Procuradora do MPT, coordenadora técnica do Senar e auditoras fiscais discutem ação na Expoagro

Na tarde deste sábado, 2 de novembro, equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Superintendência Regional do Trabalho em Alagoas (SRTb-AL) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Alagoas) estarão no Parque da Pecuária, durante a 69ª edição da Expoagro, para conscientizar e orientar os produtores sobre a importância da contratação de jovens aprendizes nas propriedades rurais.

O objetivo é tirar dúvidas e sensibilizar os produtores sobre a importância do investimento em mão de obra qualificada para o crescimento dos negócios no campo. “Vivemos um momento de abertura de mercados internacionais, o Governo Federal tem firmado parcerias, nosso país já se destaca no agronegócio e a tendência é de que o mundo demande cada vez mais os nossos produtos. Podemos expandir a nossa produção, mas, para isso, precisamos da mão de obra qualificada”, analisa a procuradora do MPT, Virgínia Ferreira.

Segundo Virgínia, a falta de investimentos em qualificação de mão de obra reduz a produtividade no país. “O que o trabalhador brasileiro faz em uma hora, o norte-americano faz em 15 minutos e o alemão, em 20 minutos. Essa diferença se explica pela carência de profissionais qualificados, por isso, nós contamos com o Sistema S como um todo e com o Senar, especialmente, nessa aproximação com o agronegócio, para que consigamos avançar na qualificação dos nossos jovens e fazer com que eles tenham a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho”, ressalta a procuradora.

Virgínia Ferreira destaca, ainda, a importância de programas como o Jovem Agricultor Aprendiz, do Senar, para que a juventude permaneça e produza na zona rural. “O último Censo do IBGE apontou que 70% da população do campo tem idade acima de 45 anos, ou seja, temos um envelhecimento em áreas rurais porque o jovem não quer ficar. Precisamos fazer com que ele tenha oportunidade de permanecer, goste e se identifique com as atividade do campo, que são tão importantes para o nosso país”, argumenta.

Reunião em dezembro
De acordo com a lei, a presença de jovens aprendizes é obrigatória em todo empreendimento rural onde haja, no mínimo, sete funcionários. O percentual de aprendizes varia entre 5% e 15% do quadro funcional. O Ministério da Economia já notificou 145 produtores rurais alagoanos, para que atendam à legislação. A partir de uma interlocução com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), o Senar e o MPT, as notificações foram suspensas, enquanto se busca uma solução para os produtores e para os jovens.

No dia 4 de dezembro, representantes das instituições se reunirão com produtores rurais, na sede do Senar, em Maceió, para discutir a importância da aprendizagem no campo. “Nosso estado tem muitas vagas de aprendizes a serem preenchidas e nós estamos buscando o cumprimento da legislação”, destaca a procuradora do MPT, Virgínia Ferreira.

Segundo Graziela Freitas, coordenadora do Departamento Técnico do Senar em Alagoas, o Programa Jovem Agricultor Aprendiz é uma excelente oportunidade para os produtores e, sobretudo, para os jovens do campo, que não têm muitas oportunidades de aprender uma profissão. “Essa pode ser a grande chance na vida desses jovens, de ter uma ocupação, construir novos caminhos, mudar de vida e de comportamento, pois os cursos do Senar não focam somente em profissionalização, eles englobam habilidades que qualquer cidadão precisa saber para transitar bem dentro das empresas. Isso também é muito importante”, diz.

A auditora fiscal da Superintendência Regional do Trabalho em Alagoas, Dulciane Alencar, também reforça a importância da qualificação para os jovens da área rural. “Precisamos de uma educação de qualidade, voltada para a teoria e prática, o campo é um setor chave para Alagoas e é preciso investir nessa mão de obra. Sabemos que isso demanda uma mudança de mentalidade dos empregadores, mas estamos trabalhando para que eles se sensibilizem e percebam o quanto a falta de qualificação causa dificuldades, inclusive, para os negócios deles. O Brasil tem muita vocação agrícola, mas precisa de treinamento”, reforça.

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