Programa Agronordeste avança em Alagoas

Número de produtores beneficiados com a assistência técnica do Senar aumentou 98,6% nos últimos três meses

O Programa Agronordeste continua crescendo em Alagoas. Quatro novas turmas foram abertas entre os meses de setembro e outubro, nos municípios de Craíbas, Piranhas, Jacaré dos Homens e Traipu. Hoje, 596 pequenos e médios produtores rurais são beneficiados com a assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas. Um crescimento de 98,6% se comparado aos 300 produtores atendidos, por meio do programa, até meados do último mês de julho.

Nos quatro novos municípios, a assistência técnica é voltada para bovinocultores de leite. “Técnicos de campo visitam as propriedades rurais e capacitam pequenos e médios produtores que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio. Com isso, o programa aumenta a cobertura da assistência técnica; amplia o acesso e diversifica mercados; promove e fortalece a organização dos produtores; garante segurança hídrica e contribui para o desenvolvimento de produtos com qualidade e valor agregado”, explica Luana Torres, coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas.

Ao todo, 19 turmas de produtores rurais estão sendo capacitadas pelo Senar Alagoas, por meio do Agronordeste. A assistência técnica e gerencial contempla cinco cadeias produtivas: avicultura; bovinocultura de leite; fruticultura; olericultura e ovinocaprinocultura.

As ações acontecem em 12 municípios do semiárido alagoano, região considerada prioritária pela capacidade de desenvolvimento e carência de assistência técnica. As cidades são: Água Branca; Belo Monte; Craíbas; Delmiro Gouveia; Estrela de Alagoas; Jacaré dos Homens; Major Izidoro; Olho D’Água das Flores; Palmeira dos Índios; Piranhas; Traipu; e São José da Tapera.

Nas próximas semanas, o Senar Alagoas deve iniciar o trabalho no município de Girau do Ponciano, também para bovinocultores de leite. Há ainda a perspectiva de criação de turmas nas cidades de Olivença e Arapiraca, entre os meses de novembro e dezembro.

Programa
O Agronordeste é um plano de ações criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa – e desenvolvido em parceria com instituições como a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária – CNA – e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – Anater. Tem por objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural da região. A estimativa do Governo Federal é beneficiar 1,7 milhão de pessoas do meio rural, em 230 municípios dos nove estados do Nordeste e parte de Minas Gerais.

Senar Alagoas retoma atividades educativas a partir do dia 13

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – vai retomar as atividades educativas, de forma gradual, a partir da próxima terça-feira, 13 de outubro. Após a reformulação do cronograma de 2020, que foi interrompido por conta da pandemia da Covid-19, estão agendados cursos para 83 turmas de formação profissional, quatro de promoção social e sete do programa especial Mulheres em Campo. Ao todo, 26 municípios serão contemplados com as ações.

O reinício dos cursos será com o Mulheres em Campo nas cidades de Craíbas e Piaçabuçu. Voltado para produtoras rurais com escolaridade mínima de 5º ano (antiga 4ª série), o programa tem o objetivo de ampliar o protagonismo feminino na administração das empresas rurais. Desenvolve competências de empreendedorismo e gestão, orienta na descoberta do potencial de cada participante e da propriedade, ensina a planejar e a transformar uma atividade em negócio.

Outros cursos

As 83 turmas de formação profissional estão divididas em 15 cursos. São eles: Administração Rural; Bovinocultura de Leite – Amamentação; Bovinocultura de Leite – Sanidade; Cerca Elétrica; Defensivos Agrícolas; Eletricista Rural; Fruticultura – Tratos Culturais; Fruticultura Básica; Informática Básica; Olericultura – Controle de Pragas e Doenças; Olericultura Básica – Hortaliças; Piscicultura Básica; Plantas Medicinais; Vestimenta Básica; e Vestimenta Moda Íntima.

Algumas dessas turmas de formação profissional serão compostas por produtores rurais que também são atendidos pela assistência técnica e gerencial do Senar Alagoas. Já na área de promoção social, a instituição realizará os cursos de Associativismo e Primeiros Socorros, com duas turmas agendadas para cada curso.

Prevenção à Covid-19

Para a retomada, o Senar Alagoas adotou um protocolo de prevenção à Covid-19, de acordo com as orientações da Administração Central do Senar e as medidas preconizadas pelas autoridades públicas de saúde.

