Em meio aos dados alarmantes da pandemia do novo coronavírus no estado de Alagoas, com mais de 13 mil casos confirmados e 531 óbitos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL – está em campo para distribuir máscaras e ajudar os produtores a se proteger.
A ação tem o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal. Além dos produtores rurais atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial – ATeG –, pelo programa Agronordeste ou por projetos da regional, nos municípios de Major Izidoro, Olho D’água das Flores, Estrela de Alagoas, Delmiro Gouveia, Água Branca e Jaramataia, as máscaras também são distribuídas entre técnicos de campo e supervisores do Senar. Ao todo, são 352 máscaras para 11 grupos atendidos.
“Nós entregamos duas máscaras para cada técnico de campo e uma máscara para cada produtor atendido pela assistência técnica e gerencial. Os técnicos solicitam que os produtores façam uso do material de proteção durante as visitas, respeitando o decreto que torna obrigatório o uso das máscaras, bem como visando a saúde e bem-estar dos envolvidos”, explica o supervisor de ATeG do Senar Alagoas, Sidney Rocha.
Segundo Sidney, os produtores rurais ficaram felizes com a ação do Senar Alagoas. “Esse gesto mostra que a instituição não se preocupa apenas com a qualidade do serviço prestado a esses produtores, mas também com a saúde de cada um deles. Os produtores se sentem acolhidos pelo Senar. Os técnicos de campo também elogiaram a iniciativa, se sentiram valorizados e mais seguros para continuar realizando a assistência técnica e gerencial”, comenta.
O manejo sanitário é fundamental para o sucesso na produção de galinhas caipiras. O conjunto de medidas tem a finalidade de proporcionar aos animais ótimas condições de saúde. Em Alagoas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – orienta avicultores por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG.
As orientações começam já com a construção do galinheiro. “É importante que o galinheiro esteja sempre isolado, nunca próximo de estradas ou de outras criações. É preciso evitar aproximação de pessoas, animais ou veículos que nada tenham a ver com a atividade, pois podem levar doenças para as galinhas”, explica Ícaro Victor, zootecnista e técnico de campo do Senar Alagoas.
Segundo Ícaro, o produtor não deve reunir mais de uma espécie em um mesmo aviário, nem lotes de animais de idades diferentes. “O sistema imunológico de uma ave mais nova é mais frágil, se comparado ao de uma mais adulta. Também é importante evitar a superlotação dos galinheiros e sempre respeitar a quantidade de aves por metro cúbico, seja na criação de poedeira ou de frango de corte”, observa.
O fornecimento de água e ração de qualidade também é necessário para garantir a saúde dos animais. Ao final de cada ciclo, o produtor tem que retirar a cama – pode utilizá-la como esterco – e fazer a desinfecção do galpão. “Primeiro ele lava, depois desinfeta com cloro a 10% e, em seguida, precisa deixar esse galpão vazio por um período de 10 a 15 dias. Com isso, ele fará o vazio sanitário e terá boa segurança para os próximos lotes”, explica o técnico de campo do Senar.
Vacinação Outra medida necessária é o isolamento de aves doentes, para que não sejam vetores de contaminação de todo o lote. Além disso, o produtor deve evitar o derramamento de água na cama, pois a umidade facilita a proliferação de microorganismos que podem adoecer os animais.
A vacinação também é essencial para a preservação da saúde das aves. “É importante lembrar que os programas de vacinação são específicos para as doenças mais comuns de cada região. O programa do Nordeste pode não ser aplicado no Sul, visto que lá as doenças podem ser diferentes. Por isso, o produtor precisa estar bem assistido para ter acesso a um programa adequado à sua região”, pondera Ícaro Victor.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – iniciou a entrega dos módulos para os estudantes do Curso Técnico em Agronegócio nesta quarta-feira, 3. O material didático já está disponível para os 40 alunos dos polos de Major Izidoro e Palmeira dos Índios. Na próxima semana, inicia a entrega para outros 63 estudantes distribuídos nos municípios de Arapiraca, Olho D’Água das Flores e Mata Grande.
