Curso do Senar proporciona uso de plantas medicinais pelo SUS no interior de Alagoas

As plantas medicinais são verdadeiras farmácias vivas que podem ajudar a melhorar a saúde da população com baixo custo e ainda gerar renda para os produtores rurais. Além disso, esse conhecimento que mistura ciência e sabedoria popular pode mudar a trajetória de muitas pessoas.

A história do assistente social Anderson Rafael da Silva com os fitoterápicos começou em um curso de Formação Profissional Rural do Senar sobre Plantas Medicinais. “Conheci a iniciativa por meio da mobilizadora Ivaneide Pascoal, de Palmeira dos Índios, que falou sobre a capacitação e eu me interessei para trazer para o município de Belém”, conta.

Ele então articulou institucionalmente, junto à Secretaria de Saúde de Belém, e o curso foi ofertado para 18 profissionais do município. “Após esse primeiro contato, passei a observar a existência de muitas plantas medicinais na nossa região, que podem ser usadas para produzir fitoterápicos, como o mulungu e o jatobá. Surgiu então a ideia de iniciar o projeto “Fitoterapia no SUS – a utilização de plantas medicinais na cura e prevenção de doenças”, explica.

A ação teve início em 2022, com o uso de plantas nativas e de baixo custo na produção e distribuição de produtos fitoterápicos para a população local. “Desde então, promovemos oficinas de fabricação de xarope, calmante natural, bala de gengibre e tempero natural”, informa. 

As oficinas são realizadas a partir de ações descentralizadas, que acontecem na zona urbana e na zona rural. “Como o objetivo do projeto é produzir e distribuir fitoterápicos como uma nova opção terapêutica, pensamos também que essas atividades podiam ser inclusivas e ofertamos as capacitações a portadores de doenças crônicas e pessoas com transtorno mental”, diz Anderson Rafael, que há sete anos atua na Equipe Multiprofissional da Atenção Básica em Saúde, do município de Belém. 

O xarope processado a partir do uso do jatobá combate bronquite, sintomas da asma, tosse, além de gripes e resfriados. O mulungu e a flor de camomila fornecem um calmante natural. “O mulungu tem ação antidepressiva e, por seu efeito tranquilizante, também age nos casos de síndrome do pânico, compulsões diversas, neurose e transtorno de ansiedade, associado à flor de camomila que  possui propriedade ansiolítica e calmante formam um produto  natural eficaz”, explica. 

O projeto também produz um tempero natural muito usado por hipertensos, à base de açafrão, alecrim, orégano e manjericão. Um outro produto popular é a bala de gengibre, que possui propriedades funcionais, terapêuticas e ação anti-inflamatória, indicada no alívio de desconforto na garganta, nos resfriados e gripes. 

Reconhecimento

O empenho de Anderson Rafael e da equipe do projeto já rendeu frutos fora do município de Belém. “Em abril, nosso projeto foi selecionado para participar da mostra ‘Alagoas aqui tem SUS’, quando recebemos o prêmio de terceira melhor experiência exitosa do SUS no nosso estado”, afirma.

Com o prêmio, o projeto foi selecionado para participar da mostra ‘Brasil aqui tem SUS’, em Porto Alegre. “Foi um momento muito importante, que deu visibilidade para as nossas ações e, desde então, outros municípios passaram a querer conhecer a nossa experiência”, completa. 

Mas os planos estão apenas começando. Para o futuro, a expectativa do grupo é robustecer o projeto, implantando um espaço para dispensar os produtos e viabilizar o controle de qualidade por parte dos órgãos competentes, assim como viabilizar a criação de uma “farmácia viva”, com o objetivo de promover ainda mais acesso a medicamentos fitoterápicos de qualidade, seguros e eficazes.

Papel do Senar

A instrutora do Senar Alagoas, Rizomar Lima, é uma entusiasta da medicação natural, entregando a cada curso muito conhecimento, além da sua paixão pelas plantas medicinais. “Essa formação é muito importante porque leva conhecimento sobre o tema às pessoas, que passam a se informar e, com isso, a respeitar os fitoterápicos e os benefícios que podem gerar nas suas vidas”, afirma.

Além de conhecer o poder das plantas medicinais, o curso também proporciona, a quem participa, a possibilidade de geração de renda. “O que eu tenho percebido ao longo do tempo, é o interesse das pessoas pelo aprendizado. As pessoas querem se informar cada vez mais, porque também buscam mais qualidade de vida para si e para os outros”, conta.

