Senar atende 90 produtores de Delmiro Gouveia pelo Agronordeste

Fotos: Artur Felipe/BCCOM

“Nunca tivemos assistência técnica aqui, essa é a primeira vez”, afirma o produtor rural Elias Oliveira Luna, do Povoado Pedrão, em Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas. Elias é um dos 90 ovinocaprinocultores, horticultores e avicultores do município beneficiados com a assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do Programa Agronordeste.

Desde o início dos atendimentos, no último mês de abril, a propriedade de Elias já recebeu cinco visitas do zootecnista e técnico de campo do Senar Pedro Miranda. Além de orientar o produtor no registro e análise dos dados produtivos e na adoção de um protocolo de vermifugação para os ovinos e caprinos, Pedro iniciou um trabalho de melhoramento genético do rebanho, com descarte e aquisição de animais. Os resultados positivos já começam a aparecer.

“Os animais aqui nasciam com defeitos nas patas, isso está melhorando e não vai acontecer mais, tenho certeza. Algumas coisas que a gente já aplicava também foram melhoradas. A sanidade do local, a utilização de sal mineral, que antes não era frequente e hoje já temos três cochos, a água que a gente só dava de dia e agora também está disponível à noite, entre outras coisas”, observa Elias Luna.

“As instalações utilizadas pelos produtores geralmente são muito precárias e nós estamos fazendo essa melhoria, pois sabemos que a sanidade do animal tem a ver com a qualidade de vida dele, questões ambientais influenciam muito também no ganho de peso. O Elias já tinha as ferramentas para a melhoria, o pasto, currais de manejo, toda a estrutura. A gente está ajudando a aprimorar”, comenta o técnico de campo Pedro Miranda.

Situação semelhante vive o olericultor Lucimário Nunes de Melo, do Povoado Juá, zona rural de Delmiro Gouveia. Antes da assistência técnica do Senar AL, pelo Programa Agronordeste, Lucimário sofria com a perda de produção. Com a chegada do engenheiro agrônomo e técnico de campo Edjane Ulisses, iniciou um trabalho de adequação das técnicas de manejo das culturas, com registro das informações produtivas e recuperação das instalações.

“Quando eu cheguei a Delmiro Gouveia, havia problemas em praticamente todas as propriedades. Essa época é de chuva na região, o frio e a umidade elevada favorecem o desenvolvimento de muitas doenças. Além dessas doenças que atacavam as culturas, as barreiras sanitárias em algumas cidades, por conta da pandemia de covid-19, impossibilitavam o escoamento da produção e provocavam prejuízos, tanto na comercialização, quanto no ataque às pragas e doenças. A gente começou a trabalhar com insumos mais assertivos, controle da nutrição, espaçamento das plantas e a favorecer a sanidade das culturas”, comenta Ulisses.

Beneficiado com a assistência técnica e gerencial, Lucimário, que em abril tinha receio de promover mudanças na propriedade, hoje comemora os resultados. “O problema das despesas eu estou controlando, graças a Deus, reduzindo custos e aumentando a produtividade também. Antes eu recebia visitas de técnicos que chegavam aqui, diziam “use isso” e depois não voltavam mais. Já o Ulisses orienta a gente direitinho e está nos ajudando bastante. A diferença é muito grande”, reconhece o olericultor.

Agronordeste: Senar inicia novas turmas de assistência técnica em Alagoas

60 fruticultores do município de Palmeira dos Índios começaram a ser atendidos esta semana

Na primeira etapa, técnico de campo faz o diagnóstico em cada propriedade

Maria Eduarda Xavier
Estagiária sob supervisão

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – iniciou, nessa segunda, 10, o atendimento a duas turmas de fruticultores, no município de Palmeira dos Índios, pelo Programa Agronordeste. Cada turma tem 30 produtores beneficiados. Agora, chega a 360 o número de famílias que estão recebendo assistência técnica e gerencial gratuita no estado.

Os fruticultores que produzem umbu-cajá e pinha em Palmeiras do Índios são atendidos pelos técnicos de campo do programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas. Eles deram início à primeira fase do programa, que é o diagnóstico da propriedade.

“Nessa primeira etapa, o técnico de campo realiza o trabalho de forma mais individualizada com os produtores, para entender a situação e os problemas da propriedade e auxiliá-los na construção de um planejamento estratégico de ações”, explica Luana Torres, coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.