Em Major Izidoro, as entregas acontecem na Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo. Já em Palmeira os Índios, os alunos devem retirar o material didático na sede do Sindicato Patronal Rural. Além das sete cartilhas das disciplinas Ambientação em EaD; Introdução à Informática; Português Instrumental; Matemática Financeira; Introdução ao Agronegócio; Administração Rural; e Técnicas de Produção Vegetal, os estudantes também recebem um DVD com videoaulas.
O procedimento de entrega dos materiais segue rigorosamente as recomendações de prevenção ao covid-19, preconizadas pelos órgãos de saúde pública. O Senar Alagoas também recomenda aos alunos que utilizem máscara, mantenham distância mínima de 1,5m das outras pessoas e levem caneta para assinar o recebimento das cartilhas e do DVD.
Atividades remotas
Em meio à pandemia, o Curso Técnico em Agronegócio continua acontecendo com atividades a distância, no Ambiente Virtual de Aprendizagem. “As aulas acontecem de forma remota e, a partir do próximo dia 8, nossos tutores presenciais também realizarão atividades com os alunos no AVA. Além do contato com os tutores a distância, os estudantes terão, a partir de agora, contato com os tutores presenciais”, explica a coordenadora do Departamento Técnico do Senar AL, Graziela Freitas.
Alagoas possui hoje oito polos de apoio presencial da Rede E-Tec. Nos novos polos de Arapiraca, Penedo, Mar Vermelho, Mata Grande, Major Izidoro e Palmeira dos Índios, inaugurados neste semestre, os alunos receberão, além do material didático, mochila com caderno, estojo completo e squeeze. Nos municípios de Olho D’Água das Flores e Junqueiro, as turmas estão no terceiro semestre de aulas.
“Apesar de todas as mudanças de rotina provocadas pela pandemia do coronavírus, o Senar segue se adaptando à realidade do momento e capacitando pessoas e contribuindo para a geração e emprego e renda. Desta forma, faz da educação profissional um dos instrumentos de desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e dos avanços sociais no campo”, ressalta Graziela.
Muito comum no semiárido brasileiro, sobretudo na região Nordeste, a salinização do solo prejudica a germinação, densidade e desenvolvimento vegetativo das culturas, reduz produtividade e, nos casos mais graves, pode levar à morte das plantas. O processo ocorre em regiões mais secas, de baixa precipitação pluviométrica ou que possuem lençol freático próximo da superfície. No Estado de Alagoas, relatos de horticultores que recebem assistência técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do programa Agronordeste, se multiplicam.
O primeiro passo para recuperar as propriedades do solo é a adoção de práticas de irrigação e drenagem adequadas. “Também podem ser utilizados condicionadores físico-químicos, que são matéria orgânica e resinas; os químicos, a exemplo do gesso agrícola, e os biológicos, como as plantas halófitas, que conseguem se adaptar às condições mais salinas. Além disso, é necessário fazer uma seleção muito criteriosa das espécies de cultivares, pois elas têm que ser mais tolerantes aos sais e rentáveis”, orienta Luana Torres, coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas.
A salinização ocorre quando a concentração de sais solúveis no solo se eleva ao ponto de prejudicar o rendimento econômico das culturas. Geralmente está relacionada a processos inadequados de irrigação. “Cerca de 20% a 30% das áreas irrigadas nas regiões áridas necessitam de uma drenagem subterrânea para manter a produtividade. Quando isso é feito de maneira imprópria, eleva os níveis de sais no solo. Por outro lado, quanto mais eficiente for o sistema de irrigação, menores serão a lâmina de água aplicada, a quantidade de sal conduzida para o solo, o volume de água percolada e drenada”, explica Luana.
O manejo inadequado do solo e o uso indiscriminado de fertilizantes também podem provocar a salinização. O processo causa um efeito indireto, porém, adverso no crescimento das plantas e a destruição do solo, que fica compactado. “Isso ocorre com a dispersão das partículas de argila, causada pela substituição dos íons de cálcio e magnésio, presentes no complexo de troca, pelo sódio. Isso aumenta muito a sodicidade do solo”, comenta a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.
