Prejudicados por praga de lagartas, produtores de pinha recorrem à assistência técnica do Senar

Lagartas são mais comuns em capinzais

As plantações de pinha no município de Estrela de Alagoas, agreste do Estado, vêm sendo devastadas por um inimigo minúsculo e aparentemente frágil, mas de alto poder destrutivo. A Gonodonta sp., popularmente conhecida como lagarta dos capinzais, tomou conta de pelo menos 30 propriedades. O prejuízo já está acima do nível de dano econômico. Muitos produtores rurais perderam praticamente toda a safra para 2020.

Aos 62 anos, o agricultor José Augusto dos Santos olha para as 40 tarefas da sua propriedade e lamenta. “Dessa atividade eu tiro o meu sustento, da mulher e de oito filhos, vendendo pinha para Recife, Maceió e Aracaju. Essa lagarta já tinha aparecido outras vezes, a última acho que há uns cinco anos, mas sempre em um pé aqui, outro acolá. Agora acabou com 90% da plantação. A gente não sabe o que fazer, porque não dá para plantar milho ou feijão, o comércio é pouco e o tempo não ajuda. Meus filhos tiveram que buscar serviço fora”, relata.

Preocupados com as perdas, alguns produtores procuraram o presidente do Sindicato Rural da região de Palmeira dos Índios, Nielson Barros. “Visitei algumas propriedades e, diante da gravidade da situação, solicitei o apoio da assistência técnica do Senar Alagoas, pois os agricultores não sabiam como lidar com uma praga tão devastadora. A ajuda veio, por meio do projeto Agronordeste”, relembra Nielson.

O trabalho de assistência técnica começou no início deste mês. Os 30 produtores são atendidos pela engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas, Ellen de Oliveira. “Na primeira visita às propriedades, percebi que todas estavam sendo atacadas e não havia nenhum controle. Alguns agricultores utilizavam inseticidas, próprios para matar baratas e mosquitos, mas que não fazem efeito nesta praga, porque essa lagarta só pode ser controlada quando ainda está na fase inicial”, explica Ellen.

Plantação devastada pelas lagartas

A engenheira agrônoma vem orientando os produtores rurais sobre a utilização de produtos mais adequados e a importância da poda e da limpeza da área de plantio. Segundo Ellen, a presença da Gonodonta sp. é mais comum em capinzais e não há remédio específico para esta praga, principalmente, na cultura da pinha. “Por ela ser uma lagarta desfolhadora, nós indicamos os produtos utilizados para o combate a outros tipos de lagartas que mastigam as folhas, como a helicoverpa ou a spodoptera”, comenta.

A ausência de tratos culturais adequados e de um controle preventivo agravou a situação. Para Ellen, se a assistência técnica do Senar tivesse sido solicitada antes, o problema teria sido evitado. “Quando você tem uma área de 50 pés de pinha e apenas dois apresentam essa lagarta, é possível fazer o controle até mesmo com a catação manual, para que a praga não se espalhe. Outra medida importante é evitar capim ao redor da planta”, orienta.

“Não se pode controlar esta lagarta na fase adulta. Depois que cresce, é preciso esperar virar mariposa para fazer o controle. Neste momento, há muitas mariposas nas propriedades de Estrela de Alagoas e agora precisamos trabalhar para que o ciclo da praga seja quebrado”, afirma a engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas.

Senar realiza capacitação com técnicos do AgroNordeste

Capacitação aconteceu na sede do Senar Alagoas

Eduarda Xavier (estagiária)

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – reuniu técnicos de campo credenciados no programa AgroNordeste, nesta sexta-feira, 13, para explicar como acontecerão as ações de assistência técnica e gerencial oferecidas aos produtores rurais no estado. O encontro aconteceu na sede do Senar, em Maceió.

