“A nossa cidade é pequena e, quando você termina a escola, não tem muitas opções do que fazer. Tem o comércio para trabalhar, mas, geralmente, as lojas exigem experiência. Se profissionalizar é importante, só que as opções são escassas, os cursos muitas vezes acontecem em outros municípios ou são pagos – e, como a gente não trabalha, fica difícil pagar. Por isso, eu quero terminar esse curso, arranjar um emprego, fazer outras capacitações e avançar na profissão”, diz o futuro eletricista.