A salinização também reflete diretamente no equilíbrio do ecossistema, provoca perdas na biodiversidade local ao tornar o solo impróprio para o uso e diminui as áreas de produção agrícola.
Suplementar à dieta de animais jovens, o creep feeding é um método de alimentação por influência que proporciona o aumento no ganho de peso dos bezerros em fase de amamentação e pode aumentar a produtividade na bovinocultura de corte.
“Sabemos que a taxa de desmama e a quantidade de quilos de um bezerro desmamado estão diretamente ligados a eficiência da criação. Ou seja, quanto mais pesado for o bezerro desmamado, menor será o tempo de abate. Isso ajuda a reduzir os custos de permanência do animal na propriedade ou a elevar o seu valor de venda”, explica a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres.
O creep feeding é um pequeno dispositivo de passagem, dentro de um cerco, que dá ao bezerro o acesso a um cocho privativo, onde as matrizes lactantes não têm acesso, com ração concentrada e balanceada. Geralmente, o suplemento é enriquecido com vitaminas e minerais.
Segundo Luana Torres, para fazer o creep feeding de maneira adequada, é necessário que a área do cercado disponha de aproximadamente 1,5 m² por cria, com um espaço mínimo de 2 metros entre o cocho e a cerca para circulação. “O acesso de entrada (creep) deve ser exclusivo dos bezerros, por essa razão, o espaço é de 40 centímetros de largura por 1,20 m de altura”, explica.
Além do maior peso à desmama, se comparado ao sistema convencional de criação, o creep feeding também traz outras vantagens. “Ele possibilita que as matrizes retornem ao cio mais rapidamente e também ganhem peso, reduzindo a idade da primeira prenhez e do abate. Além disso, melhora o desempeno das crias durante o período de terminação e facilita o controle de parasitas”, comenta Luana.
O creep feeding ainda pode ser utilizado para aumentar o desempenho do animal na entressafra, época em que a oferta de forragem cai e a produção de leite sofre uma diminuição. Apesar dos benefícios, a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas alerta para os cuidados necessários na utilização do sistema.
“O alto custo do concentrado ou o baixo desempenho dos animais podem inviabilizar a lucratividade; as crias suplementadas podem apresentar baixo desempenho no início do creep feeding – isso ocorre pelo fato de esses animais mostrarem um ganho compensatório na fase inicial –; os bezerros que passam pelo creep feeding, se forem desmamados e colocados no pasto, podem apresentar baixo desempenho pela dificuldade em se adaptar à nova dieta baseada em volumosos; e o sistema pode ocasionar acidose no animal”, pondera Torres.
“Diante de tudo isso, é válido que o produtor avalie se o sistema é viável de acordo com os seus objetivos e a realidade da sua propriedade. Os pecuaristas que trabalham com foco nas crias e que vendem animais por quilo podem obter vantagens utilizando esse sistema, pois agrega valor ao produto”, orienta a coordenadoa de ATeG do Senar Alagoas.
Os presidentes das federações de Agricultura e Pecuária do Nordeste apresentarão um ofício com os pleitos da região para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, nesta quarta-feira, 27, durante videoconferência entre o corpo diretivo da CNA e os presidentes das federações de todo o Brasil.
A sugestão de formalizar o documento partiu do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Álvaro Almeida, em videoconferência realizada nesta terça, 26. A reunião online com presidentes das federações do Nordeste foi promovida e conduzida pelo deputado federal Júlio César, coordenador geral do Comitê Executivo para o Desenvolvimento da Região Nordeste, designado pela CNA, e presidente da Federação do Piauí – Feapi.
Entre os pleitos, estão a prorrogação dos benefícios constantes na lei 13.340, já revogada, e a alteração da resolução 4801 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que autoriza os bancos a prorrogarem o pagamento de crédito de custeio aos produtores rurais. O entendimento é de que os prazos e a burocracia não estão em compasso com a urgência de uma pandemia. O crédito não chega na ponta, o que gera preocupação no setor.