Segundo ela, a formação estimula a busca pela saúde e pelo bem-estar, mas também o uso da forma correta de cada planta. Ao entender como as substâncias agem no organismo, o participante do curso passa a ter mais critério ao usar medicamentos, principalmente o excesso dos produtos alopáticos observado nos dias de hoje, muitas vezes sem orientação profissional. “Tudo isso acaba sendo de grande valia para as pessoas que participam desse treinamento”, diz.

Para Graziela Freitas, gerente técnica do Senar Alagoas, os cursos de Formação Profissional Rural integram o processo educativo defendido pela instituição, que visa desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes para uma vida no campo cada vez mais produtiva.

“O objetivo é atender às necessidades da população que vive na zona rural, sejam eles produtores, trabalhadores, integrantes de sindicatos, cooperativas, que precisam ampliar seus conhecimentos técnicos para melhorar suas competências, aumentar sua produtividade e rentabilidade e, com isso, promover mais desenvolvimento ao setor agropecuário”, explica. 

No caso específico do curso de Plantas Medicinais, a oferta visa atender às demandas sempre crescentes por mais qualidade de vida e possibilidade de obter uma nova fonte de renda no meio rural. “Com conhecimento nessa área, eles podem ter um acesso mais seguro e fazer o uso correto das plantas medicinais para a produção de fitoterápicos. Isso, ao mesmo tempo, aprimora as habilidades dos alunos, promove o uso sustentável da nossa rica biodiversidade e ajuda no desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva que, no caso do município de Belém, chega à população de forma gratuita através do SUS”, completa a gerente.

O Ministério da Saúde encara o assunto como de interesse público e instituiu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que constitui parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social para promover melhorias na qualidade de vida da população.  

As ações decorrentes dessa política são consideradas fundamentais para a melhoria do acesso da população a plantas medicinais e produtos fitoterápicos de forma orientada, segura e eficiente. São consideradas plantas medicinais, aquelas que contém substâncias com propriedades medicinais em suas folhas, flores, raízes ou cascas. 

Tais substâncias podem ter efeitos terapêuticos no organismo humano e são utilizadas para tratamento ou alívio de doenças, sintomas ou condições de saúde, desde que devidamente atestadas. O fitoterápico, por sua vez, é o produto obtido a partir de plantas medicinais. Eles podem estar disponíveis na forma de comprimidos, cápsulas, xaropes, cremes, entre outras apresentações.

O mais importante, segundo a comunidade científica internacional, é partir de uma base sólida de conhecimentos. Junto da sabedoria popular, as boas práticas aplicadas em treinamentos e capacitações podem transformar as plantas em aliadas na prevenção e na cura de diversas doenças. O “lambedor”, os chás, pomadas, óleos e extratos atravessam gerações e fazem parte da cultura de boa parte do mundo. Com conhecimento e técnica, eles podem proteger a saúde, a tradição e a natureza. 

 

Comissão Jovem realiza encontro sobre liderança no agro em Olho D’Água das Flores

A Comissão Jovem do Sistema Faeal/Senar realizou nesta sexta-feira (20), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D’Água das Flores, no Sertão alagoano, o I Encontro de Jovens Líderes do Agro. A iniciativa teve como objetivo identificar e ajudar no desenvolvimento de jovens com potencial de liderança, difundindo a cultura de liderança empreendedora no setor agropecuário.

A presidente da comissão e organizadora do evento, Karina Venâncio, explica que a ação faz parte do desafio proposto pelo Programa CNA Jovem, criado em 2014, voltado para o público de 22 a 30 que mantenha vínculo com o segmento agropecuário. “Nossa meta é atrair esse jovem para assumir um papel de protagonista no campo, já que a maioria é formada por filhos de produtores que ajudam a família nas propriedades rurais”, afirma.

A superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres, foi a palestrante principal do encontro, abordando o tema “A Importância da Sucessão Geracional”. “Precisamos atrair e criar mecanismos para fixar esses jovens no campo, já que as oportunidades de trabalho oferecidas pelo meio urbano acabam afastando a juventude do meio rural”, pondera.

Luana Torres também ressalta que, além de demonstrar as vantagens de continuar o legado da família no meio agropecuário, é necessário estimular a participação dos jovens nas entidades que reúnem o setor. “É importante que eles conheçam a atuação dos sindicatos rurais do município ou região, da Federação da Agricultura e Pecuária e também do Senar. Precisamos desse engajamento e dessa energia dos jovens”, diz. 