“Diminuímos o número de alunos, serão entre 8 e 10 por turma, como forma de garantir o distanciamento mínimo de um metro e meio entre eles. Também orientamos nossos mobilizadores sobre todas as questões de segurança e higiene. Além disso, estamos confeccionando mais 500 máscaras, que serão distribuídas não só nos treinamentos, como na assistência técnica”, explica a coordenadora do Departamento Técnico do Senar Alagoas, Graziela Freitas.

Graziela Freitas: “Diminuímos o número de alunos, serão entre 8 e 10 por turma, como forma de garantir o distanciamento mínimo de um metro e meio entre eles.”

 

 

 

Em meio à pandemia, horticultor atendido pelo Agronordeste aprende a produzir suas próprias mudas e expande negócio

O horticultor Romério Agra de Melo encontrava-se em uma área restrita de produção, no povoado Lagoa Queimada, município de Olho D’Água das Flores, sertão de Alagoas. Cultivava algumas folhosas, tinha o objetivo de diversificar os produtos, mas não sabia o que produzir a mais, nem como gerenciar o negócio.

Com a pandemia de covid-19, Romério continuou as entregas em restaurantes e supermercados. Inicialmente, sua economia não foi diretamente afetada, mas o fornecimento de mudas oriundas do município de Arapiraca ficou comprometido por conta das barreiras sanitárias, o que dificultou o plantio de folhosas como alface e couve, as principais em sua horta.

As demandas continuavam a chegar, e a oferta em declínio. Com as orientações da assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do Programa Agronordeste, Romério conseguiu produzir suas próprias mudas – antes disso, ele nunca havia tido sucesso na germinação.

“A área foi aumentada. Hoje ele produz tomate, beterraba, cenoura, continua com as folhosas como coentro, couve e alface, montou uma estufa para produzir suas mudas e um sistema de irrigação”, relata a engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas, Tatiana Salvador, responsável pelo atendimento ao produtor.

Segundo o horticultor, a assistência técnica também foi importante para o controle de pragas. “Tinha um ataque de borboletas e lagartas na couve, a técnica do Senar Alagoas me orientou a utilizar uma armadilha com casca de ovo e a situação melhorou. A gente tem que lidar com muitas pragas aqui e essa orientação ajuda a garantir a produção, com soluções naturais para quem produz sem o uso de agrotóxico”, diz Romério.

Aos poucos, o sonho de Romério começa a se tornar realidade. Suas entregas são constantes, a renda e a procura por seus produtos aumentaram, o horticultor está se tornando referência no município.

CNA Jovem: representantes de Alagoas estão animados para a fase das oficinas digitais

Maria Eduarda Xavier (estagiária)

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – se prepara para iniciar a fase de oficinas digitais do programa CNA Jovem. Os candidatos aprovados na fase anterior, avançam para a etapa de objetivos específicos de forma remota. 

O intuito é apoiar o desenvolvimento de novas lideranças e buscar projetos inovadores para a agropecuária brasileira, em diversas áreas de atuação. Entre os 3.742 jovens inscritos para participar do programa, estão 14 alagoanos.

Para Yara de Almeida, graduanda em Gestão Ambiental, esta é uma grande oportunidade para aprender a tomar decisões adequadas durante suas atividades de gestora, a agir e pensar como líder. Incentivada a participar por seu irmão, é sua primeira experiência em um programa do Senar. “Estou realizada com todo o conteúdo que tenho absorvido nos módulos introdutórios”, expõe.

Em sua quarta edição, o CNA Jovem foi dividido em etapas remotas e presenciais, sendo algumas eliminatórias e classificatórias. A duração do programa é de 16 meses. “As minhas expectativas são para que eu possa concluir mais essa etapa e que o programa continue sendo didático”, pontua,Yara. 

Neste primeiro momento o contato com participantes de outros estados é mais tímido, visto que ainda estão no início do projeto, mas a expectativa para a criação de uma rede nacional é grande.

“O maior desafio da atualidade é manter os jovens no campo e capacitá-los para o exercício da liderança, tanto nos negócios como na vida comunitária. O programa é importante, pois prepara jovens dos 22 aos 35 anos para enfrentar os desafios do agro com responsabilidade”, diz Graziela Freitas, coordenadora do Departamento Técnico do Senar Alagoas.