Além de explicar sobre o funcionamento do programa, a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres, também apresentou o Sistema de Gestão da Assistência Técnica e Gerencial – Sisateg –, onde os técnicos de campo podem agendar visitas às propriedades e cadastrar informações em relatórios.

Cada técnico de campo gerenciará um grupo de até 30 produtores e realizará visitas mensais às propriedades dos assistidos pelo programa durante um período de 2 anos. Os grupos são divididos por área de manejo.

“Se o técnico está responsável por produtores de frutas, os 30 assistidos devem ser fruticultores, pois o programa é voltado para o gerenciamento da atividade principal dessas famílias”, explica Luana Torres.

Os projetos pilotos Frutec – desenvolvido em parceria com o Sebrae Alagoas, por meio do Sebraetec – e ATeG de bovinocultura de leite, realizados respectivamente nos municípios de Santana do Mundaú e Major Izidoro, já estão em fase de finalização. Nos próximos dias, os técnicos começam a cair em campo para atender às demandas dos produtores.

Mais sobre o AgroNordeste

O plano de ações do comitê estadual do AgroNordeste prevê o investimento de R$ 110,8 milhões em diversas ações no estado, mas os recursos dependem de aprovação e disponibilização orçamentária pelo comitê central. Caso seja aprovado, será utilizado nos próximos três anos para a promoção da sustentabilidade da bovinocultura de leite na microrregião do município de Batalha, por meio de ações que proporcionem alimentação animal a custo reduzido, beneficiamento e comercialização da produção leiteira.

Senar Alagoas treina técnicos de campo para utilizar o Sisateg

Técnicos são orientados sobre como cadastrar dados no sistema

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – promove, nesta quinta-feira, 5, um treinamento sobre o Sistema de Gestão da Assistência Técnica e Gerencial – Sisateg – para técnicos de campo. Com duração de oito horas, a capacitação acontece na sede da instituição, no Bairro Jaraguá, em Maceió, e é ministrada pela coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar AL, Luana Torres.

“O Sisateg está disponível para o técnico nas versões online, onde ele agenda as visitas às propriedades, e off-line, onde ele pode cadastrar todas as informações e, assim que tiver acesso à internet, os dados são sincronizados e atualizados”, destaca Luana.

Segundo a coordenadora de ATeG, o sistema está sendo apresentado especialmente para as cadeias que o Senar Alagoas trabalhará no Agronordeste, mas também para outras regiões. “Temos vários módulos produtivos já prontos para utilização. Prioritariamente a bovinocultura de leite e de corte, fruticultura, olericultura e avicultura”, pontua.

O Sisateg reúne informações coletadas em campo para o monitoramento de dados e análise das propriedades e projetos atendidos pelo Senar. “O sistema gera indicadores de produção, relatórios de visita, recomendações técnicas, todos os dados do acompanhamento técnico que o produtor receberá durante os dois anos de ATeG”, comenta Luana Torres.

Antes do treinamento para a utilização do Sisateg, os técnicos de campo foram capacitados sobre o programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar por meio de um curso a distância, realizado entre os meses de agosto e novembro do ano passado. Agora, eles aprendem a utilizar o sistema de dados na prática.

“O treinamento está sendo bem legal, a plataforma é muito bem feita, nós temos como organizar dados, informações da metodologia, tudo no sistema. Isso facilitará o nosso trabalho”, analisa a técnica de campo Tatiana de Lima Salvador.

 

Comitê estadual do Agronordeste apresenta plano de ações para os próximos três anos

Investimento previsto é de R$ 110,8 milhões, mas recursos dependem de aprovação e disponibilização orçamentária pelo comitê central

Representantes de instituições integrantes do comitê estadual discutem plano de ações

Por: Álvaro Müller – Ascom Senar Alagoas

O comitê do Agronordeste em Alagoas encaminhou na última sexta-feira, 21, o Plano de Ações Estaduais e Territoriais – PAT – para avaliação do comitê central, em Brasília. A proposta prevê o investimento de R$ 110.825.446,32, nos próximos três anos, para a promoção da sustentabilidade da bovinocultura de leite na microrregião do município de Batalha, por meio de ações que proporcionem alimentação animal a custo reduzido, beneficiamento e comercialização da produção leiteira.