Outras turmas devem ser iniciadas em breve. Além de Palmeira dos Índios, esta segunda fase do programa Agronordeste beneficiará produtores de São José da Tapera, com um grupo de avicultores; Belo Monte (dois grupos de bovinocultura de corte), Taquarana (um grupo de horticultura), Girau do Ponciano, Traipu e Craíbas (bovinocultura de leite).

O plano de ações do Programa Agronordeste tem duração de dois anos, com a meta de atingir positivamente 1.157 propriedades em Alagoas.

O programa
Conduzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa –, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –, entre outras instituições, o programa tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural na região Nordeste.

O Agronordeste foi lançado no último mês de outubro e é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte de sua produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem.

Assistidos pelo Agronordeste, bovinocultores de leite superam crise provocada pela pandemia

No município de Major Izidoro, sertão alagoano, a renda bruta média dos produtores cresceu 40% nos 2 meses mais críticos

Técnico de campo Filipe Chagas com produtor rural em Major Izidoro

A vinculação da bovinocultura leiteira do município de Major Izidoro, no sertão alagoano, ao programa Agronordeste proporcionou resultados importantes e contribuiu para que os produtores pudessem enfrentar o momento mais crítico da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Do final de março ao final de julho, a renda bruta média dos bovinocultores de leite, que era de R$ 5.000 por mês, chegou a sofrer uma queda com o fechamento total do comércio, mas aumentou para quase R$ 7.000. Um crescimento de 40%.

Essa e outras informações sobre os dois primeiros meses de trabalho pelo programa Agronordeste foram divulgadas em relatório assinado pela coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas, Luana Torres, e pelo zootecnista e técnico de campo Filipe Chagas, responsável pelo atendimento aos produtores de leite da região de Major Izidoro.

De acordo com os resultados apresentados, a recomendação do técnico de campo, para que os produtores reduzissem o fornecimento de ração, contribuiu para a diminuição dos custos, preveniu problemas com infecções das glândulas mamárias dos animais, gastos com medicamentos e foi de extrema importância para a estabilidade da renda bruta dos bovinocultores de leite assistidos.

Por conta da pandemia, a produção média de leite na região de Major Izidoro apresentou uma queda considerável no mês de junho, de 4.200 litros para pouco mais de 3.800 l. A redução está relacionada ao fechamento total do comércio. Com estoques lotados e sem ter para onde escoar a produção, os laticínios que absorvem o leite dos produtores assistidos pararam de comprar o leite da segunda ordenha (período da tarde).

Porém, no mês julho, a abertura parcial dos restaurantes e lanchonetes com a opção de delivery possibilitou o escoamento da produção dos laticínios e viabilizou a compra do leite das duas ordenhas. Com a assistência técnica e gerencial do Senar, por meio do programa Agronordeste, a produção média saltou para 4.300 litros por mês.

Paralelamente, o preço médio pago pelo litro de leite aumentou de R$ 1,18 para R$ 1,32 no período. Este aumento está relacionado à pandemia, como forma de amenizar os prejuízos dos produtores no momento em que só conseguiam comercializar o leite da primeira ordenha.

“Esse aumento no valor pago pelo litro do leite, aliado à redução dos gastos com a ração, foi fundamental para manter os produtores na atividade, pois possibilitou manter a renda bruta dos produtores estável nos meses em que o comércio permaneceu fechado e aumentá-la com a abertura parcial do comércio”, conclui o relatório produzido no Senar Alagoas.

Agronordeste: técnicos de campo de Alagoas criam caderno para avicultores

Lays Barros: “Ficamos bem felizes e realizados com todo o apoio dado pelo Senar Alagoas”

Técnicos de campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – desenvolveram um modelo de caderno específico para os avicultores que recebem assistência técnica por meio do programa Agronordeste. Construído a partir da necessidade da coleta de dados e registros periódicos na atividade da avicultura, o material idealizado pelos zootecnistas Lays Barros, Ícaro Victor Valério e Diego Damasceno foi aprovado pelo Senar Nacional e despertou o interesse da regional do Rio Grande do Norte. Em fase de produção, os cadernos serão distribuídos entre os produtores alagoanos.

“Decidimos montar tabelas de acompanhamento técnico e gerencial de acordo com a realidade e perfil dos avicultores do Sertão de Alagoas. Fizemos as tabelas com referência em alguns artigos científicos de avicultura de corte e postura em sistema colonial, reunimos as informações e percebemos que tínhamos material suficiente para resolver o problema da ausência de dados na avicultura da nossa região. Ficamos bem felizes e realizados com todo o apoio dado pelo Senar Alagoas, que acolheu e promover nossa ideia”, comenta a zootecnista e técnica de campo Lays Barros.