Lázaro Brito, ex-aluno do curso Técnico em Agronegócio do Senar, também está feliz com a oportunidade de participar do CNA Jovem e ter contato com grandes líderes do agro e aprender com eles. “É um programa bastante interessante e motivador, busca novas lideranças no agro e hoje nós temos essa necessidade, de pessoas de diversas áreas e conhecimentos para trazer inovação e tecnologias para o campo”, avalia.

DITR deve ser entregue até esta quarta-feira, 30

Produtores rurais têm até esta quarta-feira, 30, para entregar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – DITR – Exercício 2020. A data consta na Instrução Normativa nº 1.967, da Receita Federal, que estabelece as normas e os procedimentos para a apresentação da DITR, informa os critérios de obrigatoriedade, a necessidade do uso de computador na elaboração da declaração, e as consequências da apresentação fora do prazo estabelecido, entre outras informações.

Está obrigada a apresentar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a pessoa física ou jurídica, exceto a imune ou isenta, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora a qualquer título do imóvel rural. Também está obrigada a pessoa física ou jurídica que, entre 1º de janeiro de 2020 e a data da efetiva apresentação da declaração, perdeu a posse do imóvel rural ou o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvel rural ao patrimônio do expropriante.

Em Alagoas, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – oferece o serviço de orientação aos produtores rurais que estão em dia com a contribuição sindical e precisam fazer a declaração de ITR. Por conta da pandemia de Covid-19, os atendimentos acontecem por telefone e WhatsApp, nos números (82) 9.8889-4087 ou 9.8878-3618, e também pelo e-mail carla@faeal.org.br.

A DITR deve ser elaborada com uso de computador, por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, disponibilizado na página da Receita Federal www.receita.economia.gov.br. A declaração pode ser transmitida pela Internet ou entregue em uma mídia removível acessível por porta USB nas unidades da Receita Federal. A multa para quem apresentar a DITR depois do prazo é de 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso, lançada de ofício e calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais).

Se, depois da apresentação da declaração, o contribuinte verificar que cometeu erros ou omitiu informações, deve, antes de iniciado o procedimento de lançamento de ofício, apresentar DITR retificadora, sem a interrupção do pagamento do imposto apurado na declaração original. A DITR retificadora tem a mesma natureza da originariamente apresentada, substituindo-a integralmente. Por isso, a declaração retificadora deve conter todas as informações anteriormente prestadas com as alterações e exclusões necessárias bem como as informações adicionadas, se for o caso.

O valor do imposto pode ser pago em até 4 (quatro) quotas iguais, mensais e sucessivas, sendo que nenhuma quota pode ter valor inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais). O imposto de valor inferior a R$ 100,00 (cem reais) deve ser pago em quota única. A quota única ou a 1ª (primeira) quota deve ser paga até o dia 30 de setembro de 2020, último dia do prazo para a apresentação da DITR.

O imposto pode ser pago mediante transferência eletrônica de fundos por meio de sistemas eletrônicos das instituições financeiras autorizadas pela Receita Federal a operar com essa modalidade de arrecadação ou por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), em qualquer agência bancária integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

 

Senar lança guia interativo de organização da propriedade rural

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançou um guia interativo com orientações aos produtores rurais sobre a organização da propriedade rural. O material contém instruções sobre o armazenamento de insumos, limpeza dos espaços e distribuição de ferramentas e máquinas, entre outras.

O conteúdo foi desenvolvido com informações de fácil acesso e ilustrações que indicam o passo a passo para o produtor rural iniciar o processo de organização e melhoria das atividades rurais.

Também são apresentados os benefícios gerados que vão desde a rapidez na localização de itens, aumento da produtividade, segurança e motivação das pessoas e resultados econômicos positivos.

Em 12 capítulos, o guia mostra detalhes sobre a gestão de recursos humanos; saneamento rural; organização de ferramentas; equipamentos; maquinários; farmácia veterinária; insumos; arrumação de ambientes para trato dos animais e manipulação dos alimentos; metodologia 5S de organização e lista de verificação.

A novidade é a interatividade do conteúdo. O guia é o primeiro material do Senar com essa inovação. Caso o leitor tenha interesse em aprofundar o conhecimento sobre alguns assuntos, o guia permite o acesso, por meio de QR Code, para cartilhas virtuais da instituição e legislações.

Também é possível salvar o material em aplicativos de leitura, realizar pesquisas por palavras-chaves, salvar páginas e fazer anotações, além de compartilhar por e-mail, whatsapp e redes sociais.