A gerente técnica, Graziela Freitas, e a supervisora de Assistência Técnica e Gerencial, Ellen Oliveira, que também integram a Comissão Jovem, apresentaram suas respectivas áreas e destacaram a importância das novas gerações no desenvolvimento das áreas rurais. A presidente Karina Venâncio, ao lado de Alef Soares e Maria Helena Miranda, que integram a comissão, falaram sobre a experiência de participar das capacitações e a importância do programa em suas vidas. O evento foi encerrado por Maria das Neves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D’Água das Flores. Ela agradeceu a parceria do Senar e a presença dos jovens no encontro.

O Programa CNA Jovem já registra mais de 5 mil participantes nos 26 estados e no Distrito Federal. Por meio de capacitações realizadas pelo Senar em desenvolvimento de liderança, é possível identificar desafios e propor iniciativas que resolvam problemas apresentados em cinco áreas prioritárias: educacional, empresarial, institucional, sindical e político-partidária. A iniciativa também desenvolve diversas competências e identifica potenciais líderes na juventude.

 

Sistema Faeal/Senar e Asprovac têm reunião para alinhar futuras parcerias 

A superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres, acompanhada da supervisora Ellen Oliveira, participaram de uma reunião de alinhamento com o gestor técnico da Associação dos Plantadores de Cana de Açúcar da Região do Vale do Coruripe (Asprovac), Alnat Casado. O objetivo foi conhecer, de forma mais detalhada, as metodologias e sistemas adotados pelas duas instituições.

A reunião foi resultado de um encontro prévio entre os presidentes da Faeal, Álvaro Almeida, e da Asprovac, Clovis Farias Filho. “A nossa visita à sede da associação em Coruripe foi acordada entre os dois dirigentes, assim como a troca de informações entre as respectivas equipes técnicas, como etapa necessária para o prosseguimento de futuras parcerias”, afirma Luana Torres.

A Asprovac foi fundada em 2002, com a missão de oferecer assistência técnica e transferir tecnologia para os produtores associados. A equipe técnica do Sistema Faeal/Senar, além de visitar as dependências da sede, em Coruripe, também ficou conhecendo as ações desenvolvidas nos municípios de Feliz Deserto, Teotônio Vilela, São Miguel dos Campos, Jequiá da Praia, Piaçabuçu, Penedo, Igreja Nova e São Sebastião.

“A intenção é somar esforços para levar cada vez mais conhecimento técnico ao homem do campo, assim como outras ações do Senar, como os Programas de Saúde do Homem e da Mulher do Campo, os cursos de Formação Profissional Rural, de Promoção Social, assim como os atendimentos de Assistência Técnica e Gerencial que já acontecem em todas as regiões de Alagoas”, resume Luana Torres.

Grupo técnico integrado fará mobilização contra avanço da doença da bananeira em Alagoas

Um grupo multidisciplinar formado por técnicos do Sistema Faeal/Senar, Adeal e Emater vai combater, com informação e atividades em campo junto aos produtores, o avanço da sigatoka negra em Alagoas. Uma reunião entre representantes das três instituições se reuniram na manhã desta quarta-feira (18), na sede da Faeal, para definir os próximos passos dessas ações.

“Esse alinhamento é importante porque vamos capacitar agrônomos e técnicos agrícolas que atuam nas diversas regiões do nosso estado, sobretudo nas áreas mais atingidas pela doença da bananeira, para que eles possam ser replicadores dessas boas práticas junto aos produtores rurais”, afirma Luana Torres, superintendente-adjunta do Senar Alagoas.

Considerada a mais grave doença da bananeira em todo o mundo, a sigatoka negra apresenta focos em plantações do estado, despertando a preocupação de produtores, entidades do setor produtivo e órgãos estaduais, como Adeal e Emater. Onde o controle da praga não é realizado, há risco de 100% de perdas na produção.

“Precisamos trabalhar com a informação técnica qualificada, através de orientações, treinamento e capacitações para evitar a disseminação da doença que, muitas vezes, se dá no trânsito entre o campo e as cidades, por isso a importância dessas ações integradas”, diz Maria Rufino, chefe do Núcleo de Defesa Vegetal da Adeal.

