Produtores e trabalhadores rurais participaram de mais uma edição do Curso de Cerca Elétrica promovido pelo programa de consultoria Mais Pasto, iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – em parceria com o Sebrae. O curso teve início na última quarta-feira, 12, com aulas teóricas na sede do Senar, em Maceió, e se estendeu na quinta e sexta, 13 e 14, com aulas práticas na Fazenda São Pedro, município de Chã Preta, a cerca de 78 quilômetros da capital.
“O objetivo do curso é capacitar cerqueiros, vaqueiros e proprietários das fazendas que fazem parte do Programa Mais Pasto para que construam cercas elétricas de qualidade. Eles aprendem a fazer os mourões, a correta instalação do eletrificador, a escolher o local mais adequado para o aterramento e saem do curso com uma boa noção de como fazer tudo isso nas suas propriedades”, explica o professor Otávio Salgado.
Segundo Otávio, a cerca elétrica é importante para a pecuária, sobretudo, pelo baixo custo se comparada à cerca convencional. “Principalmente para quem vai utilizar o sistema de pastoreio voisin, que usa muita cerca, a economia chega a 60% em relação à cerca convencional. Mas é importante fazer corretamente, pois, se a gente não faz uma cerca eficiente, que dê o choque, o animal não vai respeitar, já que a função da cerca elétrica é psíquica. O animal sente o choque, o desconforto e não transpõe a cerca”, diz Otávio.
O curso tem carga horária de 24 horas e aborda, entre outros assuntos, as diversas formas de utilização da cerca elétrica, como, por exemplo, para revitalizar uma cerca convencional já degradada, reservar um cercado ou controlar a entrada de animais silvestres. “Nós também fazemos um demonstrativo dos materiais utilizados como o eletrificador e os isoladores, pois é importante que os alunos saibam a função de cada um deles antes de partir para a prática”, afirma o professor.
“A cerca elétrica é uma tendência não só em Alagoas, mas no Brasil, pois é um sistema mais seguro e viável economicamente. Se o produtor já tiver as estacas na propriedade, os custos podem cair até 60%. E não há danos para o animal, pelo contrário, ao reduzir o tamanho das áreas, os animais conseguem se alimentar melhor”, diz o instrutor do Senar Alagoas, José Ferreira dos Santos Júnior.
Proprietário da Fazenda São Pedro, o agrônomo Geraldo Lopes Vasconcelos Cavalcante reconhece a importância da implementação da cerca elétrica. “É uma técnica que melhora a produtividade, pois consegue aumentar a carga animal, já que a gente divide a propriedade gastando menos. E quanto mais se divide a pastagem, maior é o período de repouso e melhor a rebrota. Além disso, permite trabalhar com a pastagem ecológica, sem uso de agrotóxicos. Da forma convencional seria inviável”, observa o produtor.