Clique aqui e acesse o Guia Organização da Propriedade Rural.

 

Faeal pleiteia 180 dias para que irrigantes se adequem à norma da Equatorial

Empresa vinha exigindo adequações antes de fazer a religação da energia elétrica, o que traria prejuízos econômicos para os produtores

Reunião extraordinária do Conselho

Em atendimento a um pleito da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, a Equatorial Alagoas vai estipular um prazo para que os produtores rurais que trabalham com irrigação e aquicultura, atividades que possuem ciclo sazonal de utilização de energia elétrica, se adequem à norma técnica de eletrificação de média tensão (NT.002). A norma foi publicada em 2019 e exige apresentação de estudo de viabilidade técnica ou projeto, além de adequação da subestação para a reenergização das unidades produtoras.

O anúncio foi feito na última quarta-feira, 9, durante reunião extraordinário do Conselho de Consumidores da Equatorial Alagoas, e a empresa fornecedora de energia elétrica deve divulgar o período de adequação nos próximos dias. Considerando a proximidade do período de estiagem e a necessidade do retorno das atividades de irrigação, a proposta da Faeal é de que os produtores rurais tenham até 180 dias para se adequar à norma técnica.

“A Equatorial vinha notificando os produtores e exigindo a adequação à norma para que a energia elétrica fosse religada. O processo exige apresentação de nota fiscal do transformador, ensaio de perdas, entre outras medidas que geram custos a esses produtores. Por isso, pleiteamos o prazo, posterior à religação, para que a produção seja garantida e os irrigantes possam assumir tais despesas com mais tranquilidade. A diretoria da Equatorial, mais uma vez, demonstrou sensibilidade em resolver o problema sem prejudicar os produtores”, afirma o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.

“Vínhamos acompanhando este caso com preocupação. Sabemos que as exigências são necessárias para garantir a segurança das instalações e da rede elétrica, também atendem às normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mas entendemos que o período de 180 dias é razoável para que todas as adequações sejam providenciadas, sem que haja prejuízos econômicos para os produtores rurais”, reforça José Luiz Soares, representante da Faeal no Conselho de Consumidores da Equatorial Alagoas.

O presidente do Conselho, Antônio Pinto, acredita que o prazo de 180 dias será acatado pela Equatorial Alagoas. “O nosso diálogo tem sido muito produtivo e a diretoria regional da empresa está sempre propensa a atender os nossos pleitos. Nunca recebemos um não. Essas conquistas também comprovam que a Federação da Agricultura e Pecuária tem sido bastante atuante, inclusive, esta última reunião extraordinária, exclusiva sobre as questões que envolvem o setor rural, foi provocada pelo José Luiz e prontamente aceita pela Equatorial”, comenta.

Agronordeste: assistência técnica melhora produtividade de avicultores em Água Branca

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – tem auxiliado 30 pequenos produtores de Água Branca, município localizado no Sertão do estado, a 308 km da capital Maceió, para aumentar produtividade da avicultura. O trabalho de assistência técnica e gerencial, pelo Programa Agronordeste, começou em abril e já rende bons resultados.

Na propriedade de Sandro Malaquias, no povoado Serra do Poder, o zootecnista e técnico de campo do Senar, Diego Damasceno, encontrou aves não indicadas para a avicultura de postura. “Nos próximos meses, essas aves serão retiradas, com peso ideal para abate, e faremos a mudança, com a compra novas pintinhas adequadas para a atividade que o produtor escolheu”, explica Damasceno.

O técnico de campo também identificou, na primeira visita técnica, que as aves estavam com gogo, uma doença infecciosa que inibe o apetite e provoca prejuízos, tanto no ganho de peso, quanto na postura. “Elas foram medicadas e nós também trocamos a ração. Depois disso, passaram a se alimentar melhor, aumentaram o peso e até algumas que não estavam pondo, agora estão”, observa Diego.

Para Sandro Malaquias, o trabalho de assistência técnica traz conhecimentos necessários ao sucesso da produção. “A gente nunca tinha criado aves, aconteceram alguns problemas, as galinhas chegaram a adoecer, atrasaram na postura. Com a visita do técnico, ele explicou direitinho como deveria fazer, orientou, é uma assistência diferenciada”, diz o avicultor.