As ações envolvem instituições como Senar, Embrapa, Sebrae, Incra, Conab, Mapa, BNB e Banco do Brasil. O objetivo é beneficiar agricultores familiares, produtores rurais dos diversos portes, cooperativas, indústrias e agroindústrias instaladas no território, micro e pequenas empresas de segmentos variados, microempreendedores urbanos e rurais e o setor informal.

“O comitê central do Agronordeste avaliará o PAT, aprovará ou proporá mudanças, mas o importante é que Alagoas já atendeu à proposta de construção de um plano estadual com a participação de todo o setor produtivo e, principalmente, das instituições que estão assumindo essa responsabilidade de construir juntas um arranjo institucional capaz de dar o retorno que a população da bacia leiteira espera”, afirma o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no estado, Alay Correia.

Entre as metas do plano de ações do Agronordeste em Alagoas, estão a ampliação do acesso ao crédito, com aplicação de R$ 79 milhões em 2020, nos diversos segmentos produtivos – recursos disponibilizados pelas instituições bancárias e não incluídos no orçamento do PAT –; a instalação de 36 barragens subterrâneas para promoção de alimentação animal e de 36 Unidades de Referência Tecnológica – URTs – de Palma, 20 de sorgo, 10 de mandioca e 16 de outras forrageiras.

Também foram estabelecidas como metas para os próximos três anos a comercialização de 36 mil toneladas de milho, a formação de estoque de 64.915 mil quilos de leite em pó integral e a elevação do preço médio do litro de leite acima da expectativa média de inflação para o período (4,5%).

O PAT de Alagoas prevê ainda o treinamento de 200 criadores na Tecnologia Balde Cheio, modelo de transferência de tecnologia criado pela Embrapa e aplicado pelo Sebrae; a inserção de 300 produtores em propostas de participação do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA – formação de estoque; e a orientação de 800 pessoas, entre técnicos e produtores de associações e cooperativas quanto às normas de acesso ao Programa de Vendas em Balcão – ProVB –, que busca viabilizar o acesso de criadores rurais de animais de pequeno porte aos estoques de produtos agrícolas sob gestão da Conab.

Ações
Para que essas e outras metas sejam cumpridas, o plano prevê o investimento em ações como a instalação de um escritório local de operações em Batalha e a execução de programas como o de Erradicação da Brucelose e Tuberculose, o de Combate à Febre Aftosa, para tornar a região livre da doença sem vacinação, e o Programa de Combate à Cochonilha do Carmim.

O Incra priorizará a análise das certificações de imóveis inseridos no AgroNordeste e realizará a supervisão ocupacional para fins de titulação em 208 lotes da reforma agrária em oito assentamentos. A Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo implementará projetos de fomento à produção de assentados titulados do Programa Nacional de Reforma Agrária – PNRA – e a Conab instalará uma unidade de venda de milho na microrregião de Batalha.

Outra proposta é a implantação do Programa Garantia Safra, que visa garantir renda aos produtores em caso de perdas acima de 50% da safra, causadas por problemas climáticos. O PAT também prevê iniciativas para melhorar a qualidade do leite; implantar áreas de sistemas agropecuários sustentáveis por meio de URTs de integração lavoura-pecuária-floresta – ILPF –; promover a inclusão digital e a conectividade no campo; incentivar a competitividade, agregação de valor e viabilizar a comercialização intermunicipal e interestadual de produtos artesanais.

Outros projetos constantes no plano visam ampliar o acesso à assistência técnica no território; apoiar a inclusão dos agricultores familiares no processo de agroindustrialização e comercialização da sua produção; e construir 1.200 casas para os pequenos agricultores familiares que vivem em condição de alta vulnerabilidade habitacional, por meio do Programa Nacional de Habitação Rural.