Para os presidentes das federações do Nordeste, a resolução 4801, criada para minimizar os efeitos da pandemia, não atende de fato ao segmento. O limite de crédito é de R$ 20 mil pelo Pronaf (agricultura familiar), com taxa de juros de até 4,6%, e de R$ 40 mil pelo Pronamp (médio produtor), com taxa de até 6% a.a. “As taxas não condizem com o momento de pandemia e os valores disponibilizados são baixos. Além disso, praticamente não estão disponíveis para os produtores que nós representamos. Não queremos que deixem de atender aos pequenos, mas esta é uma crise que afeta a todos”, reclama Álvaro.
O presidente da Faeal também reiterou a necessidade de criação de um instrumento jurídico que proíba os bancos de executarem débitos durante a pandemia. “O produtor rural já está há 60, 90 dias sem poder produzir, em meio a uma pandemia, e ainda recebe mandato de citação de cobrança de débito neste momento. Como se diz no Nordeste, isso é, além de queda, coice”, critica Almeida.
O documento com os pleitos do Nordeste que será apresentado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil nesta quarta-feira também reforçará as reivindicações dos produtores e leite que foram entregues à CNA na semana passada, em documento assinado pelos nove presidentes das federações da região, com o pedido para que fosse enviado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Cerca de 80% das sugestões de medidas para os produtores de leite foram elaboradas pela Faeal e acatadas pelas demais federações. O documento propõe medidas com prioridade para criação de linhas de crédito especiais para o custeio e investimento do setor agropecuário do Nordeste, com as condições excepcionais que o momento exige.
Alagoas deve encerrar 2020 com um crescimento de 10,6% na safra de cereais, leguminosas e oleaginosas. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, que prevê uma produção de 106,04 mil toneladas no estado. Os dados mostram que a produção alagoana cresceu 4,1% entre março e abril. A área plantada é 74,8%, maior, se comparada ao mesmo período do ano passado.
“Os resultados se devem ao bom ano agrícola, com umidade constante e condições hídricas adequadas desde março. Observamos o crescimento de culturas como o milho, soja, sorgo e algodão. Vale destacar também a produção da cana-de-açúcar, que só depende das chuvas de novembro e dezembro para concretizar um grande ano”, comenta o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Edilson Maia.
A safra de grãos de 2020 em Alagoas conta com uma área de plantio com mais de seis mil hectares com milho, soja, feijão, sorgo e algodão nas regiões dos municípios de Limoeiro de Anadia e Campo Alegre. Novas áreas também foram plantadas em cidades como Atalaia e Coruripe. Em todo o Estado, estimam-se 12 mil hectares tecnificados. Em área plantada, o milho se destaca, seguido da soja e do feijão de corda.
Outro fator para o crescimento na produção é a ocupação de áreas deixadas pela monocultura da cana e que hoje dão espaço para o plantio de milho, soja, feijão, sorgo, entre outros grãos. Todo este trabalho é coordenado pela Comissão de Grãos, criada pelo Governo de Alagoas em parceria com a Faeal e outras instituições, e conta com o apoio das pesquisas da Embrapa.
“A comissão de grãos foi criada em uma reunião na Federação, no dia 18 de janeiro de 2015. À época, o então secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, e o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, conduziam uma discussão sobre a agropecuária de Alagoas, no início de um novo governo. Nossa produção tecnificada era de poucas centenas de hectares de grãos. Na atualidade temos por volta de 12 mil ha com bom nível tecnológico, sendo por volta de 9 mil hectares de milho , 1.400 ha de soja, complementando feijão e sorgo”, mensura o presidente da Comissão de Grãos, Hibernon Cavalcante.
Segundo Hibernon, a produção atual ainda não garante o abastecimento interno de Alagoas. “Precisaríamos de pelo menos 50 mil hectares de milho tecnificado e 20 mil de soja, sem contar os feijões e silagem para alimentação animal. Se fossemos aproveitar o mercado regional, só para abastecer o mercado de alimentação de aves de Pernambuco precisaríamos multiplicar por dez vezes a área plantada”, calcula.