Realizar corretamente o manejo de controle do fungo, que se espalha pelo ar, principalmente nas condições de temperatura e umidade alta dessa época do ano, é condição essencial para evitar o agravamento da situação. 

“Só a orientação técnica pode ajudar na identificação de possíveis focos, evitando com isso que a doença se propague pelas diversas regiões. Temos bananeiras em todo estado, por isso precisamos capacitar técnicos das regiões afetadas e também daquelas que ainda não têm registro da doença”, explica Fátima Figuêiredo, chefe do Programa Estadual de Educação Sanitária da Adeal.

A superintendente-adjunta do Senar, Luana Torres, colocou à disposição as dependências da instituição para as capacitações dos técnicos e supervisores. “Nós temos total interesse em orientar da melhor forma possível os produtores alagoanos, através das visitas mensais, rodas de conversa e dia de campo previamente agendado”, diz.

Ela também colocou à disposição do grupo, técnicos que já atuam nas áreas afetadas para as capacitações práticas, a exemplo da região de Porto Calvo, no Litoral Norte, atendida pelo técnico de campo Laécio Almeida. A reunião de hoje contou ainda com a participação da agrônoma Jane Cléa e da zootecnista Wendylane Neves, ambas da Emater.

Torneio Leiteiro mobiliza criadores e produtores rurais em Major Izidoro

O II Torneio Leiteiro da Cooperativa dos Produtores de Derivados de Leite de Major Izidoro (Coopdelmi) foi encerrado neste sábado, no Povoado Bezerra. O evento, que começou no dia 4, movimentou a região, reunindo 17 produtores e 19 animais, nas categorias vaca (13) e novilha (6).

O técnico de campo do Senar Alagoas, Wesley Reniberg, foi um dos organizadores do torneio e explica a importância de eventos como esse para o setor produtivo. “O espaço é amplo, com infraestrutura especialmente montada para receber os animais e também os visitantes, e isso mobiliza os produtores que se sentem motivados em disputar o torneio”, informa.

O produtor Erenilson Bezerra, atendido pela ATeG Senar, participou do torneio e ficou em segundo lugar na categoria vaca. “O evento deixa um legado importante para os produtores. Além de transmitir conhecimento,incentiva o melhoramento genético e a criação de animais cada vez mais produtivos e rentáveis”, completa o técnico.

O presidente da Associação dos Criadores de Alagoas, Domício Silva, e o gerente de ATeG do Senar, Sidney Rocha, prestigiaram a abertura do torneio, ao lado de supervisores e técnicos do sistema. “Para nós é um motivo de grande satisfação, já que o nosso técnico de campo, Wesley Reniberg, além de prestar assistência ao produtor participante, faz parte da comissão organizadora do evento”, afirma o gerente.

Apicultura ganha destaque com ampliação da cadeia produtiva do mel em Alagoas

Quando falam sobre abelhas, o brilho nos olhos da supervisora Érica Gomes e do técnico de campo Matheus Barbosa, do Senar/AL, deixa clara a paixão dos dois pelo tema. Durante apresentação de um caso de sucesso, na última reunião de alinhamento do grupo da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), eles contaram a trajetória de um produtor rural no litoral sul, mas ressaltando que a apicultura é uma atividade em expansão em todas as regiões de Alagoas.

Eles explicam que a cadeia produtiva do mel vem crescendo em todo o estado, com uma evolução significativa entre os pequenos produtores. “Através da assistência técnica eles estão aprendendo a manejar corretamente suas colmeias e isso impacta no aumento da produção”, afirma Érica Gomes.

A supervisora lembra que a comercialização, no entanto, ainda se concentra entre as grandes empresas, pois o mel é um produto de origem animal, que requer um selo específico para a venda como o SIM, o SIE ou o SIF, concedidos pelos serviços de inspeção municipal, estadual e federal, respectivamente. 

“Para que o pequeno produtor amplie seu negócio, além de ter o acompanhamento da ATeG, é preciso investir numa casa de mel, passo fundamental para conseguir o selo de comercialização”, completa a supervisora.

A apicultura está presente em todas as regiões do estado, tanto a meliponicultura, a criação de abelhas sem ferrão quanto a criação da Apis mellifera africanizada, que possui ferrão. “Temos produção de mel no litoral, na zona da mata, no agreste e no sertão. A própolis vermelha está presente no litoral e a cera alveolada na zona da mata”, situa Érica Gomes.