Participação do Senar
De acordo com a proposta enviada pelo comitê estadual do Agronordeste, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – prestará assistência técnica e gerencial e promoverá cursos com foco em alimentação animal, ordenha manual, sanidade e tratador para mil produtores rurais dos oito municípios considerados prioritários: Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores e Olivença.

“Ao lado de outras instituições de credibilidade, o Senar exerce um dos seus princípios, que é expandir parcerias e consolidar alianças públicas e privadas com o objetivo de cumprir a sua missão institucional de contribuir para o desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e dos avanços sociais no campo, por meio de ações de educação profissional, assistência técnica e promoção social”, ressalta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida.

Agronordeste: Senar Alagoas mobiliza produtores rurais

Reuniões acontecem em povoados ou nas secretarias de agricultura

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – iniciou o trabalho de mobilização dos produtores rurais que serão contemplados no projeto Agronordeste, iniciativa do Governo Federal, em parceria com o Sistema CNA e a Anater, que visa impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável no campo por meio da oferta de serviços de assistência técnica e gerencial.

As reuniões acontecem nos oito municípios identificados como prioritários no projeto: Jaramataia, Olho D’Água das Flores, Batalha, Major izidoro, Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Belo Monte e Olivença. Além de explicar sobre a assistência técnica e gerencial, o supervisor técnico do Senar Alagoas, Sidney Rocha, orienta e realiza os produtores rurais no processo de cadastramento.

A metodologia de assistência técnica e gerencial do Senar é direcionada principalmente para pequenos e médios produtores rurais. O objetivo é promover o acesso a um modelo de adequação tecnológica associado à consultoria gerencial das propriedades rurais. Tudo isso estabelecido em um planejamento estratégico feito entre técnico de campo e produtor.

Divididos em turmas de 25 a 30 pessoas que desenvolvem a mesma atividade, os produtores serão acompanhados por técnicos de campo contratados pelo Senar durante dois anos, com quatro horas mensais de visitas técnicas em cada propriedade. “O trabalho envolve o diagnóstico produtivo e individualizado, planejamento estratégico, adequação tecnológica e capacitação profissional complementar”, pontua Sidney.

Uma turma já está fechada no município de Jaramataia e outras duas em Olho D’Água das Flores. Logo após o carnaval, outras reuniões serão realizadas em Jacaré dos Homens, Belo Monte e Olivença. A articulação com os produtores é feita por meio das secretarias municipais de agricultura e assistência social.

Para participar de uma das turmas de assistência técnica e gerencial do Senar, o produtor rural precisa apresentar Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP – atualizada, ser maior de idade e alfabetizado, preencher a ficha de inscrição e assinar um termo de confidencialidade. O programa atende apenas a uma propriedade por produtor.

“O Agronordeste é nossa prioridade para 2020”, afirma superintendente do BNB

Em 2019, Faeal, Senar e BNB firmaram parceria para ampliação e qualificação das aplicações de crédito rural

Em 2019, o Banco do Nordeste do Brasil – BNB – destinou o maior valor para operações de crédito em Alagoas da sua história. Foram R$ 1,37 bilhões em contratações e 235 mil operações de crédito realizadas. Somente o setor rural recebeu R$ 334 milhões, um incremento de 8,7% em comparação ao ano anterior. Agora, o foco é o Plano Agronordeste, iniciativa do Governo Federal que busca impulsionar o desenvolvimento econômico e social do meio rural na região.

“O Agronordeste é a nossa prioridade para 2020. Este é o programa mais importante para a nossa região, em Alagoas a atividade da pecuária de leite foi priorizada, as linhas que temos do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) conseguem atender os diversos perfis de público, desde os menores agricultores até as agroindústrias. Os municípios contemplados no Agronordeste estão localizados no semiárido e a nossa política de crédito já prevê descontos diferenciados para essa região”, afirma Pedro Ermírio, superintendente do BNB em Alagoas.