Diego Damasceno: “Todas as informações são muito importantes para a avaliação da assistência técnica e gerencial”

“O caderno apresenta planilhas para serem alimentadas diariamente pelo produtor, com as informações de custos, lucros, controle sanitário e pesagem, ocorrências dentro da atividade, tudo para auxiliá-lo e ao mesmo tempo nos deixar informados, no decorrer do mês. Todas as informações são muito importantes para a avaliação da assistência técnica e gerencial”, enfatiza Diego Damasceno.

Ícaro Victor Valério explica que, dentro do acompanhamento técnico, é de suma importância a coleta de informações para que os técnicos construam indicadores para a mensuração produtiva de cada unidade acompanhada. “Pensamos no caderno como uma ferramenta para ajudar não só a nós, técnicos, como também aos produtores que, trabalhando com essa ferramenta, iniciam o seu processo de gestão do negócio”, afirma.

“Baseamos o caderno de coleta de informações nos temas de maior relevância para o Programa Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar, dando ênfase ao controle produtivo de carne e ovos, sanitário, financeiro e diário de uma propriedade. O caderno vem para somar às demais ferramentas que o programa dispõe, profissionalizando cada vez mais o homem do campo, a partir de uma gestão consciente do seu negócio”, acrescenta Ícaro.

Ícaro Victor: “Trabalhando com essa ferramenta, os produtores iniciam o seu processo de gestão do negócio”

A coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres, elogia a iniciativa. “Havíamos conversado sobre a necessidade de ter algum tipo de material de controle desses indicadores e pensamos em algumas planilhas, mas eles fizeram ainda melhor e criaram o caderno. Isso mostra como faz toda diferença ter uma equipe de técnicos de campo excelente, como tem sido a do Agronordeste. Temos muito orgulho da equipe selecionada para esse projeto, que vem mostrando resultados incríveis”, avalia.

“É preciso criar uma relação de confiança com os técnicos e instigar a todo momento para que sejam inovadores. O trabalho deu tão certo que a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) nos pediu para apresentar o caderno com a intenção de utilizar para as demais regionais inseridas no Agronordeste, uma vez que o material se adequa ao perfil de produtor do projeto”, diz Luana.

Senar Alagoas credencia técnicos de campo

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – precisa de técnicos de campo para formar cerca de 40 novas turmas de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – no Estado. Dois editais de credenciamento estão disponíveis (clique aqui para acessar), o primeiro para o Programa Agronordeste e o segundo para projetos da regional do Senar em todo o estado.

As vagas são para técnicos com formação vinculada às áreas da pecuária, agricultura e agroindústria, a exemplo de zootecnistas, veterinários, administradores, agrônomos, nutricionistas, técnicos agrícolas e de laticínios, entre outros profissionais que atendam aos pré-requisitos dos editais.

O técnico de campo faz o atendimento aos produtores rurais por meio de visitas às propriedades, onde transmite conhecimentos relacionados à gestão técnica, econômica e ambiental da empresa rural orientando as atividades desenvolvidas nas propriedades.
Os aprovados no processo seletivo são acionados pelo Senar Alagoas, de acordo com as demandas. Cada técnico pode visitar até 30 propriedades rurais por mês, num período de até dois anos. O valor da visita é de R$ 200 e o profissional, portanto, pode receber até R$ 6 mil mensais pelo trabalho.

ATeG
A Assistência Técnica e Gerencial do Senar é uma metodologia que visa atender produtores rurais, adotando um modelo de gestão e operação continuada, que engloba todos os processos da atividade produtiva na propriedade.

O principal objetivo é promover o incremento de renda e produtividade baseado no diagnóstico, planejamento, adequação tecnológica, capacitação complementar e avaliação de resultados nas propriedades rurais, que recebem visitas periódicas e individuais realizadas pelo técnico com foco em uma atividade produtiva priorizada pelo produtor.

A ATeG é feita com base em um planejamento estratégico construído junto com o produtor e diretamente relacionado a um programa de capacitação profissional que possa gerenciar seu negócio com um empreendimento rural de sucesso.