Expansão

O técnico de campo Matheus Barbosa destaca que essa produção ainda pode alcançar um volume bem maior, a exemplo do que já acontece em outros estados nordestinos. “A cada ano a atividade vem aumentando, tanto a produção de mel quanto o número de novos apicultores que acreditam na agropecuária”, afirma.

O clima e a vegetação do estado ajudam a vocação natural para a apicultura. “As abelhas com ferrão, Apis mellifera africanizada, podem ser encontradas nos quatro cantos de Alagoas. No caso das abelhas sem ferrão, como existem várias espécies na nossa região, a incidência depende  do bioma específico em que são encontradas”, esclarece Matheus.

Ele também chama a atenção para a produção de própolis vermelha ao longo do litoral, que recebeu inclusive o selo de Indicação Geográfica (IG). Essa certificação é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com reconhecimento internacional e que dá direito à propriedade intelectual autônoma. O selo permite a utilização de uma denominação geográfica, indicando a origem de um determinado produto ou serviço.

Cadeia produtiva

A superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres, lembra que a apicultura em Alagoas é uma atividade recente, que acontece através de apiários fixos e se desenvolve como uma atividade secundária. “A produção é rentável para o pequeno produtor, já que ele não tem gasto com ração; os enxames podem ser capturados a partir da própria natureza e, talvez o mais importante, ele ainda pode continuar desenvolvendo outras culturas”, afirma.

Atualmente, cerca de 800 pessoas se dedicam à apicultura em Alagoas. O Senar atende 240 propriedades rurais dessa cadeia que, a cada ano, soma novos produtores. “Podemos dizer que é uma atividade em expansão e, quanto mais conhecimento sobre o tema, mais pessoas se mostram interessadas na atividade”, informa o gerente da ATeG, Sidney Rocha.

O agreste e o sertão são regiões que vêm se destacando cada vez mais na produção. A vegetação diversificada, composta por árvores de pequeno porte e o clima mais seco fazem dessas regiões um local propício para a produção de mel. “Mas a atuação do Senar está presente em todo estado, principalmente nos municípios de Girau do Ponciano, Cacimbinhas, Mata Grande, Minador do Negrão, Major Izidoro, Igreja Nova, Traipu, Penedo, União dos Palmares, Barra de São Miguel e Roteiro”, completa o gerente.

O técnico Matheus Barbosa explica que, embora o mel seja produzido praticamente em todo estado, os municípios de Girau do Ponciano e União dos Palmares vêm ganhando cada vez mais protagonismo. “No caso da própolis vermelha, a produção acontece ao longo de todo litoral, com destaque para Roteiro”, diz.

Érica Gomes também chama a atenção para a importância da coleta de dados, para um correto monitoramento dessa atividade econômica em nível municipal e estadual. “Depois que a secretaria de agricultura de Girau do Ponciano firmou parceria com o Senar, por exemplo, os números repassados ao IBGE são mais precisos, graças ao gerenciamento técnico. Isso colocou o município entre os principais produtores de mel de Alagoas, quando antes ele nem entrava nas estatísticas”, informa.  

Risco de extinção

Apesar de estarem presentes na natureza e serem lembradas quando o assunto é produção de mel, as abelhas também desempenham um papel fundamental para os seres humanos e para a preservação da vida no planeta. Ao coletar néctar e o pólen, elas acabam garantindo a produção de vegetais, frutos e sementes.

Desse modo, cerca de 75% das culturas agrícolas dependem, em algum grau, de animais polinizadores, sendo as abelhas as mais eficientes nessa tarefa. Segundo a FAO, organismo da ONU para questões de alimentação e agricultura, das 100 principais espécies vegetais usadas como base para 90% de toda comida do planeta, 71 são polinizadas pelas abelhas.

Os especialistas, no entanto, vêm alertando para o risco de extinção de algumas espécies de abelhas e o perigo que isso representa para a biodiversidade. Entre as principais ameaças para as abelhas e outros polinizadores naturais, estão as mudanças climáticas, o desmatamento em áreas de preservação e as queimadas. No Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) instituiu o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores Ameaçados de Extinção (Pan Insetos Polinizadores), voltado a preservação de espécies ameaçadas como abelhas, borboletas e mariposas.

“É essencial pensar em formas de conservar espécies que promovem a polinização, tão importante para a biodiversidade nativa e para a agricultura, ou seja, para o que é cultivado e alimenta o planeta”, atesta a superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres.