Ermírio também ressaltou a possibilidade de financiamento para estruturas de suporte forrageiro, plantio de palma, silagem, aquisição de animais e para as melhorias que forem necessárias nas agroindústrias, desde a instalação e capital de giro até a aquisição de novos equipamentos.

“Além da linha de financiamento ter um prazo extremamente adequado, tanto nas operações de custeio quanto nos investimentos, que pode chegar a até 12 anos com 4 de carência, nós temos taxas muito competitivas, as menores da região, e para os municípios do semiárido o desconto é maior ainda”, comenta Pedro Ermírio.

Segundo Álvaro Almeida, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, o BNB tem sido um forte aliado do setor produtivo rural no estado. “Uma instituição sensível às dificuldades e anseios dos homens e mulheres do campo, sempre disposta a dialogar e a contribuir com soluções para o fortalecimento da agricultura e pecuária”, destaca.

“O acordo firmado com a Federação da Agricultura e o Senar Alagoas, em 2019, para a ampliação e qualificação das aplicações de crédito, ilustra bem o compromisso do BNB em apoiar a geração de emprego, ocupação e renda, com a manutenção de capital humano em áreas rurais. Não há dúvidas de que este apoio é crucial para o pecuarista e o agricultor e imprescindível para o desenvolvimento socioeconômico da região e do país”, exemplifica Almeida.

Mapa apresenta Plano Agronordeste em Alagoas

Apresentação aconteceu no auditório da Faeal

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa – apresentou o Plano Agronordeste para o setor produtivo de Alagoas na manhã desta sexta-feira, 18. Definido para o biênio 2019/2020, o plano tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural na região Nordeste. A apresentação aconteceu no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – e contou com a presença maciça de secretários de agricultura, gestores de sindicatos, associações, cooperativas e outras instituições vinculadas ao agronegócio.

“Ver o auditório da Federação lotado é a prova de que o agronegócio alagoano acredita no projeto do Governo Federal e no seu compromisso com o crescimento do nosso setor produtivo que, naturalmente, contribui como nenhum outro segmento para o desenvolvimento do país. Este plano é muito importante para viabilizar cada vez mais a existência e a permanência dos produtores nordestinos em suas atividades. Em Alagoas, ele é de suma importância, principalmente, para a região do semiárido. Não dá mais para acreditar que as práticas dos nossos avós e pais continuarão dando certo. Qualificação é uma questão de sobrevivência e o Agronordeste vem para nos fortalecer neste sentido também”, avalia o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.

Segundo o diretor-geral do Plano Agronordeste, Danilo Fortes, a iniciativa do Governo Federal visa integrar o agronegócio nordestino ao nacional. “O agro brasileiro vive um momento de crescimento, de presença no mundo inteiro, mas o Nordeste sempre foi tratado no segundo plano, no esquecimento, visto como um peso e não como um protagonista. Com este programa, o objetivo é aproveitar as experiências exitosas, alavancar as atividades agropecuárias na região e fortalecer novas cadeias produtivas, para que também possam se transformar em instrumentos de participação do Nordeste na pauta nacional”, explica.

Em Alagoas, o Plano Agronordeste priorizará, inicialmente, oito municípios localizados na região da bacia leiteira. “Criaremos um escritório local de operações em Batalha, que coordenará desde a assistência técnica, da porteira para dentro, fazendo o acompanhamento para que se tenha uma produção mais eficiente e de melhor qualidade, dentro das boas práticas agropecuárias tão exigidas no mundo inteiro, como também da porteira para fora, estimulando o empreendedorismo, o cooperativismo, a capacidade de gerar produção em escala e, com isso, agregar valor, promover a distribuição de emprego e renda”, diz Danilo Fortes.