Senar Alagoas atende 300 produtores na primeira fase do Programa Agronordeste

Maria Eduarda Xavier
Estagiária sob supervisão

Orientações dos técnicos de campo já produzem avanços significativos na horticultura, avicultura e bovinocultura de leite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – já atendeu 300 produtores rurais na primeira etapa do Programa Agronordeste. Conduzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa –, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –, entre outras instituições, o programa tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural na região Nordeste.

O Agronordeste foi lançado no último mês de outubro e é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte de sua produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem. Os 300 produtores atendidos pelos técnicos de campo programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas, nesta primeira fase do programa, estão em seis municípios: Estrela de Alagoas, Jaramataia, Olho D’Água das Flores, Major Izidoro, Delmiro Gouveia e Água Branca. O plano de ação tem duração de dois anos, com a meta de atingir positivamente 1.157 propriedades no estado.

Os técnicos de campo do Senar encontraram diversos problemas, como pragas e doenças que estavam dizimando hortas na cidade de Olho D’água das Flores. “Alguns produtores tinham perdido praticamente 100% da produção. Com o auxílio dos técnicos, utilizando métodos simples, como armadilhas de casca de ovos, 60% da produção foi recuperada em um período de 20 dias”, observa a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas, Luana Torres.

Já no município de Delmiro Gouveia, o principal problema era o baixo desenvolvimento das mudas, que, após três meses de trabalho intensivo dos técnicos de campo, começaram a se desenvolver de forma saudável. “Ter um técnico que possa tirar dúvidas do produtor rural e dar sugestões sobre sua propriedade e as atividades que ele desenvolve é a melhor coisa já aconteceu. Muitos produtores estão se sentindo mais seguros agora para produzir e aumentar suas atividades”, avalia Sidney Rocha, supervisor de Assistência Técnica e Gerencial do Senar AL.

A mudança no manejo das aves de postura também foi importante para que o valor nutricional dos ovos aumentasse. A reforma e limpeza dos galinheiros, a detecção de aves com coriza, a implementação de protocolos de vacinação e a aquisição de novas aves foram ações adotadas pelos produtores após o início das visitas e orientações dadas pelos técnicos de campo do Senar Alagoas.

O Programa Agronordeste também registra avanços para a bovinocultura de leite. “O cenário encontrado era a ausência de manejo sanitário, de linha de ordenha, de dados zootécnicos, informações sobre custos de produção e algumas outras deficiências. Hoje, a realidade dessas propriedades é completamente diferente. Sistemas de ordenha, planejamento forrageiro, organização da dieta dos animais foram metodologias implementadas; testes para detectar mastite são aplicados nos animais e protocolos de sanidade animal fazem parte do manejo”, ressalta Luana Torres.

As anotações diárias em tabelas com indicadores de atividade e a coleta de indicadores técnicos são a estratégia para suprir a carência de dados existentes. Os dados coletados referem-se ao preço do leite, peso dos animais, porcentagem de sobras da alimentação do rebanho, venda ou compra de animais, entre outros indicadores.

Pandemia
As dificuldades enfrentadas por produtores e técnicos de campo no início do processo, em virtude da pandemia de covid-19, foram solucionadas com uso de máscaras, álcool em gel, luvas e respeitando-se o distanciamento social. “Tomamos muitos cuidados. Quando algum técnico está com sintomas ou dificuldade de realizar o atendimento presencial, ele é realizado de forma virtual”, diz Sidney Rocha.

Para Luana Torres, os resultados alcançados já eram esperados no planejamento do programa, devido à competência, responsabilidade e compromisso de todos os envolvidos. “Os técnicos realizam atendimentos de forma personalizada, pois as propriedades assistidas possuem realidades diferentes. Outro fator importante foi a parceria dos municípios, houve a mobilização de algumas secretarias municipais de agricultura”, pontua a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.

O trabalho de assistência técnica do Senar Alagoas, pelo programa Agronordeste, também foi reportagem de capa do jornal Gazeta Rural. Clique aqui e confira.

Em reunião com ministros, representantes da Faeal apresentam demandas para o Nordeste

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Edilson Maia, representando o presidente Álvaro Almeida, e o assessor técnico Noel Loureiro apresentaram aos ministros da Agricultura, Tereza Cristina, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e ao secretário especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago Junior, as demandas mais urgentes para o agronegócio no Nordeste.

A conversa aconteceu na última quinta-feira, 18, durante videoconferência com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –, João Martins, e presidentes de federações da Agricultura e Pecuária do Nordeste, para debater as principais demandas da região. O encontro foi organizado pelo presidente da federação do Piauí – Faepi –, deputado federal Júlio César Lima.