Ela faz questão de ressaltar o caráter sustentável da apicultura e como sua expansão é importante para o agro alagoano. “Trata-se de uma atividade econômica que traz benefícios diretos a outras culturas, através da polinização, o que contribui ao mesmo tempo para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento do setor produtivo”, conclui a superintendente-adjunta.

Sistema Faeal/Senar leva atendimentos em saúde para Jaramataia

Os produtores rurais de Jaramatia e região receberam as equipes do Programa Saúde do Homem e Saúde da Mulher, do Sistema Faeal/Senar, nos dias 15 e 16 de agosto. A ação ocorre ao longo do ano, em todas as regiões do estado, promovendo atividades de prevenção e controle de doenças, além da promoção da saúde.

No dia 15, quinta-feira, foram realizadas 81 mamografias e 101 citologias. Na sexta-feira, dia 16, 133 homens fizeram o PSA e 98 o exame de toque retal, tudo avaliado pela equipe do médico urologista Mário Ronalsa. “Os dois dias contaram com grande adesão da população de Jaramataia, com muita organização e a parceria bem sucedida entre o Senar e a Secretaria Municipal de Saúde”, afirma Andréa Almeida, coordenadora dos programas.

As atividades também incluíram a realização de testes rápidos e atualização da caderneta de vacinação. “A prevenção é um dos objetivos centrais desses programas. Por isso, além dos exames, são realizadas palestras e promoção de atividade física, colaborando diretamente para o sucesso dessas ações do Senar”, completa Andréa Almeida.

Vale lembrar que os programas de saúde promovidos pelo Senar Alagoas tem como objetivo sensibilizar e conscientizar a população do meio rural sobre a importância de boas práticas para a promoção da saúde. Conteúdos sobre higiene pessoal, planejamento familiar e prevenção de doenças integram a programação desses encontros. Além disso, os resultados dos exames auxiliam no diagnóstico e tratamento de doenças graves como câncer e infecções sexualmente transmissíveis.

 

Senar promove intercâmbio entre olericultores no sertão de Alagoas

Fora do meio rural, poucas pessoas sabem o significado do termo olericultura, uma área da horticultura que produz vegetais para o consumo alimentar como verduras, legumes, tubérculos, especiarias, dentre outras culturas. Foi pensando em ampliar o conhecimento e abordar os desafios e as possibilidades da olericultura no sertão alagoano, que o Sistema Faeal/Senar promoveu o I Intercâmbio de Olericultores da região, na zona rural de Olho D’Água das Flores.

 “O intercâmbio proporcionou uma vasta troca de experiências entre os produtores participantes, onde eles puderam compartilhar os desafios enfrentados e conversar sobre as potencialidades que podem alavancar suas produções”, afirma a técnica de campo do Senar Alagoas, Karina Venâncio, uma das organizadoras do evento, junto com o supervisor da ATeG, Ellyson Rocha. 

Foram eles que detectaram a necessidade do intercâmbio e o impacto positivo que essa ação traria aos produtores. “É importante a troca de conhecimento, a partir da visita a uma propriedade de sucesso, na mesma região. Essas experiências estimulam o olericultor a reduzir custos e maximizar a produção”, diz Ellyson Rocha.

Também participaram da programação, os técnicos André Luiz Pereira Barbosa, que atua em Limoeiro de Anadia, que ministrou uma oficina sobre biofertilizantes e  Moabe Venâncio, que acompanha o produtor-anfitrião do evento, José Ronaldo dos Santos, em Olho D’Água das Flores.

O intercâmbio contou com a presença de 22 produtores, atendidos no município de Santana do Ipanema, com um resultado prático bastante positivo para todos. “Eles saíram do encontro com ideias claras sobre os temas abordados e muito animados sobre como aplicar as novas técnicas em suas propriedades”, informa Karina Venâncio. 

Ela também explica que a troca de experiências não só ampliou o conhecimento técnico de todos os envolvidos, mas também fortaleceu os laços de colaboração dentro da comunidade agrícola. “O evento cumpriu plenamente o seu objetivo de promover inovação e crescimento entre os produtores”, completa a organizadora.

A superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres, explica que o sucesso da iniciativa estimula o planejamento de ações semelhantes, em outras cadeias produtivas. “O intercâmbio é muito importante, já que além de adquirir ensinamentos práticos, os participantes têm a oportunidade de conhecer outras realidades, compartilhando vivências e técnicas”, afirma.