“Hoje, aos poucos, estamos atraindo produtores profissionais de grãos de outros estados. Temos um mercado aberto para produção de sementes de soja. Nossa comissão tem participantes de toda cadeia de grãos, da pesquisa, empresas de insumos, universidade, bancos, máquinas, serviços S, cooperativas, produtores. Realizamos seminários, reuniões periódicas, dias de campo, cursos, palestras e vários outros eventos. Como um dos resultados dos trabalhos tivemos a denominação da região dos tabuleiros dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia como uma nova fronteira de grãos com a marca Sealba”, comenta Hibernon.
Incentivo No último mês de outubro, o Governo de Alagoas atendeu ao pleito dos produtores de grãos alagoanos, representados pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, e assinou o decreto que concede crédito presumido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS – nas operações internas e interestaduais do milho, milheto, soja e sorgo, feitas por produtores estabelecidos em Alagoas.
Segundo o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, a medida foi um importante incentivo à produção no Estado. “Até o momento, todas as solicitações da Federação foram atendidas por esta gestão e nós temos a certeza de que continuaremos contando com este apoio, pois o governo sabe que o setor rural contribui muito com a geração de renda e o desenvolvimento social de Alagoas”, acrescenta Almeida.
Os produtores rurais do semiárido alagoano que pretendem plantar forrageiras no período chuvoso que se inicia, para servir de alimento aos rebanhos, têm como base os indicativos das pesquisas realizadas no Parque de Exposições Mair Amaral, município de Batalha, onde funciona uma Unidade de Referência Tecnológica – URT – do projeto Forrageiras para o Semiárido. A iniciativa é do Instituto CNA, em parceria com a Embrapa, e conta com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, do Governo do Estado e do Senar AL.
Segundo o zootecnista, técnico do Senar e responsável pela URT em Alagoas, Alexis Wanderley, as variedades de Buffel, sobretudo a Buffel aridus, têm se destacado em termos de produtividade e resistência. Outra variedade que tem uma resistência muito grande e é bastante indicada é o Urochloa , popularmente conhecido como capim corrente.
“O Andropogon L. e o Capim Massai também vêm dando bons resultados, porém, em Batalha, houve uma mortalidade em torno de 15% e 30%. São variedades mais exigentes em água, recomendadas para o nosso Agreste ou microrregiões do Sertão do Estado, como nos municípios de Olho D’água das Flores e Monteirópolis, por conta do índice pluviométrico”, explica Alexis.
Palmas
Segundo Wanderley, as variedades de palmas mais indicadas para o semiárido alagoano – e que inclusive são mais resistentes às pragas como a cochonilha do carmim – são a Palma Miúda, já encontrada em cerca de 90% das propriedades rurais da região, e a Orelha de Elefante Mexicana, que também vem apresentando bons resultados. “Esta variedade se mostra pouco suscetível às pragas e é bastante produtiva aqui nas nossas pesquisas”, atesta.
A Ipa Sertânea também é resistente à cochonilha do carmim e se equipara em produção à Palma Miúda e à Orelha de Elefante Mexicana, porém, tem se mostrado mais suscetível às pragas, principalmente à cochonilha de escama.
Pesquisas
O projeto Forrageiras para o Semiárido tem o objetivo de identificar as variedades que se adaptam melhor ao clima de cada região, com o objetivo de oferecer novas fontes de alimento para os rebanhos. A URT de Batalha é uma das 13 distribuídas entre o Nordeste e o norte de Minas Gerais. O espaço no Parque de Exposições Mair Amaral foi cedido pelo Governo de Alagoas, em atendimento à solicitação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado – Faeal.
Em Alagoas, 18 tipos de plantas são testadas, entre gramíneas anuais e perenes, cactáceas e lenhosas. Os pesquisadores e técnicos analisam seis variedades de capim (gramíneas perenes); seis de milho, sorgo e milheto (gramíneas anuais); quatro variedades de palmas e duas de leguminosas. Elas são avaliadas quanto ao seu estabelecimento e produção de forma solteira e consorciada.