Pandemia
Diego Damasceno ressalta que, no início da assistência técnica, encontrou os produtores de Água Branca com dificuldades para conseguir insumos, por conta das barreiras sanitárias adotadas como forma de combater a pandemia de Covid-19. “Eles não podiam passar para conseguir ração, bebedouro, comedouro, até mesmo vacinação. Algumas coisas eu consegui trazer para facilitar a vida deles e ajudar a desenvolver a avicultura em Água Branca”, conta o zootecnista e técnico de campo do Senar Alagoas.

Senar orienta produtores de pinha no combate à antracnose

Trabalho de assistência técnica no município de Estrela de Alagoas está vinculado ao Programa Agronordeste

As plantações de pinha dos sítios de Estrela de Alagoas, município do Agreste alagoano, vêm sendo atacadas pela antracnose desde 2014. Mas este ano, a doença causada por um fungo do gênero Colletrotichum provocou prejuízos ainda maiores. Agricultores perderam de 60% a 90% da produção. Na tentativa de resolver o problema, a comunidade acionou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – e passou a ser atendida pelo programa Agronordeste. Hoje, 30 produtores são orientados a agir de forma preventiva e garantir as próximas safras.

O trabalho de orientação e acompanhamento é realizado pela engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas, Ellen de Oliveira. A solução indicada para os agricultores é um trabalho de limpeza, simples e fácil de fazer. “Todos os frutos afetados e as folhas com manchas provocadas pela doença devem ser retirados da área, levados para um local distante do pomar e incinerados ou enterrados em uma boa profundidade. Recomenda-se, no mínimo, um metro, mas pode ser de 30 centímetros, com pouca quantidade de material”, explica Ellen.

Segundo a técnica de campo, após a limpeza, também é possível fazer um tratamento com a utilização de fungicida. “É necessário que seja um produto específico para a antracnose e que tenha ação curativa. Neste caso, não é aconselhável utilizar um fungicida preventivo, uma vez que o fungo já se encontra na área”, pondera.

No povoado Jurema, o agricultor Adnaldo Brandão da Silva segue as orientações após ter visto a sua produção de pinha cair drasticamente. “Vinha gente de Recife, Aracaju e Maceió comprar aqui. Na safra sadia, eu vendia cem caixas de pinha, em 280 pés. Este ano, consegui fazer um lucro de 28 caixas apenas”, lamenta.

Hoje, além de fazer a limpeza da área plantada, Adnaldo procura conscientizar outros agricultores para que sigam à risca as orientações. “Se todos fizerem esse trabalho, provavelmente teremos mais pinha. Mas se acharem que não é necessário limpar, podar, daqui há dois anos eu acredito que não teremos mais uma fruta aqui. Nos últimos anos, a gente vem tendo perdas muito grandes e eu quero agradecer ao Senar, e especialmente à engenheira Ellen, que está acompanhando os donos dos sítios em Estrela”, reconhece.

Outras culturas
A antracnose pode acometer outras culturas. Nas propriedades atendidas pelo programa Agronordeste, em Estrela de Alagoas, a doença também afetou as plantações de feijão. “Esse gênero ataca diversas frutíferas, leguminosas e gramíneas, entre outras espécies. O manejo inadequado faz com que a antracnose seja transmitida facilmente dentro do campo. É o que está acontecendo nesta área”, observa Ellen de Oliveira.

O fungo produz uma massa de cor alaranjada, na parte externa do fruto. Com as chuvas, essa massa é lavada e, desta forma, a doença é transmitido em distâncias curtas. Daí a importância da limpeza total e, preferencialmente, da incineração do material recolhido.

“As folhas e os frutos não devem ser deixados no chão, pois servirão de fonte de contaminação. Se o material infectado não for retirado, queimado ou enterrado, o plantio terá antracnose na próxima safra, porque esse fungo consegue sobreviver em restos culturais, por possuir ações saprófita (obtendo nutrientes a partir de matéria orgânica em decomposição) e parasita. Enquanto houver hospedeiro, ele se reproduzirá”, alerta a engenheira agrônoma.

Ellen explica, ainda, que queimar o material é mais recomendável, pois acaba com os fungos oportunistas que aproveitam a situação de debilidade da planta, a exemplo da phytophthora, pythium e clamidósporos de fusarium, que possuem estruturas de resistência e podem permanecer até 20 anos no solo. “Se o produtor agir preventivamente, podemos dizer que as perdas serão mínimas”, garante a técnica de campo do Senar Alagoas.