Os representantes da Faeal comentaram com os gestores do Governo Federal sobre a importância da agricultura irrigada, do Senar, da reativação de algumas usinas de cana-de-açúcar fechadas, por meio de cooperativas, e abordaram as dificuldades dos produtores rurais em atender a Lei da Aprendizagem e manter um aprendiz em pequenas unidades agrícolas, com apenas sete empregados. Representando o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial Esteves Colnago Junior se comprometeu a estudar a questão do estágio.

A pauta da reunião incluiu temas como a conclusão da ferrovia Transnordestina, transposição do rio São Francisco, pavimentação da BR-020 e renegociação dos débitos dos agricultores do Nordeste, além da importância do programa Agronordeste e de órgãos estruturantes para o desenvolvimento regional, como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – Sudene –, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs –, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf – e o Banco do Nordeste.

Outro tema muito discutido pelos presidentes e representantes das federações, como também pelo presidente da CNA, João Martins, foi a morosidade no atendimento e a falta de compromisso com a produção dos bancos oficiais, que estão aquém da sua função de contribuir para o desenvolvimento da agropecuária do Nordeste.

A ministra Tereza Cristina apresentou o Plano Safra para financiamentos rurais, reforçou a relevância do AgroNordeste e garantiu que as ações deverão deslanchar no segundo semestre deste ano. Para ela, é preciso incentivar o plano nacional de irrigação, ampliar a oferta de crédito e facilitar o acesso aos fundos de desenvolvimento.

“Eu vejo o Nordeste como um grande desafio, mas também com um potencial enorme e inexplorado, pela localização que tem e pela importância que representará para o Brasil no fornecimento de alimentos para o mundo. Precisamos focar, ver quais são as demandas mais urgentes junto às federações e ter um trabalho dirigido”, disse a ministra.

Para o vice-presidente da Faeal, Edilson Maia, o debate mostrou o quanto o agro é importante para o Nordeste e para Brasil. “Por meio da modernização das entidades; do melhor uso da água na irrigação; das novas tecnologias, como a agricultura 4.0; da implantação de novas políticas públicas para o semiárido; da conclusão da transposição do rio São Francisco; de uma nova política pública para construções de barragens com menos burocracia e mais efetividade; e da regularização dos débitos rurais, para retomada dos investimentos, podemos acreditar num crescimento e desenvolvimento de toda região”, avalia.

Coronavírus: Senar Alagoas distribui máscaras para produtores rurais

Produtor exibe máscara distribuída pelo Senar Alagoas

Em meio aos dados alarmantes da pandemia do novo coronavírus no estado de Alagoas, com mais de 13 mil casos confirmados e 531 óbitos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL – está em campo para distribuir máscaras e ajudar os produtores a se proteger.

A ação tem o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal. Além dos produtores rurais atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial – ATeG –, pelo programa Agronordeste ou por projetos da regional, nos municípios de Major Izidoro, Olho D’água das Flores, Estrela de Alagoas, Delmiro Gouveia, Água Branca e Jaramataia, as máscaras também são distribuídas entre técnicos de campo e supervisores do Senar. Ao todo, são 352 máscaras para 11 grupos atendidos.

“Nós entregamos duas máscaras para cada técnico de campo e uma máscara para cada produtor atendido pela assistência técnica e gerencial. Os técnicos solicitam que os produtores façam uso do material de proteção durante as visitas, respeitando o decreto que torna obrigatório o uso das máscaras, bem como visando a saúde e bem-estar dos envolvidos”, explica o supervisor de ATeG do Senar Alagoas, Sidney Rocha.

Segundo Sidney, os produtores rurais ficaram felizes com a ação do Senar Alagoas. “Esse gesto mostra que a instituição não se preocupa apenas com a qualidade do serviço prestado a esses produtores, mas também com a saúde de cada um deles. Os produtores se sentem acolhidos pelo Senar. Os técnicos de campo também elogiaram a iniciativa, se sentiram valorizados e mais seguros para continuar realizando a assistência técnica e gerencial”, comenta.

Assistência técnica acontece de forma protegida

Solo salinizado: saiba como recuperar

Muito comum no semiárido brasileiro, sobretudo na região Nordeste, a salinização do solo prejudica a germinação, densidade e desenvolvimento vegetativo das culturas, reduz produtividade e, nos casos mais graves, pode levar à morte das plantas. O processo ocorre em regiões mais secas, de baixa precipitação pluviométrica ou que possuem lençol freático próximo da superfície. No Estado de Alagoas, relatos de horticultores que recebem assistência técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do programa Agronordeste, se multiplicam.