O consumo de carne crua de animais contaminados, leite cru ou produtos lácteos que não receberam um tratamento térmico adequado é um fator de risco de transmissão da brucelose bovina. A zoonose causada pela bactéria Brucella abortus pode ser transmitida ao homem por meio de contato da bactéria com as mucosas ou feridas na pele.
Segundo a engenheira agrônoma Luana Torres, coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, a prevenção contra a brucelose bovina é um tema que precisa ser discutido mais amplamente, para o bem dos rebanhos e dos tratadores.
“Nos grupos de risco temos, primeiramente, tratadores, veterinários e zootecnistas responsáveis pelos cuidados do rebanho. Deve haver precaução redobrada no manuseio de restos de placenta, fluidos fetais e carcaças de animais infectados. Já os funcionários de lacticínios e pessoas que lidam com alimentos, em casa ou nos estabelecimentos comerciais, podem se contaminar pelo contato com a carne ou o leite de animais acometidos pela doença”, alerta Luana.
Parecidos com os da gripe, os sintomas mais comuns da brucelose bovina no homem são febre ou sudorese noturnas, dores nas articulações e musculares. Nos casos mais graves, a evolução pode causar espondilite (artrite inflamatória que afeta a coluna vertebral e as articulações grandes), artrite periférica e tromboflebite (ou trombose venosa superficial).
“Nos animais, quando se fala da cultura de leite, a brucelose causa abortos, repetição de cio, nascimentos prematuros e pode ocasionar uma séria queda na produção leiteira. Além disso, o rebanho contaminado perde drasticamente sua eficiência produtiva e reprodutiva. As perdas podem chegar a 25%”, comenta Luana Torres.
A prevenção da brucelose bovina é feita por meio da vacinação das fêmeas (B19 e RB51). Caso animais sejam diagnosticados positivos para andorinha, é necessário fazer o sacrifico. O diagnóstico é feito por soroaglutinacão com ATT e com 2-ME.
O acompanhamento da presença de pragas na horta é de fundamental importância para o sucesso e viabilidade da produção de olerícolas. É preciso combinar técnicas mecânicas, físicas e biológicas para garantir a sanidade, qualidade e produtividade. Sem os cuidados necessários, plantações podem ser totalmente destruídas.
“As olerícolas necessitam de um manejo adequado para garantir a própria atividade e, dentre os cuidados que favorecem uma produção de qualidade, está o controle das pragas. Algumas pragas desfolham as plantas e outras costumam sugar a seiva, bloqueando o desenvolvimento e transmitindo viroses”, explica a engenheira agrônoma e técnica de campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Alagoas), Tatiana Salvador.
“Pulgão, mosca branca e cochonilha são insetos que se alimentam da seiva, prejudicam a fotossíntese e são muito comuns na cultura da alface. Já o ácaro rajado causa necrose nas folhas e provoca desfolhamento completo em infestações mais severas. Na fase larval, a traça das crucíferas e a lagarta da couve, com hábitos noturno e diurno, respectivamente, alimentam-se das folhas e podem provocar a perda total da produção. Elas afetam principalmente as culturas da alface, couve e repolho”, exemplifica Tatiana.
Medidas Segundo a técnica de campo do Senar Alagoas, a rotação e culturas, o policultivo e a destruição de resíduos vegetais ao final da colheita são procedimentos muito utilizados como medidas de controle preventivo. “O aumento do espaçamento entre plantas também é recomendado, pois evita a alta densidade e a competição por luz e umidade, que podem servir de abrigo para as pragas. Outra maneira de controle preventivo é a escolha de variedades resistentes e o equilíbrio correto de nutrientes no solo, para que a planta suporte melhor, caso seja atacada”, orienta.
Em áreas que já estejam apresentando algum tipo de praga, pode ser utilizado o controle mecânico, por meio da remoção manual da praga na planta, catação e destruição das lagartas, esmagamento dos ovos, armadilhas adesivas para a captura do inseto na fase adulta ou que possam repeli-lo na horta. “Também recomenda-se a utilização de extratos naturais biologicamente ativos, por meio e plantas com propriedades antagônicas”, observa Tatiana Salvador.