Danilo Fortes destaca que o objetivo é alinhar o agro nordestino ao nacional

“Temos o compromisso e a capacidade de fortalecer as cadeias produtivas, valorizar todos aqueles que produzem e constroem o seu dia a dia alimentando o brasileiro e a balança comercial, pois o agronegócio hoje é quem faz a diferença no Produto Interno Bruto do país. A partir deste plano, enxergaremos o que é mais importante nas demandas do setor, veremos o que precisa ser melhorado e atenderemos às necessidades dos produtores, para que possam ter condições de oferecer produtos de qualidade para o mercado nacional e até mesmo internacional”, comenta o superintendente regional do Mapa em Alagoas, Alay Correia.

O secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas, Silvio Bulhões, destacou que as prioridades elencadas no Plano Agronordeste estão alinhadas às demandas do setor agropecuário alagoano, a exemplo do fortalecimento da cadeia produtiva do leite e da garantia da segurança hídrica, sobretudo, para os pequenos e médios produtores. Bulhões destacou a importância do apoio do Governo Federal para que o Estado desenvolva atividades de assistência técnica no campo e também ressaltou a necessidade da retomada das obras do Canal do Sertão.

“Alagoas enfrenta secas constantemente e tem uma obra de transposição muito grande, que tem enfrentado um problema gigantesco de falta de recursos. A obra do Canal do Sertão alagoano foi paralisada na última semana, pela ausência de repasse de recursos do Governo Federal. Mais de 300 funcionários foram demitidos e nós entendemos que a conclusão do Canal é importante para garantir segurança hídrica, maior oferta de água e o seu uso para a produção de leite, carne, alimentos e, consequentemente, para a produção de mel, um dos pontos prioritários do Agronordeste”, ressalta Silvio Bulhões.

Autoridades e gestores de instituições vinculadas ao agro participaram do evento

O plano
Lançado nacionalmente no útimo dia 1º, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, o Agronordeste será implantado em 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas. O plano se junta a outras ações já executadas pelo Ministério da Agricultura na região, como o Programa de Aquisição de Alimentos, regularização fundiária, Selo Arte, promoção da irrigação, indicação geográfica, equivalência de sistemas de inspeção de produtos de origem animal (Sisbi) e combate a doenças e pragas (febre aftosa, peste suína clássica e mosca das frutas).

O plano de ação é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem. Entre os objetivos estão aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.

 

Mapa lançará Plano Agronordeste em Alagoas

Presidente da Faeal, Álvaro Almeida, recebe pedido de apoio do superintendente regional do Mapa em Alagoas, Alay Correia

No próximo dia 18, produtores rurais e gestores de sindicatos, associações, cooperativas e outras instituições vinculadas ao agronegócio alagoano terão a oportunidade de conhecer o Agronordeste, plano de ação criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa – para impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural da região. O plano será apresentado pelo coordenador nacional, Danilo Fortes, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal. O evento acontecerá das 8h30 às 12h, com entrada gratuita.

O Agronordeste foi lançado nacionalmente no útimo dia 1º, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –, João Martins, entre outras autoridades.

Segundo Tereza Cristina, o plano ajudará a diminuir as diferenças regionais existentes na agricultura. “O Nordeste produz hoje mais que o Centro-Oeste e o Sudeste e vai produzir cada vez mais e melhor, com tecnologia e apoio para o pequeno, que precisa de políticas públicas, e elas virão”, afirmou a ministra.

Previsto para o biênio 2019/2020, o Agronordeste será implantado em 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas. O plano se junta a outras ações já executadas pelo ministério na região, como Programa de Aquisição de Alimentos, regularização fundiária, Selo Arte, promoção da irrigação, indicação geográfica, equivalência de sistemas de inspeção de produtos de origem animal (Sisbi) e combate a doenças e pragas (febre aftosa, peste suína clássica e mosca das frutas).

O plano de ação é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem. Entre os objetivos estão aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.