O primeiro passo para recuperar as propriedades do solo é a adoção de práticas de irrigação e drenagem adequadas. “Também podem ser utilizados condicionadores físico-químicos, que são matéria orgânica e resinas; os químicos, a exemplo do gesso agrícola, e os biológicos, como as plantas halófitas, que conseguem se adaptar às condições mais salinas. Além disso, é necessário fazer uma seleção muito criteriosa das espécies de cultivares, pois elas têm que ser mais tolerantes aos sais e rentáveis”, orienta Luana Torres, coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas.

A salinização ocorre quando a concentração de sais solúveis no solo se eleva ao ponto de prejudicar o rendimento econômico das culturas. Geralmente está relacionada a processos inadequados de irrigação. “Cerca de 20% a 30% das áreas irrigadas nas regiões áridas necessitam de uma drenagem subterrânea para manter a produtividade. Quando isso é feito de maneira imprópria, eleva os níveis de sais no solo. Por outro lado, quanto mais eficiente for o sistema de irrigação, menores serão a lâmina de água aplicada, a quantidade de sal conduzida para o solo, o volume de água percolada e drenada”, explica Luana.

O manejo inadequado do solo e o uso indiscriminado de fertilizantes também podem provocar a salinização. O processo causa um efeito indireto, porém, adverso no crescimento das plantas e a destruição do solo, que fica compactado. “Isso ocorre com a dispersão das partículas de argila, causada pela substituição dos íons de cálcio e magnésio, presentes no complexo de troca, pelo sódio. Isso aumenta muito a sodicidade do solo”, comenta a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.

A salinização também reflete diretamente no equilíbrio do ecossistema, provoca perdas na biodiversidade local ao tornar o solo impróprio para o uso e diminui as áreas de produção agrícola.

Senar Alagoas mantém assistência técnica para produtores rurais

Técnicos de campo do Senar seguem fazendo atendimentos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – continua auxiliando produtores rurais mesmo em meio à pandemia da covid-19. Pelo projeto Agronordeste, técnicos de campo atuam em aproximadamente 270 propriedades, dando orientações para para quem produz nas áreas de bovinocultura de leite, avicultura, horticultura, fruticultura e ovinocultura.

As ações do Agronordeste acontecem em seis municípios: Major Izidoro, Delmiro Gouveia, Jaramataia, Olho D’Água das Flores, Estrela de Alagoas e Água Branca. Todos os profissionais realizam os atendimentos utilizando equipamentos de proteção individual e tomando todas as medidas de prevenção ao coronavírus preconizadas pelo Ministério da Saúde, pela Organização Mundial da Saúde – OMS – e em atendimento ao decreto do Estado de Alagoas.

“A produção de alimentos é ainda mais importante para manter a saúde da população neste momento de pandemia e os produtores rurais, que têm um papel fundamental na sociedade, também precisam estar protegidos. É por isso que os nossos técnicos de campo não podem parar, pois, além das orientações técnicas, para que o alimento chegue com qualidade à mesa dos brasileiros, esses profissionais também orientam os produtores sobre os cuidados contra a covid-19”, afirma o superintendente do Senar Alagoas, Fernando Dória.

Além do projeto Agronordeste, o Senar atende, com recursos próprios, um grupo de 28 produtores de leite de Major Izidoro. Em alguns casos, quando solicitado pelo produtor, o atendimento acontece via telefone ou online.

Outros projetos
A Unidade de Referência Tecnológica do projeto Forrageiras para o Semiárido continua funcionando no Parque de Exposições Mair Amaral, município de Batalha. O espaço foi cedido pelo Governo do Estado para a realização de pesquisas sobre as plantas forrageiras que melhor se adaptam ao clima da região. Numa área de 1 hectare, são realizados plantios de espécies resistentes aos períodos mais secos.

Os atendimentos do Mais Pasto também seguem acontecendo em todo o estado de Alagoas. O programa capacita pequenos e médios pecuaristas para a utilização racional da pastagem e a gestão da propriedade rural. No nível 1, a nona turma iniciou as atividades recentemente e deve ser atendida durante 15 meses. O nível 2 está com a segunda turma em andamento. O foco é no gerenciamento das propriedades que já passaram pelo nível anterior. Neste caso, a duração da consultoria é de um ano.