Ilustração: terramagna.com.br

Maria Eduarda Xavier
Estagiária sob supervisão

As Operações de Barter são uma estratégia interessante para a redução de custos na produção de grãos. A prática – em que o produtor troca produtos agropecuários, como milho, açúcar, soja e algodão por insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos – vem ganhando força no mercado e chega a representar mais de 20% do faturamento de empresas de insumos de grande porte.

Segundo a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas, Luana Torres, é importante que a transação seja formalizada. “Para que isso aconteça, o produtor assina a Cédula de Produto Rural (CPL). Este contrato é uma forma de assegurar que ambas as partes cumprirão o que foi determinado anteriormente, é um documento legal e deve ser autenticado em cartório, o que beneficia produtores e vendedores”, orienta.

“A Troca de Barter é uma solução para que os produtores utilizem seus produtos para adquirir não somente insumos, mas tecnologia. Infelizmente, é uma operação pouco divulgada em nosso estado, mas que pode trazer muitos benefícios, tanto para o produtor rural, quanto para a cooperativa e empresa de insumos envolvidas”, observa Luana.

A Operação ou Troca de Barter – termo inglês que significa permuta – começou a ser adotada no Brasil no início da década de 90, a partir do interesse das tradings (empresas comercializadoras de grãos), em negócios de compra e venda de soja no Cerrado. Hoje, multinacionais como as norte-americanas Bunge e Monsanto, a norueguesa Yara e a alemã Bayer utilizam este método mercadológico em suas operações e mostram que a troca é um modo muito efetivo e benéfico para todos os envolvidos.

A organização da cadeia envolve o produtor, que dispõe de produto para trocar por insumos ou maquinários; o fornecedor de insumos ou maquinários, que deseja vender defensivos, fertilizantes, sementes, tratores, colheitadeiras; e o trading ou consumidor de grãos, que tem interesse no grão para venda ou consumo.

Se os integrantes da cadeia trabalham mais próximos, maior é o benefício geral. As empresas fornecedoras, por exemplo, geralmente não têm interesse em ganhar no valor do grão e repassam esse direito para a indústria consumidora e para as tradings.

Para o produtor rural, as operações de Barter protegem o custo de variações do preço da commodity e facilitam o gerenciamento do negócio. O agricultor consegue prever o custo da operação sem precisar ficar exposto às taxas de juros bancários. Outro benefício é a tranquilidade na armazenagem, já que grãos utilizados na troca têm destino certo antes mesmo da estocagem.

Recommended Posts