 

Assistência técnica e análise de dados transformam a vida de produtores rurais

Supervisores e técnicos do Senar Alagoas participaram de mais uma reunião de alinhamento e apresentação de casos de sucesso, nesta sexta-feira (26) na sede da instituição, em Maceió. O encontro contou com a participação da superintendente-adjunta, Luana Torres; do gerente de Assistência Técnica e Gerencial, Sidney Rocha; e da gerente técnica, Graziela Freitas.

O técnico Wesley Reniberg apresentou a história de sucesso da produtora Leandra Morais da Rocha, de Major Izidoro, que atua no segmento da bovinocultura de leite. Através de indicadores e resultados, ele demonstrou como foi possível aumentar a produtividade, com menos gastos com aquisição de insumos para alimentação, que resultou na viabilidade do negócio e lucratividade.

“Eu quero destacar a importância da coleta e do registro dos dados durante todo o processo. O caderno do produtor alimenta o SisATeG, que é essencial para a tomada de decisão nas propriedades”, afirma Wesley Reniberg, que também agradeceu a orientação do supervisor, Enthony Joseph.

O segundo caso de sucesso foi apresentado pelo técnico de campo Matheus Barbosa, sob a supervisão de Erica Gomes, no segmento da apicultura. Ele contou a trajetória do produtor Silvio Guerra, do povoado Palateia, zona rural da Barra de São Miguel. 

Antes das orientações da assistência técnica e gerencial, a produção estava abaixo da média e, mesmo numa atividade sem tanta variação de despesa, era possível promover melhorias no apiário. O técnico propôs manejos adequados, aplicação de veneno para o controle de formigas e cupins para diminuir a perda de enxames.

“Um outro fator importante foi otimizar a produção e a comercialização da própolis vermelha, que tem valor agregado e é uma produto de Indicação Geográfica em Alagoas. A comunidade também tem seu diferencial, já que a Palateia é um importante destino turístico na região e isso colabora para a comercialização dos produtores locais”, destaca Matheus.

Para a superintendente-adjunta do Senar Alagoas, Luana Torres, os encontros periódicos com técnicos e supervisores são essenciais para a troca de experiências e conhecimentos. “É importante que eles relatem esses casos e mostrem como o nosso trabalho transforma, para melhor, a vida dos produtores rurais atendidos pelo Senar”, explica.

A ATeG é um serviço gratuito, com foco na geração de renda, melhoria da produção e na gestão rural. Esse acompanhamento técnico contribui para a evolução socioeconômica dos produtores, das famílias e da comunidade rural, além de promover a disseminação de tecnologias e práticas gerenciais. 

Relatório comprova status sanitário livre de Influenza Aviária e Doença de Newcastle no país

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) enviou ao Sistema Faeal/Senar o Relatório do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, referente ao primeiro ciclo de 2023, que realizou investigações clínicas e epidemiológicas em todo o país, incluindo Alagoas. Junto ao relatório, o ministério também encaminhou o sumário executivo do plano.

Para o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, a investigação constante é necessária, assim como a articulação do Mapa com órgãos estaduais de controle e com o setor produtivo de cada estado. “É preciso a união de todos para que seja cumprido o que foi orientado no plano de vigilância, mantendo a segurança nas criações”, afirma.

Segundo o relatório, não houve detecção de amostras positivas de Influenza Aviária e Doença de Newcastle em aves comerciais no último ciclo do plano de vigilância e, por consequência, o país mantém o status sanitário de livre de IA e DNC frente à Organização Mundial de Saúde Animal e aos parceiros comerciais.

Outro dado importante, que consta no relatório, é a informação de que o Mapa integrou a vigilância genômica ao sistema de vigilância de IA e DNC, com o objetivo de monitorar a evolução viral, o impacto epidemiológico e melhor compreender a transmissibilidade e patogenicidade do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.  

A utilização dessa ferramenta genômica propiciou apoio na avaliação de risco para saúde pública. Até o presente momento, não houve casos confirmados de IAAP em humanos no Brasil.

Em Alagoas, a Adeal participou da coleta de amostras que fizeram parte do inquérito soroepidemiológico do Plano de Vigilância de IA e DNC. Neste segundo ciclo, referente a 2024, o trabalho de campo foi realizado em 22 propriedades sorteadas, nas diversas regiões do estado. O material foi devidamente encaminhado para análise em laboratório oficial do Mapa.

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Para acessar o Relatório do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, clique aqui.